AS INFORMAÇÕES GERAIS:
Normalmente o sentido da palavra praça varia de população para população e de acordo com a cultura do lugar, uma praça geralmente é um espaço público urbano, livre de edificações e que propicia a convivência e a recreação para os seus usuários.
Em nosso país a ideia de praça normalmente está associada à presença de ajardinamento, sendo que os espaços urbanos que são conhecidos por “largos”, em outros países, aonde nem sempre esses espaços possuem arborização, recebem outro tipo de tratamento, sendo conhecidas e classificadas muitas vezes como praças secas.
Em geral, esse tipo de espaço está associado à ideia de haver prioridade ao pedestre e a não acessibilidade de veículos, mas essa nem sempre é a regra.
A CLASSIFICAÇÃO DAS PRAÇAS:
De acordo com cada sentido que a palavra praça assume esses espaços podem ser classificados das seguintes formas:
- Praça-jardim, espaço nos quais a contemplação de formação vegetal e a circulação são priorizadas;
- Praça-seca, largos históricos ou espaços que suportam intensa circulação de pedestres;
- Praça-azul, são as praças nas quais a água possui papel fundamental;
- Praça-amarela, são os espaços e os calçadões existentes próximos as praias em geral.
O SURGIMENTO DAS PRAÇAS:
Talvez os primeiros espaços urbanos que tenham sido intencionalmente projetados para cumprirem o papel que hoje é dado às praças sejam a “ágora”, para os gregos, e o “fórum”, para os romanos.
Ambos os espaços possuíam, no contexto das cidades nas quais se inseriam, um aspecto simbológico bastante importante na cultura de cada um dos povos, pois eram a materialização de uma certa ideia de espaço público.
A ágora grega era o espaço no qual a limitação da esfera pública urbana estava claramente definida, aí se praticava a democracia direta, sendo o lugar, por excelência, da discussão e do debate de ideias entre os seus cidadãos, normalmente se delimitava por um mercado e demais edifícios, sendo que dela era possível ver a “acrópole”, a morada dos deuses na mitologia grega.
Já o fórum romano representava em si mesmo a monumentalidade do Estado, sendo que os indivíduos que por ele passassem estavam especialmente subordinados aos enormes prédios públicos que o configuravam.
A PRAÇA MEDIEVAL:
O fórum diferenciava-se da ágora na medida em que o espaço de discussão não era mais na praça pública, local aberto, mas no espaço fechado dos edifícios, nos quais o acesso era mais restrito.
Até meados do século XVIII o projeto de praça, como conhecemos hoje, estava normalmente restrito ao tratamento paisagístico de grandes palácios e nem sempre estava inserido no contexto urbano, a praça era para o deleite da nobreza e os grandes espaços públicos para o mercado, para o povão.
Os espaços livres existentes nas cidades configuravam-se de forma não ordenada, em geral devido à existência de mercados populares ou às entradas de igrejas e catedrais.
As praças que historicamente se formaram nas cidades europeias normalmente estão relacionadas com a configuração natural de um espaço livre a partir dos planos de edifícios que foram sendo construídos ao redor de construções importantes, como igrejas, catedrais e prédios públicos.
Contudo, existe uma série de exceções notáveis a esta constatação, especialmente durante o período barroco da arte e da urbanística europeia, quando as praças foram construídas para exercer o papel que conhecemos hoje.
Um momento de destaque, por exemplo, está relacionado ao período em que Felice Peretti, o futuro Papa Sixto V, atuou como prefeito da cidade de Roma, no qual houve um especial cuidado com o tratamento dos espaços públicos urbanos.
Durante o século XIX, com o trabalho em conjunto de arquitetos paisagistas, urbanistas e engenheiros as praças ganharam um melhor desenho.
Em nosso país o conceito de praça é popularmente associado às ideias de verde e de ajardinamento urbano, por esse motivo os espaços públicos similares às praças europeias medievais que normalmente se formaram a partir dos pátios das igrejas e mercados públicos são comumente chamados de adros ou largos.
AS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:
O Município de Boa Viagem possui dezenas de praças e não é novidade dizer que existe certo descuido do poder público para com esses locais, inclusive, alguns desses locais, carecem urgentemente de um reforma e da completa revitalização para os seus usuários, que muitas vezes são os seus agentes de destruição.
Uma praça é um importante espaço público de convívio e de lazer dos moradores, que precisa ser cuidado por todos, possui ainda a função de ter uma área verde, que favorece ao meio-ambiente, como também de se constituir em um ponto de referência e de encontro entre os turistas e seus moradores.
