João Soares Lima Filho nasceu no dia 30 de abril de 1947 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de João Soares Lima e de Carmelina Alves Franco.
Os seus avós paternos se chamavam Raimundo Soares Campos e Francisca Capistrano da Costa, já os maternos eram Raimundo Franco de Oliveira e Maria do Carmo Oliveira.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de São Jorge, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Quando chegou a sua idade escolar, preocupados com a sua instrução formal, os seus pais contrataram os serviços de dois professores particulares existentes na região, sendo eles: Nenê da Júlia e Chico Paulo, que lhes ensinaram os rudimentos da escrita, leitura e as operações matemáticas.
Algum tempo depois, nos primeiros meses de 1956, foi matriculado em uma pequena escola existente na vila de Águas Belas, tendo de caminhar quatro quilômetros todos os dias até à escola, que não oferecia uma boa qualidade de ensino por conta de sua precariedade.
Nessa época, essa pequena unidade escolar funcionava de forma provisória na casa paroquial da Capela de São José, sendo transferida logo depois para residência da Profª. Capitulina Alves Martins.
Nos primeiros meses de 1957, na intenção de receber uma melhor instrução formal, por indicação de seus pais, passou a residir na cidade de Boa Viagem na casa de um de seus tios, o Dr. Otávio Alves Franco, que era o tabelião do Cartório Vieira, de 2º Ofício.
Na cidade de Boa Viagem passou a estudar no Externato Rui Barbosa, uma pequena escola particular que era cuidadosamente dirigida pelo Dr. José Maria Sampaio de Carvalho.
No ano seguinte, por conta de uma grave estiagem, os seus pais passaram por dificuldades financeiras e não tinham como manter as suas mensalidades, o que lhe obrigou a regressar para a sua casa na localidade de São Jorge.
Em 1959, melhorando as condições financeiras, regressou para cidade e para a sua antiga escola até que, no ano seguinte, foi encaminhado para cidade de Pacoti, sendo internado no Colégio São Luiz, uma escola confessional que foi fundada e era dirigida pelo Pe. Kiliano Mitnacht, um religioso de ordem salvatoriana.
Depois de prestar o exame de admissão, nos primeiros meses de 1964, passou a residir na cidade de Fortaleza, passando a estudar no Colégio Estadual Liceu do Ceará, onde concluiu o ensino secundário alguns anos depois.
Em 1966, chegando à época de sua conscrição, foi alistado no 23º BC – o Batalhão de Caçadores, ingressando algum tempo depois no CPOR – o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, de onde saiu com a patente de 2º Tenente, recebendo treinamento de contraguerrilha na selva, motorista militar e prevenção contra distúrbios de rua.
“Os CPOR nasceram para suprir o Exército Brasileiro de oficiais subalternos, através de seus Cursos de Formação de Oficiais da Reserva (CFOR) formam aspirantes-a-oficial, habilitando-os ao desempenho de funções de comando das frações elementares da tropa, tanto na guerra como na paz.” (S.N.T)
Muitos anos depois, mesmo saindo das Forças Armadas, procurou sempre estar presente nos encontros promovidos pelo Batalhão Marechal Castelo Branco, oportunidade em que reencontra velhos companheiros de caserna.
Antes disso, em 1968, passou a trabalhar no ramo de construção civil na Construtora ENCOCIL, sigla que significa Engenharia e Construção Ltda, onde permaneceu por seis anos, quando foi contratado pela Construtora Zé Coelho Ltda.
Pouco tempo depois, no dia 13 de julho de 1973, contraiu matrimônio com Airam Teixeira Lima, que é nascida no dia 8 de julho de 1950, sendo filha de José Teixeira Filho e de Maria Santinha Ribeiro.
Desse matrimônio foram gerados três filhos, dois homens e uma mulher, sendo eles: Eduardo Teixeira Soares Lima, Phillip Soares Teixeira Lima e Sarah Teixeira Soares Lima.
Mais tarde, por adoção, tomou como seu mais quatro filhos, quatro homens, sendo eles: José Ronaldo Barros Galvão, Francisco Eudes Avelino de Sousa, Sinval Franco Soares e Silvano Ribeiro Lima.
Nos primeiros meses de 1975, depois de prestar exame vestibular, ingressou no curso de Administração de Empresas da UNIFOR – a Universidade de Fortaleza, transferindo-se pouco tempo depois para o curso de Engenharia Operacional e finalmente o curso de Engenharia Civil, trancando o curso faltando menos de dois semestres para a sua conclusão.
