Antônio Argeu Nunes Vieira nasceu no dia 29 de julho de 1962 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Francisco Diniz Vieira e de Ercília Nunes Vieira.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Genuíno Vieira e Antônia Vieira Diniz, já os maternos eram Raimundo Nunes de Lima e Maria Francisca de Jesus.
Em sua infância e adolescência habitou com os seus pais nas proximidades do povoado de Ipiranga, em uma localidade ainda hoje denominada de Bolívia.
Nessa época, quando chegou o tempo de frequentar os bancos escolares, foi matriculado por seus pais na Escola de Ensino Fundamental Manoel Genuíno Vieira, onde foi alfabetizado.
Pouco tempo depois, não tendo como avançar nos estudos nessa localidade, passou a residir na casa do Prefeito Benjamim Alves da Silva, onde foi carinhosamente adotado como pupilo, sendo matriculado na Escola de Ensino Médio Dom Terceiro.
Mais tarde, no dia 5 de março de 1982, segundo informações existentes no livro B-05, pertencentes ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.719, folha 35v, contraiu matrimônio com Maria Alzira Lima Vieira, que é nascida no dia 27 de janeiro de 1964, sendo filha do Vereador Francisco Joel Lima e Silva e de Terezinha Pinto Lima e Silva.
“No início da década de 1970, sendo muito querido pela população de Boa Viagem, decidiu envolver-se na vida pública colocando o seu nome da disputa por uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores.” (SILVA JÚNIOR, 2018: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-joel-lima-e-silva/. Acesso no dia 3 de abril de 2022)
Desse matrimônio foram gerados três filhos, um homem e duas mulheres, sendo eles: Tereza Ercília Lima Vieira Barbosa, Amanda Lima Vieira e Antônio Argeu Nunes Vieira Filho.
Nesse mesmo ano, no dia 15 de novembro, compondo os quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, seguindo o caminho de seu sogro e de seu tutor político, Benjamim Alves da Silva, ingressou na vida pública pleiteando uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores e com o lema “mocidade e trabalho”, legenda nº 1.616, conseguiu ser eleito ao receber a confiança de 774 votos, sendo o quinto vereador com a maior votação desse pleito.
Embora tenha construído uma campanha exitosa, nessa mesma época um grave escândalo envolvendo o seu nome estampou às paginas policiais do Estado, matéria que foi veiculada também na TV Verdes Mares no programa policial denominado de “Mão Branca, onde chegou a ser preso e acusado de estar envolvido com o furto de veículos.
“O COE acaba de desbaratar uma poderosa gangue de ladrões de carros com várias ramificações em várias cidades do interior do Estado, principalmente em Boa Viagem, onde até o prefeito foi acusado de haver comprado um fusca roubado. Na Central de Polícia está preso o candidato a vereador pelo PDS de Boa Viagem, Argeu Nunes Vieira, um dos principais envolvidos no caso… Até o momento o COE apreendeu 14 carros roubados, faltando ainda ser localizados 18 carros… Argeu Vieira foi preso nesta capital por uma equipe do COE quando se encontrava na casa de seu sogro, na Rua Abelardo Marinho, nas proximidades da rodoviária.” (PIO, 1982: página 16)
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo, sob a pena de ter o seu voto anulado:
“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)
Pouco tempo depois de sua posse, no dia 18 de março de 1983, solicitou uma licença por interesse particular para resolver problemas com à justiça, sendo substituído nessa ocasião pelo suplente, o Vereador Eduardo Patrício de Almeida, reassumindo a sua cadeira no dia 18 de janeiro de 1985.
Mais tarde, no dia 10 de setembro de 1987, em uma nova sessão ordinária, pediu uma licença de 90 dias para tratamento médico, sendo substituído nessa ocasião pelo Vereador Manuel Magalhães Gomes.
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou grande parte dos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da TELECEARÀ e a instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e uma Agência da Previdência Social.
No pleito seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, ainda militando na bancada do PDS, dessa vez com a legenda nº 11.601, foi conduzido ao seu segundo mandato depois de receber a confiança de 728 eleitores, sendo o segundo vereador de maior votação dessa disputa.
Pouco tempo depois, no dia 6 de janeiro de 1989, foi nomeado pelo Gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva como líder do governo, dando sustentação de defesa aos atos do Poder Executivo no plenário da Câmara Municipal.
Mais tarde, no dia 31 de março, em outra sessão ordinária, apresentou um projeto a mesa diretora da Câmara em que solicitava a Assembleia Legislativa do Estado a elevação a categoria de vila o povoado de Ipiranga.
Algum tempo depois, em 2 de junho, segundo informações existentes na página 24 do livro de atas da Câmara, revelou graves denúncias contra o grupo comandado pela Deputada Maria Dias Cavalcante Vieira, sendo veementemente contestado por um dos correligionários da referida deputada, o Vereador Eduardo Patrício de Almeida:
“Fez uso da palavra o Vereador Eduardo Patrício… que ia fazer um pronunciamento sobre o PAPE, e que houve acusações muito sérias a respeito da Deputada Maria Dias e entregue a ele… sobre cisternas que foram construídas em propriedades de mais de cem hectares.”
