Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva

AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:

O Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva está localizado no quarteirão entre a Rua 26 de Junho, a Rua Antônio Domingues Álvares e a Rua Walter Batista de Santana, s/nº, no Centro da cidade de Boa Viagem, no Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

Imagem do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, em 2010.

Um terminal rodoviário é uma estrutura onde os ônibus, urbanos e interurbanos, param para que os passageiros embarquem ou desembarquem, sendo utilizado também para outras prestações de serviços.
O Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva é classificado como público, sendo totalmente mantido e administrado com recursos do Governo do Município.

A BASE LEGAL DE SUA NOMENCLATURA:

O Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva foi construído nos primeiros anos da década de 1980, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, porém só teve a sua nomenclatura regulamentada por meio da lei nº 1.490, de 13 de setembro de 2022, no governo do Prefeito José Carneiro Dantas Filho – o Régis Carneiro.

A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DESSE TERMINAL:

Com a conclusão das obras de pavimentação em manta asfáltica da Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020, no Estado do Ceará, o Município de Boa Viagem foi um dos primeiros a cuidar em construir um local apropriado para o embarque e desembarque de passageiros na sede do Município, um importante avanço para essa época.

Imagem do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, em 1984.

Pouco tempo depois, nos primeiros meses de 1983, o Banco do Nordeste do Brasil S.A. lançou uma revista exaltando as potencialidades do Município, entre elas falando da existência desse terminal rodoviário:

“O Município é cortado por uma Rodovia Federal, três estaduais e onze municipais. Além disto, dispõe de campo de pouso com pista asfaltada. O terminal rodoviário, com boas instalações, foi construído no Centro da cidade. A Empresa Redenção foi a pioneira, com a inauguração, em 1959, de uma linha Fortaleza/Boa Viagem/Fortaleza,  a partir das 6 horas, diariamente. Existem também outras opções de empresas, que fazem linha para outros Municípios, com paradas nas cidades, e também para os distritos. Para viagens interestaduais, principalmente para o Sul do país, a Viação Itapemirim mantém uma agência local. Existe, licenciado pelo Município de Boa Viagem, um total de 502 veículos motorizados, compreendendo carros de passeio, utilitários e de transporte de carga.” (ALVES, 1983: p. 12)

Quando foi construído, durante algum tempo, esse local foi um dos pontos de encontro da “boemia” da cidade, costumando reunir, especialmente depois dos bailes, aqueles que queriam fazer um lanche para repor às suas energias ou até permanecer na farra, fato que costuma gerar algumas desordens e a cogitação do poder público em proibir à venda de bebidas alcoólicas no local, decisão que nunca agradou aos permissionários.

Imagem da solenidade de inauguração do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, em 1982.

Antes disso, a sua inauguração ocorreu no dia 26 de junho de 1981, com uma pomposa solenidade que contou com a presença de importantes políticos de nosso Estado.
O nome do patrono desse equipamento público, Samuel Alves da Silva, foi uma justa homenagem ao vereador e comerciante que há poucos anos dessa solenidade havia falecido em um trágico acidente automobilístico.

A ESTRUTURA DESSE TERMINAL:

O Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva tem a sua área construída completamente coberta por telhas de amianto, o seu piso é de cimento queimado, sendo rodeado com ladrilhos cerâmicos de cor vermelha.
No projeto inicial de construção desse terminal rodoviário existia apenas os guichês internos, que eram destinados à venda de passagens e com algumas lanchonetes, que visavam atender aos passageiros, mas, com o passar dos anos, gestões desastrosas permitiram a construção particular de guichês que descaracterizaram a estrutura planejada e quebraram a harmonia arquitetônica do local, tornando o principal portal de embarque do Município em um local feio, inseguro e extremamente desorganizado, fato que já foi tratado diversas vezes pela Câmara Municipal de Vereadores, uma delas inicialmente no dia 23 de novembro de 1990:

“Fez uso da palavra o Vereador Eduardo Patrício de Almeida, que reclamou a respeito da construção de um ponto comercial que está sendo construído no terminal rodoviário. Em seguida fez uso da palavra o Vereador Deusimar de Almeida Fontes, que falou das péssimas condições do terminal rodoviário, que não dispões de nenhum banco para os passageiros. Fez uso da palavra o Vereador Luís Alves Batista que disse que o problema do terminal é muito sério, pois a sua construção serve a poucas pessoas”.

Diante dessa dificuldade, nos últimos anos, temos assistido perplexos a uma verdadeira “queda de braço” entre os permissionários do local e o Governo Municipal, que muitas vezes prefere ficar omisso aos problemas do local.