Em 1978, já cansado de ser empregado, decidiu montar a sua própria empresa de construção civil, que em sociedade com o amigo Lauro Calixto da Mata recebeu o nome de Construtora Calixto Soares Ltda.
Pouco tempo depois, por conta das dificuldades do mercado imobiliário, essa construtora abriu falência e a sociedade foi rompida. Depois disso, desejando caminhar sozinho no mesmo ramo, decidiu abrir a empresa Sarah Construções Ltda.
No dia 30 de março de 1981, na cidade de Fortaleza, foi iniciado maçom na Loja Maçônica Deus e Fraternidade, nº 4, sendo elevado ao grau de companheiro alguns anos depois, no dia 21 de agosto de 2007, na Loja Maçônica Cavaleiros do Amor, nº 79, na cidade de Boa Viagem, atingindo finalmente o grau de mestre na mesma loja no dia 17 de maio de 2010.
Muitos anos antes disso, nos primeiros meses de 1982, a convite do Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto – o Dr. Sérgio, sendo motivado pelo sindicalista Francisco Valdeni Vieira da Silva, filiou-se nos quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social.
No pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1982, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, com a legenda nº 1.622, conseguiu ser eleito ao receber a confiança de 636 votos, ficando entre os nove vereadores de maior votação nessa eleição.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado:
“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)
Nesse longo período como edil, com muita dificuldade, procurou conciliar as suas atividades políticas e os seus negócios comerciais na cidade de Aracoiaba, onde possuía uma serraria e uma churrascaria, que eram denominadas de “Palomino”.
Na vila de Águas Belas, desejando fortalecer a sua base eleitoral, implantou uma pequena rádio comunitária, que recebeu o nome de “A Voz da Independência”, lutando pela instalação de água encanada nas residências, pela instalação do serviço de telefonia e ampliação da Escola de Ensino Fundamental Manoel João da Silva, onde lecionou a disciplina de biologia durante algum tempo.
Na localidade de Riacho Verde, com muito esforço conseguiu à construção da Escola de Ensino Fundamental Raimundo Alves Campos, como também a manutenção das frentes de trabalho no período de estiagem que ocorreu entre 1979 e 1983.
Nessa estiagem, juntamente com o Pe. José Patrício de Almeida, em parceria com o Banco do Brasil, mensalmente distribuía trezentas cestas alimentícias aos trabalhadores rurais carentes.
Nessa legislatura prestou apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e a instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a Construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e uma Agência da Previdência Social.
Na eleição municipal seguinte, ocorrida no dia 15 de novembro de 1988, estando filiado na bancada do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15, contando com o apoio do Governo Municipal e tendo como vice o nome do Vereador José de Queiroz Sampaio Neto, colocou o seu nome na disputa pelo mandato do Poder Executivo.
Na chapa adversária, pelo PDS, com a legenda nº 11, estava o nome do ex-Prefeito Benjamim Alves da Silva, que contou com o nome do Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto.
Completando o cenário político dessa eleição, dessa vez militando nos quadros políticos do PT – o Partido dos Trabalhadores, com a legenda nº 13, estava o nome do advogado Dr. Deodato José Ramalho Júnior e do competente Professor Cícero Pinto do Nascimento.
Nessa disputa eleitoral, segundo alguns de seus contemporâneos, diferente de outras campanhas, quando encontrava com o seu principal adversário nas estradas da zona rural, costumava passar horas conversando e não dispensavam uma refeição juntos.
Nos comícios, em seus discursos, não ofendia o nome de seus adversários, como também não era ofendido por estes, sendo prejudicado apenas pela inauguração da Rádio Liberdade, AM 1.310, que foi a porta voz e o principal cabo eleitoral do grupo de seu principal adversário.
Depois da abertura das urnas foi proclamado o seguinte resultado, o ex-Prefeito Benjamim Alves da Silva conseguiu receber a confiança de 10.610 eleitores, enquanto João Soares Lima Filho conseguiu receber apenas 6.279 votos, já o Dr. Deodato José Ramalho Júnior recebeu somente 1.066 votos.