Depois dessas palavras, ao pedir oportunidade para se pronunciar, fundamentou a sua denúncia afirmando que essas cisternas foram construídas na propriedade de seus eleitores e que vários produtores do Município de Boa Viagem deixaram de ser beneficiados propositalmente por não terem votado em seu candidato ao governo do Município de Boa Viagem, o Vereador João Soares de Lima Filho, que foi derrotado nas eleições do dia 15 de novembro de 1988 pelo Prefeito Benjamim Alves da Silva.
“No Distrito de Domingos da Costa foram construídas 5 cisternas, e como não tinha mais casas dos organizadores do esquema do grupo, foram todas construídas juntas dentro do mato… disse que era um absurdo, porque muitas comunidades que necessitavam de água solicitaram dos organizadores… mas por terem votado no candidato da oposição, ou seja, o atual prefeito, tiveram as suas cisternas desviadas.”
Mais tarde, no dia 5 de abril de 1990, depois de muitas discussões, no exercício de sua função como edil, participou da assembleia municipal constituinte como relator da Comissão de Sondagem e Propostas que deu origem à Lei Orgânica do Município de Boa Viagem.
Na sessão ordinária do dia 4 de maio, pediu uma licença de seu mandato por 90 dias para tratamento médico, sendo substituído pela suplente, a Vereadora Lúcia de Fátima Araújo Brilhante.
Na sessão especial ocorrida no dia 14 de dezembro de 1990, foi escolhido por unanimidade de seus pares como presidente da mesa diretora da Câmara Municipal para o segundo biênio legislativo.
Nessa função encaminhou vários requerimentos a mesa diretora da Câmara Municipal de solicitação ao Gabinete do Prefeito, dentre eles destacamos: a construção de unidades escolares em Tourão, Bom Desejo, Bela Aliança, Santa Úrsula e Pitombeira; a pavimentação em pedra tosca dos trechos das rodovias municipais que passam pela Serra do Jacampari, a Serra do Japão e a abertura de uma estrada municipal entre a localidade de Cajueiro e a Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020.
Nessa legislatura, deu apoio a todos os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, sendo eles: a construção do Camelódromo; a construção do Ginásio Poliesportivo Dirceu José dos Santos; a construção do Centro de Convivência do Idoso Olavo Bilac Brilhante; a construção do Hospital Infantil Sebastião Alves da Silva; a construção da Creche Comunitária Miriam Brito Fialho; a construção da Escola Agrotécnica Janival Almeida Vieira, além de várias casas populares.
No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, depois de algumas articulações que tiraram Osmar de Oliveira Fontes da chapa majoritária, o seu nome figurou como candidato a vice-prefeito na composição que era encabeçada pelo Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, candidato do PDT – o Partido Democrático Trabalhista, e com a legenda nº 12 conseguiu ser eleito ao receber a confiança de 12.430 eleitores.
Na chapa adversária concorreu o ex-Prefeito José Vieira Filho, do PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, legenda nº 45, que era acompanhado do nome do Vereador Luís Alves Batista.
Nesse período, nos primeiros meses de 1994, se envolveu em um caso extraconjugal com Francisca Lucicleide Moreira da Silva, nascida em Pedra Branca em 1975, sendo filha de Francisco Abel da Silva e de Neusa Moreira da Silva, gerou um filho, sendo ele Ruy Moreira Vieira, que foi reconhecido alguns anos depois.
Nessa gestão, por conta do afastamento do Prefeito Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, assumiu o comando da Prefeitura de Boa Viagem inicialmente entre o dia 22 de abril de 1994 e o dia 30 de junho de 1996.
“Dr. Sérgio, cassado pela Câmara Municipal no dia 6 de julho de 1994, reassume o cargo, por decisão da Justiça no dia 30 de junho de 1996, permanecendo até o dia 17 de agosto do mesmo ano. Antônio Argeu, recorrendo à Justiça, obteve ganho de causa: reassumiu a Prefeitura de 18 de agosto de 1995 a 31 de dezembro de 1996.” (NASCIMENTO, 2002: p. 74)
A sua gestão causou grande prejuízo ao comércio de Boa Viagem, onde o Governo Municipal deixou de honrar vários compromissos com os seus fornecedores e especialmente com o funcionalismo público, que passou meses ser receber os seus baixos salários.
Embora tenha produzido muitos desajustes, o seu governo promoveu arborização dos bairros da cidade e deixou algumas obras, sendo elas:
“Passagem molhada que dá acesso ao Bairro Vila Holanda; instalação do Programa Saúde da Família – PSF, em seis regiões; construção da capela do hospital; volta da merenda escolar; compra de 101 hectares para construção do Conjunto Habitacional Jackson Pereira; eletrificação em várias localidades rurais; conseguiu o sacolão para pobreza e implantou o Programa do Leite para crianças desnutridas.” (NASCIMENTO, 2002: p. 74)
Ainda nessa época, sendo a sua administração classificada como temerária, a Câmara Municipal abriu uma investigação de algumas de suas contas através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Essa CPI teve por objetivo apurar a compra irregular de leite em pó e óleo comestível para o “Programa de Atendimento aos Desnutridos e Gestantes em Risco Nutricional”, projeto instituído pelo Ministério da Saúde e foi formada pelos vereadores Dr. Sidônio Fragoso Vieira, Dr. Fernando Antônio Vieira Assef e Francisco de Assis Lobo de Sousa, que nada produziram para afastá-lo do cargo.