Imagem do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, em 2006.

As justificativas dos dois lados são as seguintes: os permissionários alegam “que o poder público abandonou o terminal rodoviário e que ele não repõe àquilo que é danificado pelos usuários do local”; o Governo Municipal responde alegando que “embora o terminal rodoviário pertença ao Município os permissionários querem tomar posse dele e não pagam o valor que de fato é merecido pela concessão de seus guichês”.
A prefeitura alega ainda que o terminal rodoviário, mensalmente, não cobre as suas despesas em:

  • Fornecimento de água;
  • Energia elétrica;
  • Funcionários de limpeza e manutenção;
  • Material de limpeza;
  • Pequenas manutenções;
  • Vigilantes.

O direito de cobrar pelas salas comerciais do Terminal Rodoviário Samuel Alves Silva é regulamentado pela lei municipal nº 238, de 22 de novembro de 1975, que possui muitas falhas e se encontra defasado.
Rotineiramente, quando a chave de um dos seus pontos comerciais é colocado à venda, a Prefeitura do Município não lucra nenhum centavo com a sua negociação e o público, aos poucos, vem tomando a forma de privado, constituindo-se em um gargalo administrativo difícil de ser digerido por quem está na chefia do Poder Executivo do Município.
Embora pareça algo exclusivo da Prefeitura de Boa Viagem, os problemas estruturais e administrativos nos terminais rodoviários no Estado do Ceará não são novidade, o principal terminal rodoviário do Estado, o Terminal Rodoviário Engenheiro João Tomé de Sabóia e Silva, enfrenta problemas semelhantes e a saída encontrada pelo Governo do Estado foi a terceirização de sua administração.

Imagem da rodoviária, em 2006.

Entre os vários problemas existentes no terminal rodoviário de nosso Município podemos destacar os seguintes:

  • Insegurança: O local, apesar dos vigilantes, é totalmente aberto e é costumeiramente frequentado por pessoas desocupadas, entre elas muitos usuários de drogas, que não perdem tempo em realizar pequenos furtos dos passageiros para sustentar o seu vicio, sem falar dos crimes de assassinatos que já ocorreram por lá;
  • Plataformas irregulares: Os ônibus não conseguem estacionar dentro da plataforma de embarque e alguns passageiros, principalmente os idosos, sentem grande dificuldade em entrar ou sair dos veículos;
  • Pouca ou nenhuma sinalização: O local carece urgentemente de placas, preferencialmente bilíngues, que forneçam informações básicas da cidade e do próprio terminal rodoviário;
  • Iluminação precária: No período da noite é um verdadeiro caos para os passageiros que precisam embarcar ou desembarcar no local, pois os ambientes escuros e pouco iluminados muitas vezes escondem e são atrativos de trombadinhas;
  • Desconforto: O terminal rodoviário não dispõe de um local exclusivo para os passageiros, inexistindo cadeiras para quem espera transporte ou um passageiro;
  • Pouca higiene: Os banheiros do terminal rodoviário são bastante sujos e não oferecem conforto para quem precisa. Algumas lanchonetes e restaurantes, nas cercanias do terminal rodoviário, utilizam a rua e até o piso do terminal para manusear os alimentos, sem nenhuma interferência da administração ou de sua vigilância sanitária;
  • Comerciantes clandestinos: Existe a presença irregular de bancas no piso do terminal, que muitas vezes comercializam produtos que não são permitidos conduzir dentro do transporte intermunicipal;
  • Irregularidade no serviço de táxi: Muitas vezes, nos horários em que chegam os últimos ônibus, não existem taxistas a disposição dos passageiros que moram distantes do Centro, que temem andar sozinhos ou que carregam grande volume de bagagem;
  • Congestionamento do trânsito: Os ônibus, por não conseguirem entrar completamente no terminal, por alguns momentos, obstruem o trânsito da Rua 26 de Junho, causando transtornos para a Guarda Municipal de Trânsito.

Atualmente o Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva possui 22 boxes comerciais, muitos deles destinados à venda de passagens, e 12 plataformas, sendo 6 destinadas ao transporte intermunicipal e 6 ao transporte interdistrital.

A TERCEIRIZAÇÃO NÃO SERIA A MELHOR SOLUÇÃO?

