Francisco de Oliveira Mota

Francisco de Oliveira Mota nasceu no dia 5 de maio de 1902 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Ignácio de Sousa Mota e de Ana de Sousa Mota.
No dia 6 de julho, seguindo os costumes da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Durante muitos anos foi comerciante e agropecuarista, sendo proprietário da Fazenda Juazeiro, onde era conhecido na região pelo apelido de “França Mota”.
Segundo informações existentes no livro B-07, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 20, folha 56v, no dia 16 de fevereiro de 1926, aos 23 anos de idade, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com Maria dos Anjos de Sousa, que nasceu no dia 16 de maio de 1905, sendo filha de Antônio de Sousa Balbino e de Maria Jovelina de Sousa.
Desse matrimônio foram gerados onze filhos, sete homens e quatro mulheres, sendo eles: Raimundo de Oliveira Mota, Antônio de Oliveira Mota, Francisco de Oliveira Mota, Antônia de Oliveira Mota, Luís de Oliveira Mota, Melquiades de Oliveira Mota, Inácio de Oliveira Mota, Socorro de Oliveira Mota, Edite Oliveira Batista, Júlio de Oliveira Mota e Iracema de Oliveira Mota.

Imagem da família Oliveira Mota em uma de suas viagens.

Nos últimos anos da década de 1920, quando tinha apenas 26 anos de idade, apoiou a decisão de seu pai para concorrer por uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, não seguindo o caminho político por conta da Revolução de 1930, que extinguiu as Câmaras Municipais:

“Militando nos quadros políticos do PRC – o Partido Republicado Conservador, conseguiu ser eleito para uma das cadeiras do Poder Legislativo da Câmara Municipal de Vereadores do Município de Boa Viagem na legislatura que se estendeu entre 1928 a 1930.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/ignacio-de-sousa-mota/. Acesso no dia 6 de dezembro de 2016)

Pouco tempo depois do fim do mandato de seu pai, por conta de uma grave estiagem, que afetou a safra agrícola e diminuiu os rebanhos da região, no dia 20 de maio de 1931, tomou conhecimento da decisão do Dr. Manoel do Nascimento Fernandes Távora, interventor federal do Estado, do decreto que extinguiu o Município de Boa Viagem:

“O interventor federal do Estado do Ceará, Manoel do Nascimento Fernandes Távora, considerando que a atual organização municipal deve ser modificada por não atender ao interesse público; Considerando que, para a constituição de qualquer Município, se torna necessária uma população nunca menor de quinze mil habitantes, uma renda anual não inferior a trinta contos de reis e outros fatores de valor; Considerando que muitos dos atuais Municípios não preenchem esses requisitos, sendo meras expressões territoriais, sem vida própria. Considerando que, dest’art, para proporcionar aos Municípios uma existência normal, se impõe a supressão de alguns deles, decreta: Art. 1º – O território do Estado divide-se, administrativamente; em 51 Municípios e estes em distritos. Art. 4º – Ficam extintos os seguintes Municípios:…. Campos Sales, Conceição do Cariry, Santa Cruz, Várzea Alegre…. Boa Viagem que passará respectivamente a fazer parte do Município de Quixeramobim…” (CAVALCANTE MOTA, 1989: p. 38-39)

Depois disso, no dia 30 de janeiro de 1934, juntamente com os seus familiares, partilhou da perda de seu pai, que faleceu vítima de uma cirrose hepática.
Durante alguns anos, depois que foi convencido a morar na cidade pelos seus filhos, passou a residir com a sua esposa na Rua Sargento Valdir Soares, nº 33, no Bairro Boaviaginha.
Segundo informações existentes no livro C-11, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.017, folha 32, faleceu na cidade de Boa Viagem, no dia 29 de abril de 1971, aos 69 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado no mausoléu da família que existe no Cemitério Parque da Saudade, localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.

Imagem do túmulo da Família Oliveira Mota, em 2016.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CAVALCANTE MOTA, José Aroldo. História Política do Ceará, 1930-1945. Fortaleza: Stylus Comunicações, 1989.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de batismos. 1898-1905. Livro A-08. Tombo nº 164. Página 92v.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de casamentos. 1924-1930. Livro B-07. Tombo nº 20. Página 56v.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Ignácio de Sousa Mota. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/ignacio-de-sousa-mota/. Acesso no dia 6 de dezembro de 2016.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na administração do Prefeito Benjamim Alves da Silva, embora sem legislação que lhe ampare, uma das ruas do Bairro Centro, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.