“Pouco antes da nossa saída da administração, uma pesquisa da Fundação Cearense de Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC) apontava a nossa administração com 85% de aceitação popular. Apesar deste índice de aceitação tão favorável, não tivemos êxito no pleito seguinte quando apoiamos o Vereador João Soares de Lima Filho, filho do Distrito de Águas Belas, para prefeito do Município. Venceu o Senhor Benjamim Alves da Silva, nosso correligionário em pleitos anteriores, que, neste último, coligara-se com o médico Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, o Dr. Sérgio, para seu vice-prefeito, com quem eu disputara o pleito de 1982 e venci com maioria de 1.811 votos.” (VIEIRA FILHO, 2008: p. 74)
Pouco tempo depois desse resultado, resolveu instalar-se definitivamente na cidade de Aracoiaba, quando foi convidado para assumir a pasta da Secretaria de Obras e Serviços Públicos na gestão do Prefeito Dr. Francisco Ary Ribeiro Teixeira.
Depois disso, entre os anos de 1992 e 1996, no Município de Baturité, assumiu a pastas da Secretaria de Obras e Serviços Públicos na gestão do Prefeito Dr. Francisco Ivo dos Santos.
Nessa época, mesmo residindo em outra cidade, na eleição municipal que ocorreu em 1996, deu todo apoio à candidatura de seu primo, o Vereador José Soares de Macêdo, que conseguiu ser conduzido ao Poder Legislativo como seu sucessor em duas legislaturas:
“Na eleição municipal que ocorreu no dia 3 de outubro de 1996, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeira da Câmara Municipal de Vereadores, compondo os quadros políticos do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15.610, conseguiu receber a confiança de 598 eleitores e ficou entre os dezesseis vereadores de maior votação dessa eleição.” (SILVA JÚNIOR, 2016: José Soares de Macêdo. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-soares-de-macedo/. Acesso no dia 27 de dezembro de 2016)
No dia 10 de junho de 1999, por sua influência, depois de instruir o seu primo a entrar com o projeto de lei, teve a satisfação de realizar um sonho antigo, ver a criação do Distrito de Águas Belas.
Entre os anos de 2001 e 2003, novamente na gestão do Prefeito Dr. Francisco Ary Ribeiro Teixeira, assumiu a Pasta da Secretaria da Agricultura e logo depois foi assessor de comunicação da Prefeitura de Aracoiaba.
Nessa época, eventualmente mantendo correspondência com os jornais Diário do Nordeste e o Povo, associou-se a Associação dos Jornalistas do Ceará.
Mais tarde, nos primeiros meses de 2005, na gestão do Prefeito José Vieira Filho, assumiu à direção do SAAE – o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, uma das autarquias da Prefeitura do Município de Boa Viagem.
Em sua gerencia, investiu na qualificação dos funcionários, ampliação da rede de abastecimento da zona urbana e no pleno funcionamento da Estação de Tratamento d’Água Ermando Abreu Esteves.
Algum tempo depois, na eleição municipal ocorrida no dia 5 de outubro de 2008, desejando retornar à vida pública, militando nos quadros políticos do PR – o Partido da República, com a legenda nº 22.200, colocou o seu nome mais uma vez em uma disputa eleitoral, sendo impedido pela justiça de prosseguir em sua candidatura por conta do diretório de seu partido, que não encaminhou o registro de sua candidatura em tempo oportuno.
Mesmo com esse impedimento, o seu nome era dado como certo na Câmara de Vereadores pelos seus concorrentes, recebendo nessa oportunidade 637 votos dos eleitores que acreditavam em uma decisão positiva do recurso protocolado na Justiça Eleitoral.
Depois desse período, não conseguindo obter sucesso em sua alegações na justiça, resolveu investir na abertura de uma nova empresa de construção, que recebeu o nome de Construtora Vale do Hérmon Ltda.
No dia 9 de setembro de de 2010, foi escolhido pelo seus pares como mestre instalado ao assumir o trono de Salomão da Loja Maçônica Cavaleiros do Amor, nº 79, avançando finalmente para o 33º grau da Maçonaria no Templo da Luz existente na Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará.
Em sua gestão, mesmo enfrentando alguns obstáculos, conseguiu fazer uma grande reforma no edifício que abriga a Loja Maçônica Cavaleiros do Amor, colocando o forro do salão do Clube das Samaritanas e fazendo a ornamentação iconográfica do Templo da Harmonia.
No dia 22 de julho de 2012, promoveu a reforma do triângulo maçônico existente na Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020, conseguindo trazer a regularidade muitos maçons que se encontravam afastados dos eventos da loja, bem como iniciar outros.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. José Soares de Macêdo. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-soares-de-macedo/. Acesso no dia 27 de dezembro de 2016.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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