Raimundo de Oliveira Mota

Raimundo de Oliveira Mota nasceu no dia 25 de janeiro de 1927 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Francisco de Oliveira Mota e de Maria dos Anjos de Sousa.
Os seus avós paternos se chamavam Ignácio de Sousa Mota e Ana de Sousa Mota, já os maternos eram Antônio de Sousa Balbino e Maria Jovelina de Sousa.
Foi o primogênito entre dez irmãos, nascendo em uma propriedade pertencente aos seus pais que ainda hoje é denominada de Fazenda Juazeiro, localizada no Distrito Sede do Município.

“Foi batizado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem… tendo por padrinhos: São Francisco e a sua avó materna, Maria Jovelina de Sousa… Iniciou muito cedo, com os seus irmãos, o trabalho na agricultura, na companhia de seu pai, que era agropecuarista. Sabendo sempre cultivar a confiança e a credibilidade de seus pais e ainda no início de sua juventude, começou a comercializar a produção da fazenda de seu pai, vindo, assim, a tornar-se um exímio comerciante.” (MARINHO, 2014: p. 194)

Desde a sua infância, por ser o filho mais velho, assumiu grande parte das responsabilidades que eram compartilhadas pelo seu pai. Em sua adolescência, por conta das inúmeras dificuldades educacionais existentes no Município, não conseguiu ir muito distante nos estudos, concluindo apenas a 3ª série do antigo primeiro grau.
Alguns anos depois, no dia 14 de março de 1952, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, diante do Pe. Irineu Limaverde Soares, contraiu matrimônio com Alice Pereira Mota, que nasceu no dia 22 de fevereiro de 1936, sendo filha de José Pereira de Sousa e de Joana de Almeida Braga.
Desse matrimônio foram gerados dez filhos, sete mulheres e três homens, sendo eles: Aurite Pereira Mota, Antônio Almir Pereira Mota, Antônia Eurides de Oliveira Mota Guimarães, Maria das Graças Pereira Mota, Iracema Oliveira Mota, Erondina Pereira Mota, Analice Pereira Mota, Willamis Pereira Mota, Zuila Pereira Mota e Raimundo de Oliveira Mota Filho.

Imagem da família Oliveira Mota em uma de suas viagens.

Depois disso, nos primeiros anos da década de 1960, quando resolveu sair da zona rural, passou a residir com a sua família na Rua Sargento Valdir Soares, nº 47, no Bairro Boaviaginha, na cidade de Boa Viagem.
Todos os anos, juntamente com a sua família e outros amigos, procurava cumprir a sua devoção ao seu padroeiro promovendo pequenas romarias à Basílica de São Francisco, na cidade de Canindé.
Na eleição municipal que ocorreu no dia 15 de novembro de 1966, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, mesmo caminho tomado por seu avô paterno, militando nos quadros políticos 
do MDB – o Movimento Democrático Brasileiro, partido político que abrigava os opositores do Regime Militar, conseguiu ser eleito ao receber nessa disputa a confiança de 171 eleitores, sendo o primeiro de seu partido e o ultimo no cômputo geral dessa disputa.
Poucos dias depois de sua posse, no dia 29 de setembro de 1967, por conta do coeficiente eleitoral, foi destituído de seu mandato depois de um recurso encaminhado ao TRE – o Tribunal Regional Eleitoral, pelo Vereador Raimundo Lobo de Sales, que havia ficado na suplência da coligação adversária.
Mais tarde, depois de um bom tempo fora da vida pública, no pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1976, com muito esforço conseguiu voltar a compor o quadro de representantes do povo na Câmara Municipal de Vereadores.
No dia 14 de novembro de 1977, no exercício de sua função, apresentou requerimento à mesa diretora da Câmara Municipal solicitando ao gabinete do prefeito a construção de uma escola na localidade de Juazeiro. Mais tarde, no dia 8 de julho de 1978, encaminhou um requerimento com a mesma solicitação, dessa vez para construção de uma escola na localidade de Bela Aliança.
Nessa legislatura, que foi prorrogada por mais dois anos, dando apoio ao projetos vindos do gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, aprovou orçamento para construção do Centro Administrativo Gov. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a instalação do projeto sertanejo; a construção do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva; a construção do Terminal Aéreo Cel. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a construção do Açude da Massangana; a construção das muralhas do Estádio Municipal Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e a instalação da EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará.
Depois disso, no pleito eleitoral seguinte, ocorrido no dia 15 de novembro de 1982, com o fim do bipartidarismo, passou a compor a bancada do PDS – o Partido Democrático Social, e com a legenda nº 1.633 conseguiu receber 410 votos, ficando na primeira suplência de seu partido.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado: 