O Governo do Município anunciou no ano de 2012, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, que nutre o desejo de construir um novo terminal de passageiros para cidade de Boa Viagem, inclusive, nesse anuncio, destacou que já possui parte dos valores necessários para a sua construção, entretanto não adianta construir um novo local e permanecer com os velhos erros, pois a comunidade boa-viagense já percebeu que o poder público municipal possui alguns equipamentos que são verdadeiros “elefantes brancos” para edilidade.

Imagem do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, em 1984.

Esses “elefantes brancos” são: O Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva, o Camelódromo, o Mercado Público Municipal Jessé Alves da Silva, a Estação Experimental Walkmar Brasil Santos, o Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima e o Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima.
Esses são apenas alguns exemplos dos equipamentos que custaram caro aos cofres públicos e nem sempre cumprem a sua função social e lucrativa para o bom funcionamento da máquina administrativa.
Faz-se necessário o estudo de propostas e ideias que revitalizem a velha rodoviária e a utilizem como terminal dos veículos que fazem rota para os povoados da zona rural, tendo em vista que o trânsito do Centro já se encontra com graves problemas de mobilidade e de estacionamento.
O novo terminal rodoviário, para mostrar o seu valor, devera ter uma organização compatível com os outros equipamentos semelhantes e de mesmo valor que estão espalhados pelo nosso país.
A terceirização desse equipamento seria a melhor solução para o Município, tendo em vista que a prefeitura passaria a arrecadar e a cobrar da empresa licitante vencedora os resultados que ela não pôde produzir durante todos esses anos.

AS EMPRESAS DE ÔNIBUS QUE OPERAM NO TERMINAL:

No Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva destacamos a existência de várias empresas intermunicipais, entre elas destacamos:

  1. Gontijo = 88.3427-1304;
  2. Guanabara = 88.3427-1236;
  3. Itapemirim = 88.3427-1436;
  4. Nacional = 88.3427-1304;
  5. Princesa dos Inhamuns = 88.3427-1236.

Registramos ainda que nesse terminal existem veículos, em sua maioria ônibus, que no horário da manhã fazem linha para as principais vilas e povoados da zona rural do Município de Boa Viagem.

AS EMPRESA DE TURISMO QUE OPERAM NO TERMINAL:

No Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva opera apenas uma empresa nesse setor, sendo ela:

  • LVL Viagens = 88.3427-1236.

Embora exista essa empresa de turismo no terminal, a Secretaria da Cultura, Turismo e Lazer da prefeitura de Boa Viagem nunca apresentou um roteiro turístico oficial, embora à cidade de Boa Viagem possua um “City Tour” muito interessante.

O SERVIÇO DE TÁXI E MOTOTAXI:

No Município de Boa Viagem o serviço de moto-táxi é regulamentado pela lei nº 618, de 26 de agosto de 1996, já o de táxi pela lei nº 1.033, de 15 de julho de 2009, existindo uma associação desses profissionais atendendo nesse terminal.
No Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva existem em média 52 profissionais desse setor, sendo 12 taxistas e 40 moto-taxistas, que atendem seus clientes pelos telefones:

  • 88.3427-1818;
  • 88.3427-1409.

ALGUMAS INFORMAÇÕES ÚTEIS:

Ao passageiro que pretende utilizar esse terminal por alguns instantes, é bom que ele tenha conhecimento das seguintes informações:

  • Alimentação: No local existem pequenas lanchonetes que não recebem nenhum tipo de fiscalização sanitária;
  • Banheiros: Os banheiros desse terminal são bastante precários e com pouco ou quase nenhuma higiene, principalmente para os passageiros que precisam higienizar seus bebês;
  • Caixa-eletrônico: Por conta da insegurança desse local o terminal rodoviário não dispõe desse tipo de serviço;
  • Estacionamento: O terminal não possui estacionamento e geralmente os motoristas desavisados tomam o lugar dos ônibus, fato que gera transtornos no trânsito da Rua 26 de Junho;
  • Guarda-volumes: O terminal rodoviário também não dispõe desse serviço, fazendo com que a bagagem do passageiro fique exposta aos transeuntes;
  • Horário de funcionamento: Embora o terminal seja totalmente aberto, o comércio e as suas agências de passagem funcionam entre às 6h e 23h59min;
  • Posto de achados e perdidos: Infelizmente esse terminal não dispõe desse serviço.

O CONTATO:

Os canais de comunicação com o Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva são os seguintes:

  • Telefones:
  1. 88.3427-7001 (Gabinete da prefeitura);
  2. 88.3427-2963 (Orelhão);
  3. 88.3427-2964 (Orelhão).

BIBLIOGRAFIA:

  1. ALVES, José. Boa Viagem. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil. 1983.
  2. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.

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