AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:
O Olho d’Água dos Facundos é uma vila existente na zona rural do Município de Boa Viagem, sendo a sede do Distrito de Olho d’Água dos Facundos, distante pouco mais de 28 quilômetros do Centro da cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
Dentro da divisão politico-geográfica, em relação ao Marco Zero, essa vila está localizada na região oeste do Município de Boa Viagem.
A ORIGEM DE SEU TOPÔNIMO:
Designação toponímica classificada como complexa, a nomenclatura dessa vila faz referência a posse de uma localidade pertencente a José Facundo da Costa e a sua esposa, Maria Amélia Facundo Carneiro, que constituíram uma grande família no Município de Boa Viagem. Essa propriedade foi adquirida por compra no dia 7 de julho de 1902, sendo o seu antigo proprietário Manuel Duarte de Araújo.
Nessa época, ao se estabelecerem nessa região, havia algumas nascentes d’água, algo muito precioso, especialmente nos momentos de estiagem para aplacar a sede de seus rebanhos.
“Nessa localidade, existiam vários olhos d’água naturais, e os fundadores eram da Família Facundo. Daí o nome Olho d’Água dos Facundos. O povoado começou com o estabelecimento de três família e no presente possui mais de cinquenta.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 23)
AS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Nos primeiros anos do século XX, encontrando uma fonte perene d’água que corria para um riacho, denominado de Santa Clara, os seus primeiros habitantes se deslocaram da localidade de lajes e construíram as suas casas nessas cercanias, que conseguiu aos poucos ganhar visibilidade de projeção econômica por ser cortada por uma rodovia estadual.
“Os seus primeiros habitantes foram José Facundo da Costa e sua esposa, Maria Amélia Facundo Carneiro, que gerou 19 filhos. Viveram e morreram nessa localidade, em meados da década de 50.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 23)
Nesse mesmo período, desejando explorar comercialmente a sua localização, que é estratégica, alguns dos seus habitantes resolveram investir na abertura de pequenos estabelecimentos, onde eram frequentados regularmente pelos passageiros dos veículos que geralmente iam e vinham da cidade de Boa Viagem.
Entre esses comerciantes, nos primeiros anos da década de 1930, destacou-se o nome de Manoel Quinca, que investiu muitos esforços para abertura e conservação das estradas vicinais que cortavam o Município, conforme matéria publicada na página 13 do jornal A Razão, edição do dia 6 de dezembro de 1936.
Em acordo com a referida matéria, sendo que nessa época o Município de Boa Viagem havia perdido a sua autonomia administrativa, as políticas públicas de investimento nessa região passaram a depender em suas melhorias daquilo que era determinado pelo gabinete da Prefeitura de Quixeramobim:
“O sub-prefeito de Boa Viagem, pessoa que vivendo sempre na Serra do Baturité, foi daí conduzido por seu irmão, Chagas Araújo, para aquela pobre vila… Ora, um cidadão completamente alheio à gleba que vai dirigir, não tem como fugir a desafeição que hoje lhe votam os filhos da terra a que superintende… Ainda mais, iniciando Manuel Quinco, agricultor naquela zona, uma estrada da Serra da Guia para Telha, afim de transitar um carro próprio, Acúrcio Araújo prometeu a tal senhor auxiliá-lo por intermédio da Prefeitura, para isso pediu-lhe que assinasse um recibo em uma folha em papel em branco, sem selo, por sinal, dizendo que em Boa Viagem enchia o recibo na máquina, num total de quatrocentos mil réis, do qual logo descontou o imposto do veículo de Manuel Quico, num total de cento e seis mil réis, entregando, pois, ao mencionado lavrador a soma restante – duzentos e noventa e quatro mil réis… Acontece, porém, que, quando em dias de agosto ou setembro, o prefeito de Quixeramobim publicou o balancete do distrito em questão, publicação que foi feita em virtude de uma nota publicada em ‘O Nordeste’, daqueles dias, saiu a importância paga a Manuel Quinco como tendo sido um conto seiscentos e quatorze mil réis (leiam e pasmem), em vez de quatrocentos mil réis.”
Diante disso, sem um mecanismo de fiscalização eficaz dos seus gastos nessa região, esse fato fez explodir publicamente fora de seus limites um escândalo de corrupção naquilo que era investido pelo poder público em benefício de sua população.
