AS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM

AS INFORMAÇÕES GERAIS:

Normalmente o sentido da palavra praça varia de população para população e de acordo com a cultura do lugar, uma praça geralmente é um espaço público urbano, livre de edificações e que propicia a convivência e a recreação para os seus usuários.

Imagem da Praça Antônio de Queiroz Marinho, em 2008.

Em nosso país a ideia de praça normalmente está associada à presença de ajardinamento, sendo que os espaços urbanos que são conhecidos por “largos”, em outros países, aonde nem sempre esses espaços possuem arborização, recebem outro tipo de tratamento, sendo conhecidas e classificadas muitas vezes como praças secas.
Em geral, esse tipo de espaço está associado à ideia de haver prioridade ao pedestre e a não acessibilidade de veículos, mas essa nem sempre é a regra.

A CLASSIFICAÇÃO DAS PRAÇAS:

De acordo com cada sentido que a palavra praça assume esses espaços podem ser classificados das seguintes formas:

  • Praça-jardim, espaço nos quais a contemplação de formação vegetal e a circulação são priorizadas;
  • Praça-seca, largos históricos ou espaços que suportam intensa circulação de pedestres;
  • Praça-azul, são as praças nas quais a água possui papel fundamental;
  • Praça-amarela, são os espaços e os calçadões existentes próximos as praias em geral.

O SURGIMENTO DAS PRAÇAS:

Talvez os primeiros espaços urbanos que tenham sido intencionalmente projetados para cumprirem o papel que hoje é dado às praças sejam a “ágora”, para os gregos, e o “fórum”, para os romanos.

Imagem da Praça Antônio de Queiroz Marinho, antes de 1964.

Imagem da Praça Antônio de Queiroz Marinho pouco tempo depois de sua construção.

Ambos os espaços possuíam, no contexto das cidades nas quais se inseriam, um aspecto simbológico bastante importante na cultura de cada um dos povos, pois eram a materialização de uma certa ideia de espaço público.
A ágora grega era o espaço no qual a limitação da esfera pública urbana estava claramente definida, aí se praticava a democracia direta, sendo o lugar, por excelência, da discussão e do debate de ideias entre os seus cidadãos, normalmente se delimitava por um mercado e demais edifícios, sendo que dela era possível ver a “acrópole”, a morada dos deuses na mitologia grega.
Já o fórum romano representava em si mesmo a monumentalidade do Estado, sendo que os indivíduos que por ele passassem estavam especialmente subordinados aos enormes prédios públicos que o configuravam.

A PRAÇA MEDIEVAL:

O fórum diferenciava-se da ágora na medida em que o espaço de discussão não era mais na praça pública, local aberto, mas no espaço fechado dos edifícios, nos quais o acesso era mais restrito.
Até meados do século XVIII o projeto de praça, como conhecemos hoje, estava normalmente restrito ao tratamento paisagístico de grandes palácios e nem sempre estava inserido no contexto urbano, a praça era para o deleite da nobreza e os grandes espaços públicos para o mercado, para o povão.
Os espaços livres existentes nas cidades configuravam-se de forma não ordenada, em geral devido à existência de mercados populares ou às entradas de igrejas e catedrais.
As praças que historicamente se formaram nas cidades europeias normalmente estão relacionadas com a configuração natural de um espaço livre a partir dos planos de edifícios que foram sendo construídos ao redor de construções importantes, como igrejas, catedrais e prédios públicos.

Imagem da Praça Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima, em 1965.

Contudo, existe uma série de exceções notáveis a esta constatação, especialmente durante o período barroco da arte e da urbanística europeia, quando as praças foram construídas para exercer o papel que conhecemos hoje.
Um momento de destaque, por exemplo, está relacionado ao período em que Felice Peretti, o futuro Papa Sixto V, atuou como prefeito da cidade de Roma, no qual houve um especial cuidado com o tratamento dos espaços públicos urbanos.
Durante o século XIX, com o trabalho em conjunto de arquitetos paisagistas, urbanistas e engenheiros as praças ganharam um melhor desenho.
Em nosso país o conceito de praça é popularmente associado às ideias de verde e de ajardinamento urbano, por esse motivo os espaços públicos similares às praças europeias medievais que normalmente se formaram a partir dos pátios das igrejas e mercados públicos são comumente chamados de adros ou largos.

AS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:

O Município de Boa Viagem possui dezenas de praças e não é novidade dizer que existe certo descuido do poder público para com esses locais, inclusive, alguns desses locais, carecem urgentemente de um reforma e da completa revitalização para os seus usuários, que muitas vezes são os seus agentes de destruição.
Uma praça é um importante espaço público de convívio e de lazer dos moradores, que precisa ser cuidado por todos, possui ainda a função de ter uma área verde, que favorece ao meio-ambiente, como também de se constituir em um ponto de referência e de encontro entre os turistas e seus moradores.

