Manuel Magalhães Gomes

Manuel Magalhães Gomes nasceu no dia 1º de outubro de 1922 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Rufino Magalhães Gomes e de Maria Ximenes Magalhães.
Os seus avós paternos se chamavam Joaquim Gomes da Silva e Maria Rosário da Conceição já os maternos ainda nos são desconhecidos.
Alguns dias depois, em 10 de dezembro, na Capela de São José, na vila de Águas Belas, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o sacramento do batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Socorro, atualmente denominado de Ibuaçu, onde passou grande parte de sua existência.

“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 29 de outubro de 2017)

Pouco tempo depois do seu nascimento, no dia 17 de outubro de 1929, quando estava prestes a completar sete anos de idade, juntamente com os seus familiares foi surpreendido pelo inesperado falecimento de sua mãe.
Mais tarde, estando viúvo, o seu pai contraiu um novo relacionamento conjugal, dessa vez com Irene Vieira, que passou a ser a sua madrasta.
Nos últimos meses de 1938, quando tinha apenas 16 anos de idade, recebeu com alegria a notícia da elevação de sua localidade para sede de Distrito, que alguns anos mais tarde, no dia 30 de dezembro de 1943, teve a sua nomenclatura alterada de vila de Socorro para vila de Ibuaçu, local onde aos poucos conseguiu construir uma grande liderança política.

“O Distrito de Ibuaçu é o conjunto de vinte e uma comunidades rurais que anteriormente pertenciam aos Distritos de Jacampari e de Boa Viagem. Ele foi criado na gestão do Prefeito José Rangel de Araújo através da lei estadual nº 448, do dia 20 de dezembro de 1938, com o nome de Socorro. Com a criação desse Distrito o povoado de Socorro, por sua maior capacidade de desenvolvimento econômico e social, foi elevado à condição de vila e deu nome ao Distrito.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/historia-do-distrito-de-ibuacu/. Acesso no dia 29 de outubro de 2017)

Segundo informações existentes no livro B-01, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, tombo nº 20, página 27v, no dia 29 de fevereiro de 1948, na cidade de Madalena, diante do Pe. Raimundo Nonato Camelo, contraiu matrimônio com Maria Conceição Rodrigues Gomes, que nasceu no dia 11 de dezembro de 1927, sendo filha de Raimundo Rodrigues Cavalcante e de Maria Auxilia Costa.

Imagem de Manuel Magalhães Gomes e sua esposa.

Pouco tempo depois, no dia 14 de março de 1950, segundo informações existentes no livro B-01, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 72, folha 50v, confirmou os seus votos em um cerimônia civil na localidade de Boqueirão.
De seu matrimônio foram gerados vários filhos, dentre eles destacamos: Maria Gaby Gomes, Manuel Gomes Filho, Maria Gláucia Gomes, Agripino Rodrigues Gomes Magalhães, Luciano Rodrigues Gomes de Magalhães, Francisca Guacira Gomes e Washington Luís Gomes Magalhães.
Alguns anos mais tarde, no pleito eleitoral que ocorreu no dia 15 de novembro de 1966, desejando entrar na vida pública do Município de Boa Viagem por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da ARENA 2 – a Aliança Renovadora Nacional, depois de uma acirrada campanha, conseguiu ser eleito ao receber a confiança de 299 eleitores, ficando entre os sete vereadores de maior votação de sua coligação.
No dia 29 de setembro de 1967, no exercício de seu primeiro mandato, apresentou projeto de indicação à mesa diretora da Câmara solicitando ao gabinete do prefeito a construção e a manutenção dos cemitérios nas seguintes localidades: Bela Aliança, Mata Fria, Várzea da Ipoeira, Campinas, Lembranças, Massapê dos Paés, Ibuaçu, Guia, Águas Belas, Jacampari e Domingos da Costa.
Algum tempo depois, no dia 15 de novembro de 1968, na Câmara Municipal, solicitou a iluminação das principais ruas das vilas de Ibuaçu e Jacampari; a construção de escolas nas localidades de Lajes dos Sousas, Massapê dos Paés e Floresta; a instalação de postos de saúde nas vilas de Ibuaçu, Jacampari e Domingos da Costa.
Nessa legislatura, dando apoio aos projetos vindos do gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, aprovou dotação orçamentaria para implantação de um tiro de guerra no Município de Boa Viagem; aprovou a aquisição de uma propriedade e a posterior construção do Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima; aprovou a doação da propriedade em que foi construída uma agência do BEC – o Banco do Estado do Ceará e aprovou a implantação do SAAE – o Serviço Autônomo de Água e Esgoto na cidade de Boa Viagem.
Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1970, ainda compondo a bancada da ARENA, desejando a sua reeleição, conseguiu receber apenas 351 votos, ficando na suplência de seu partido na legislatura que ficou conhecida no meio político como o “Mandato Tampão”:

“Visando unificar o período das eleições majoritárias e proporcionais no país, a Justiça Eleitoral, baseada na nova legislação em vigor, determinou que os candidatos, eleitos em 15 de novembro de 1970, deveriam ter um mandato mais curto de maneira que, na próxima eleição, fossem eleitos do presidente da república ao vereador no mesmo pleito.” (CAVALCANTE COSTA, 2002: p. 357)

Na eleição municipal que ocorreu no dia 15 de novembro de 1972, ainda nos quadros políticos da ARENA, recebeu apenas 236 votos, ficando na primeira suplência de sua coligação até que, no dia 7 de agosto de 1976, com o assassinato do Vereador José Jôfre da Silva, tomou posse de sua cadeira como suplente até o fim desse mandato.
Pouco tempo depois, no pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1976, ainda compondo os quadros políticos da ARENA, conseguiu retomar a sua cadeira no Poder Legislativo para o exercício de seu terceiro mandato eletivo.
Nessa legislatura, que foi prorrogada por mais dois anos, dando apoio aos projetos vindos do gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, aprovou orçamento da construção do Centro Administrativo Gov. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a instalação do projeto sertanejo; a construção do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva; a construção do Terminal Aéreo Cel. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a construção do Açude da Massangana; a construção das muralhas do Estádio Municipal Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e a instalação da EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará.
No dia 15 de novembro de 1982, envolvido em uma nova campanha eleitoral, dessa vez compondo os quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 1.604, conseguiu receber a confiança de apenas 376 votos, ficando mais uma vez na suplência de sua coligação.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado, fato que muito lhe prejudicou: 

“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)

Algum tempo depois, na sessão ordinária ocorrida no dia 31 de maio de 1985, depois de uma licença médica solicitada pelo Vereador José Mendes Vieira, assumiu a sua cadeira pelo prazo de 90 dias.
Mais tarde, em uma sessão ordinária ocorrida no dia 20 de setembro de 1985, retornou à Câmara Municipal assumindo a cadeira deixada pelo Vereador Adonias Vieira da Silva, que solicitou uma licença médica de 120 dias.
Na sessão ordinária ocorrida no dia 3 de abril de 1987 foi a vez de assumir a cadeira deixada pelo Vereador Raimundo Alves Batista, que solicitou uma licença médica por 90 dias.
Pouco tempo depois, no dia 10 de setembro de 1987, em uma nova sessão ordinária, prestou juramento de sua função como edil depois da licença de 90 dias solicitada pelo Vereador Antônio Argeu Nunes Vieira.
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e a instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e uma Agência da Previdência Social.
No pleito seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, dessa vez militando nos quadros políticos do PFL – o Partido da Frente Liberal, com a legenda nº 25.618, conseguiu receber apenas 249 votos, ficando mais uma vez na suplência de sua coligação.

Imagem da Família Magalhães Gomes, em 2015.

Nos primeiros meses de 2012, já em avançada idade, juntamente com a sua esposa foi levado pelos seus filhos para cidade de Fortaleza, onde tinha a oportunidade de receber melhor assistência médica.
Na eleição estadual ocorrida no dia 5 de outubro de 2014, embora estando fora da vida pública há muitos anos, deu total apoio ao projeto de um de seus filhos, o médico ortopedista Dr. Agripino Gomes, em pleitear uma das cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado.
No dia 6 de junho de 2017, depois de sessenta e nove anos de vida conjugal, juntamente com os seus familiares, foi surpreendido pelo falecimento de sua estimada esposa.
Na manhã do dia 17 de maio de 2020, ainda na cidade de Fortaleza, veio a óbito aos 98 anos de idade com suspeita de COVID-19.
Logo após o seu falecimento o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Paz, que está localizado na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, nº 4454, Passaré.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CAVALCANTE COSTA, João Eudes. Retalhos da História de Quixadá. Fortaleza: ABC Editora, 2002.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos batismos. 1920-1923. Livro A-15. Tombo nº 916. Página 92v.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO. Livro de registro de casamentos. 1947-1951. Livro B-01. Tombo nº 20. Página 27v.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
  6. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História do Distrito de Ibuaçu. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/historia-do-distrito-de-ibuacu/. Acesso no dia 29 de outubro de 2017.
  7. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.