Mais tarde, no intuito de fortalecer os seus laços familiares e de fé, os seus moradores resolveram construir uma pequena capela, que foi erguida em forma de mutirão.
“Localizada bem no centro da vila de Olho d´Água dos Facundos, no Município de Boa Viagem, foi construída entre os anos de 1947 e 1950, sendo edificada em um terreno doado por Joaquim Facundo da Costa e sua esposa, Florinda Idalina da Silva.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 108)
Essa capela foi construída durante o paroquiato do Pe. Francisco Clineu Ferreira, quando ela ainda esteva dentro do território geográfico da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem:
“Edificada no paroquiato do Padre Francisco Clineu Ferreira, que aqui esteve de 16 de fevereiro de 1946 a 9 de abril de 1950.” (NASCIMENTO, 2002: p. 103)
Pouco tempo depois, nessa região, se estabeleceu um grupo de paraibanos de confissão protestante, que conseguindo cultivar um bom relacionamento com aqueles de confissão católica, também ergueu o seu pequeno templo.
“Ao chegarem a este Município, adquiriram uma propriedade de 500ha., localizado nas proximidades da vila de Olho d’Água dos Facundos, que era pertencente a Francisco de Sousa Jales, pela quantia de 80 mil contos de réis.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 195)
Muitos anos depois, no dia 11 de outubro de 2001, por meio da lei nº 779, diante do seu potencial desenvolvimento econômico, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, parte dos territórios do Distrito de Guia e do Distrito de Ibuaçu foram juntos para criação do Distrito de Olho d’Água dos Facundos, sendo essa localidade elevada para condição de vila.
“Distrito do Município de Boa Viagem – CE, criado.. com territórios constituídos por partes dos Distritos de Guia e Ibuaçu, e com sede no povoado de igual nome, então elevado à categoria de vila.” (PELOSI FALCÃO, 2005: p. 506)
No fim da tarde do dia 24 de setembro de 2019, em sua praça, na gestão do Vereador José Anchieta Paiva Chaves, ocorreu a primeira sessão itinerante nessa vila promovida pela Câmara Municipal de Vereadores, tendo por intuito ouvir as demandas necessárias ao bem estar de sua população.
Nos últimos meses de 2023, na gestão do Prefeito José Carneiro Dantas Filho – o Régis Carneiro, algumas ruas dessa vila receberam pavimentação em manta asfática.
AS LOCALIDADES DE SUA VIZINHANÇA:
O principal acesso para vila de Olho d’Água dos Facundos, saindo da cidade de Boa Viagem, é feito por via terrestre através da Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020, seguindo pela Rodovia Estadual CE-168, que passa no centro da vila.
A vila de Olho d’Água dos Facundos tem em sua vizinhança as seguintes localidades: Cabeça do Boi, Caieiras, Camará dos Aderaldos, Inharé, Sibiró e Várzea do Exu.
OS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA VILA:
Na vila do Olho d’Água dos Facundos, que no presente possui um pouco mais de dez ruas, os seus habitantes possuem alguns equipamentos para facilitar as suas vidas, bem como a dos moradores de sua vizinhança, sendo eles:
- A Areninha;
- A Capela de Nossa Senhora da Paz;
- A Escola de Ensino Fundamental Walkmar Brasil Santos;
- A Igreja Evangélica Congregacional de Olho d’Água dos Facundos;
- A Praça Deonete Vieira da Silva;
- O Posto da Saúde
- O Posto dos Correios.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PELOSI FALCÃO, Marlio Fábio. Dicionário Toponímico, Histórico e Geográfico do Nordeste. Fortaleza: Artlaser, 2005.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Capela de Nossa Senhora da Paz. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/capela-de-nossa-senhora-da-paz-olho-dagua-dos-facundos/. Acesso no dia 14 de setembro de 2019.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A Escola de Ensino Fundamental Walkmar Brasil Santos. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/escola-de-ensino-fundamental-walkmar-brasil-santos/. Acesso no dia 14 de setembro de 2019.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Igreja Evangélica Congregacional de Várzea da Tapera. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/igreja-evangelica-congregacional-de-olho-dagua-dos-facundos/. Acesso no dia 14 de setembro de 2019.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Praça Deonete Vieira da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/praca-deonete-vieira-da-silva/. Acesso no dia 14 de setembro de 2019.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Posto da Saúde. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/posto-da-saude-da-vila-de-olho-dagua-dos-facundos/. Acesso no dia 14 de setembro de 2019.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2010.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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