“A importância das cidades está, em muitos casos, ligadas à historia de suas ruas e praças, que se transformam em tradicionais pontos de encontro e para onde convergem os seus habitantes para as compras e para as conversas do dia-a-dia.” (PARAÍSO, 2011: p. 91)
Nas praças de nosso Município, atualmente, um problema observado e que merece ser destacado é que nos últimos anos elas tem servido mais aos comerciantes de gêneros alimentícios e brinquedos do que propriamente aos moradores, principalmente aos mais simples.
O feirante é beneficiado pela iluminação, segurança, pavimento, espaço e limpeza da praça, deixando de contribuir com o erário público e tirando vantagem de um espaço que é de todos.
As praças e as calçadas estão aos poucos perdendo a característica de espaço público e ganhado um maior status de ambiente particular, de exposição daqueles que podem consumir, enquanto aqueles que andam sem dinheiro, o cidadão que não pode consumir, tem de procurar outro espaço.
AS PRAÇAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:
- Na cidade de Boa Viagem:
- A Praça Antônio Alves Barbosa – Bairro Tibiquari;
- A Praça Antônio de Queiroz Marinho – Bairro Centro;
- A Praça José de Queiroz Sampaio – Bairro Centro – (Desativada);
- A Praça José Nascimento de Sousa – Bairro Vila Azul;
- A Praça da Imagem de N. Srª da Boa Viagem – Bairro Boaviaginha;
- A Praça da Infância – Bairro Recreio;
- A Praça das Lágrimas – Bairro Centro;
- A Praça de N. Srª Auxiliadora – Bairro de N. Srª de Fátima;
- A Praça do Bairro Alto da Queiroz – Bairro Alto da Queiroz;
- A Praça do Bairro de N. Srª de Fátima – Bairro de N. Srª de Fátima – (Desativada);
- A Praça do Bairro Floresta – Bairro Floresta;
- A Praça do Bairro Tibiquari – Bairro Tibiquari;
- A Praça do Bairro Vila Holanda – Bairro Vila Holanda;
- A Praça do Roque – Bairro Centro;
- A Praça Maria Queiroz Marinho – Bairro Boaviaginha;
- A Praça Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima – Bairro Centro;
- A Praça Vereador José Vieira de Lima – Bairro Centro;
- O Largo de N. Srª de Fátima – Bairro de N. Srª de Fátima.
- Nas vilas:
- A Praça Abílio Soares Campos – Vila de Guia;
- A Praça Antônio Martins Filho – Vila de Ibuaçu
- A Praça Deonete Vieira da Silva – Vila de Olho d’Água dos Facundos;
- A Praça Enoque Antero da Silva – Vila de Boqueirão;
- A Praça Francisco Chagas de Mesquita – Vila de Poço da Pedra;
- A Praça Francisco Genuíno Vieira – Vila de Ipiranga;
- A Praça Francisco Lucas Marinho – Vila de Várzea da Ipoeira;
- A Praça Francisco Martins Chaves – Vila de Olho d’Água do Bezerril;
- A Praça Jacob Angelim de Sousa – Vila de Domingos da Costa;
- A Praça José André do Nascimento – Vila de Boqueirão;
- A Praça Maria Jovelina do Nascimento Martins – Vila de Olho d’Água do Bezerril;
- A Praça Maximiano Ribeiro Francelino – Vila de Águas Belas.
AS PRAÇAS RURAIS DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM:
- A Praça José Vieira da Silva – Madeira Cortada;
- A Praça José Vieira Filho – Conceição;
- A Praça Leandro Costa Leitão – Fazenda Nova;
- A Praça Manoel Bezerra Cavalcante – Taperinha;
- A Praça Maria Alfredo – Camará dos Timóteos;
- A Praça Severino Manoel dos Santos – Várzea da Arara;
- A Praça da Brasileira – Brasileira;
- A Praça da Várzea da Tapera – Várzea da Tapera;
- A Praça de Lajes dos Sousas – Lajes dos Sousas;
- A Praça de Santa Terezinha – Santa Terezinha;
- A Praça do Alto do Descanso – Alto do Descanso;
- A Praça do Assentamento Boa Ventura – Assentamento Boa Ventura;
- A Praça do Bom Jesus – Bom Jesus;
- A Praça do Catolé – Catolé;
- A Praça do Inharé – Inharé;
- A Praça do Ipu – Ipu;
- A Praça do Jatobá – Jatobá;
- A Praça do Poço do Gado – Poço do Gado;
- A Praça do Tabuleiro Alegre – Tabuleiro Alegre;
- A Praça do Trapiá – Trapiá;
- A Praça do Xique-Xique – Xique-Xique.
BIBLIOGRAFIA:
- CARVALHO FILHO, José Candido de. Boa Viagem de minha infância. Rio de Janeiro, Thesaurus/Itiquira, 2008.
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Boa Viagem: Rua, Praças e Avenidas. Boa Viagem: Guarany, 1986.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Um Pouco de Boa Viagem. Boa Viagem: Guarany, 1990.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.