“A importância das cidades está, em muitos casos, ligadas à historia de suas ruas e praças, que se transformam em tradicionais pontos de encontro e para onde convergem os seus habitantes para as compras e para as conversas do dia-a-dia.” (PARAÍSO, 2011: p. 91)

Nas praças de nosso Município, atualmente, um problema observado e que merece ser destacado é que nos últimos anos elas tem servido mais aos comerciantes de gêneros alimentícios e brinquedos do que propriamente aos moradores, principalmente aos mais simples.

Imagem de ambulantes na praça, em 2017.

O feirante é beneficiado pela iluminação, segurança, pavimento, espaço e limpeza da praça, deixando de contribuir com o erário público e tirando vantagem de um espaço que é de todos.
As praças e as calçadas estão aos poucos perdendo a característica de espaço público e ganhado um maior status de ambiente particular, de exposição daqueles que podem consumir, enquanto aqueles que andam sem dinheiro, o cidadão que não pode consumir, tem de procurar outro espaço.

AS PRAÇAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:

  • Na cidade de Boa Viagem:
  1. Praça Antônio de Queiroz Marinho – Bairro Centro;
  2. Praça José de Queiroz Sampaio – Bairro Centro – (Desativada);
  3. Praça da Imagem de N. Srª da Boa Viagem – Bairro Boaviaginha;
  4. Praça da Infância – Bairro Recreio;
  5. Praça das Lágrimas – Bairro Centro;
  6. Praça de N. Srª Auxiliadora – Bairro de N. Srª de Fátima;
  7. Praça do Bairro Alto da Queiroz – Bairro Alto da Queiroz;
  8. Praça do Bairro de N. Srª de Fátima – Bairro de N. Srª de Fátima – (Desativada);
  9. Praça do Bairro Floresta – Bairro Floresta;
  10. Praça do Bairro Tibiquari – Bairro Tibiquari;
  11. Praça do Bairro Vila Azul – Bairro Vila Azul;
  12. Praça do Bairro Vila Holanda – Bairro Vila Holanda;
  13. Praça do Roque – Bairro Centro;
  14. Praça Maria Queiroz Marinho – Bairro Boaviaginha;
  15. Praça Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima – Bairro Centro;
  16. Praça Vereador José Vieira de Lima – Bairro Centro;
  17. Largo de N. Srª de Fátima – Bairro de N. Srª de Fátima.
  • Nas vilas:
  1. Praça Abílio Soares Campos – Vila de Guia;
  2. Praça Deonete Vieira da Silva – Vila de Olho d’Água dos Facundos;
  3. Praça Enoque Antero da Silva – Vila de Boqueirão;
  4. Praça Francisco Chagas de Mesquita – Vila de Poço da Pedra;
  5. Praça Francisco Genuíno Vieira – Vila de Ipiranga;
  6. Praça Francisco Lucas Marinho – Vila de Várzea da Ipoeira;
  7. Praça Francisco Martins Chaves – Vila de Olho d’Água do Bezerril;
  8. Praça Jacob Angelim de Sousa – Vila de Domingos da Costa;
  9. Praça José André do Nascimento – Vila de Boqueirão;
  10. Praça Maximiano Ribeiro Francelino – Vila de Águas Belas;
  11. Praça Antônio Martins Filho – Vila de Ibuaçu.

AS PRAÇAS RURAIS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:

  1. A Praça José Vieira da Silva – Madeira Cortada;
  2. A Praça José Vieira FilhoConceição;
  3. Praça Manoel Bezerra CavalcanteTaperinha;
  4. Praça Maria AlfredoCamará dos Timóteos;
  5. A Praça da Brasileira – Brasileira;
  6. Praça da Várzea da Arara – Várzea da Arara;
  7. A Praça da Várzea da TaperaVárzea da Tapera;
  8. A Praça de Lajes dos Sousas – Lajes dos Sousas;
  9. Praça de Santa Terezinha – Santa Terezinha;
  10. A Praça do Alto do Descanso – Alto do Descanso;
  11. A Praça do Assentamento Boa VenturaAssentamento Boa Ventura;
  12. A Praça do Bom Jesus – Bom Jesus;
  13. A Praça do CatoléCatolé;
  14. Praça do Ipu – Ipu;
  15. Praça do Jatobá – Jatobá;
  16. A Praça do Poço do Gado – Poço do Gado;
  17. A Praça do Tabuleiro Alegre – Tabuleiro Alegre;
  18. A Praça do TrapiáTrapiá;
  19. Praça do Xique-Xique – Xique-Xique.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CARVALHO FILHO, José Candido de. Boa Viagem de minha infância. Rio de Janeiro, Thesaurus/Itiquira, 2008.
  2. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Boa Viagem: Rua, Praças e Avenidas. Boa Viagem: Guarany, 1986.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Um Pouco de Boa Viagem. Boa Viagem: Guarany, 1990.
  5. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  6. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
  7. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.