“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)

Pouco tempo depois, no dia 31 de janeiro de 1983, assumiu o seu mandato no lugar no Vereador José de Queiroz Sampaio Neto, quando esse foi convidado pelo Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, para assumir a chefia da Secretaria de Desportos e Serviços Sociais da Prefeitura de Boa Viagem.

Imagem de sua diplomação, em 1982.

Na sessão ordinária ocorrida no dia 3 de abril de 1987, encaminhou um requerimento à mesa diretora da Câmara solicitando ao gabinete do prefeito a construção de uma escola na localidade de Jordão, a instalação de um bueiro no porão do Açude da Comissão, que havia sido desativado e a construção da Praça Maria Queiroz Marinho.
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e a instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e uma Agência da Previdência Social.
A sua última disputa eleitoral aconteceu no dia 15 de novembro de 1988, quando estava filiado nos quadros políticos do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, e com a legenda nº 15.694, apoiando ao candidato João Soares Lima Filho, chegou a receber 234 votos, ficando novamente na suplência do seu partido.
Depois desse pleito eleitoral decidiu sair da vida pública do Município e projetou um de seus filhos, Antônio Almir Pereira Mota, como o seu herdeiro político, que teve três mandatos eletivos:

“Na eleição municipal que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros político do PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, com a legenda nº 45.667, conseguiu ser eleito depois de receber à confiança de 373 eleitores, ficando na penúltima vaga disponível dessa disputa. Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1996, desejando a sua reeleição, dessa vez compondo a bancada do PSC – o Partido Social Cristão, com a legenda nº 20.620, conseguiu receber 915 sufrágios e ficou entre os seis vereadores de maior votação dessa eleição. No pleito eleitoral que ocorreu no dia 1º de outubro de 2000, o primeiro a ser completamente informatizado no Município de Boa Viagem, caminhando para o seu terceiro mandato, dessa vez compondo a bancada do PSD – o Partido Social Democrático, com a legenda nº 41.222, recebeu 707 votos e ficou entre os dezessete vereadores de maior preferência entre os eleitores.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/antonio-almir-pereira-mota/. Acesso no dia 5 de dezembro de 2016)

No dia 24 de agosto de 2012, juntamente com a sua esposa, na margem da Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira – a BR-020, na localidade de Anafuê, erigiu uma imagem sacra do Sagrado Coração de Jesus, que posteriormente se transformou em um ponto do turismo religioso dos Caminhos de Assis.
Pouco tempo depois, padecendo em seu estado de saúde, foi internado no dia 8 de março no Hospital São Carlos, que está localizado na Avenida Pontes Vieira, nº 2.531, no Bairro Dionísio Torres, na cidade de Fortaleza, onde veio a falecer no final da tarde do dia 26 de maio de 2013, pouco tempo depois de completar 87 anos de idade.
Depois disso o seu corpo foi velado na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem, onde a sua esposa e os seus filhos receberam as condolências de vários amigos e familiares, sendo logo em seguida sepultado no mausoléu da família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.

Imagem do túmulo da Família Oliveira Mota, em 2016.

BIBLIOGRAFIA:

  1. MARINHO, Antônia de Lima. A Filha do Nordeste e Frutos Nordestinos. Boa Viagem: Maximu’s Impressões Gráficas, 2015.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Antônio Almir Pereira Mota. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/antonio-almir-pereira-mota/. Acesso no dia 5 de dezembro de 2016.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Sob a presidência da Vereadora Maria Alzira Lima Vieira, através do decreto legislativo nº 1, do dia 19 de julho de 2013, o edifício que abriga a Câmara Municipal de Vereadores recebeu a sua nomenclatura.