Muitos anos depois, contando com a morosidade da justiça brasileira, segundo matéria publicada no dia 7 de julho de 2011 pelo portal G1, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por irregularidades em sua administração:
“O ex-prefeito de Boa Viagem, interior do Ceará, Antônio Argeu Nunes Vieira foi denunciado pelo Ministério Público Federal por apropriação de recursos públicos. Segundo o procurador da República Luiz Carlos Oliveira, o ex-prefeito é responsável por desvio de verba destinada à compra de alimentos para idosos do Município. O advogado do ex-prefeito, Paulo Quezado, disse ao G1 que não foi notificado da denúncia e que por isso não vai comentá-la. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Argeu havia firmado convênio com Ministério da Previdência e Assistência Social quando era prefeito de Boa Viagem, entre 1996 e 2000, para receber verba de R$ 18.864,00, que seria usada para comprar de alimentos. A prefeitura, segundo o procurador, encaminhou a prestação de contas, mas foi reprovada. A reprovação se deu por conta de irregularidades apontadas pelo Ministério Público Federal. O órgão apurou que os idosos que deveriam receber os alimentos não receberam o benefício. Também não foi encontrado os itens estocados em qualquer almoxarifado da prefeitura, segundo o Ministério. Antônio Argeu Vieira recebeu condenação do Tribunal de Contas da União, que determinou que o ex-prefeito devolva o dinheiro referente ao valor apontado como desvio. O procurador pede também a condenação do ex-gestor; se condenado, ele pode pegar até dois anos de prisão e fica impedido de exercer cargo ou função pública.”
Nesse período ainda não existia a reeleição e para sucessão em sua cadeira no Poder Executivo investiu na candidatura de Benjamim Alves da Silva, que sem nenhuma surpresa perdeu para o Dr. Francisco Vieira Carneiro – o Major Carneiro.
“Nas eleições municipais do dia 3 de outubro de 1996, com o apoio do Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira, Benjamim Alves da Silva se dispôs a colocar novamente o seu nome na disputa do Poder Executivo.” (SILVA JÚNIOR, 2013: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/benjamim-alves-da-silva/. Acesso em 26 de julho de 2020)
Antes disso, nos primeiros meses de 1997, diante do fato de não ter conseguido fazer o nome de seu sucessor para Prefeitura de Boa Viagem, seguiu com a sua família para cidade de Fortaleza, onde iniciou uma empresa que fabricava água sanitária e outros artigos de limpeza, que foi denominado com o nome de fantasia de “Big Brilho Indústria e Comércio de Produtos de Limpeza LTDA”.
Depois disso, necessitando ter sob o seu domínio uma emissora de rádio que fortalecesse o seu grupo político, conseguiu uma concessão comunitária, que foi denominada de Rádio Ipiranga, operando na frequência 105,1 da banda FM.
“Inaugurada no dia 07 de agosto de 1998, tinha como proprietário o Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira. Em 1999 essa emissora passou a pertencer ao Deputado Sérgio Benevides, passando a ser chamada de ‘FM 2000’.” (NASCIMENTO, 2002: p. 243)
Em 2005, depois de muitas investigações promovidas pela Polícia Federal, o seu nome foi envolvido como financiador do assalto ao Banco Central, ocorrido em Fortaleza entre os dias 6 e 7 de agosto.
“Está marcado para esta quarta-feira (11) o início do leilão de duas fazendas em Boa Viagem, no Sertão Central, de propriedade do ex-prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira. O político teve o nome envolvido no furto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, acusado de financiar parte do crime e de usar ‘laranjas’ para esconder seu enriquecimento ilícito. O ex-prefeito teria emprestado R$ 100 mil ao bando que furtou o Banco Central e, em seguida, recebido R$ 4 milhões. Antônio Argeu foi preso em 2008, no Aeroporto Internacional Pinto Martins, e acabou condenado a 49 anos de prisão no ano passado. A defesa do ex-prefeito de Boa Viagem tentou suspender a alienação dos bens, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal. Já existe uma sentença penal condenatória decretando a ‘perda em favor do Banco Central de todos os bens arrecadados, apreendidos, sequestrados ou colocados em indisponibilidade’ no processo. As duas fazendas foram avaliadas em um valor total de R$ 1,22 milhão. O processo indica contra Antônio Argeu ‘pesa a pecha de se utilizar de laranjas’ para esconder a parte do valor furtado por ele recebido. Documentação apreendida confirmaria que empresas efetivamente pertencem ao ex-prefeito e estariam registradas em nome de familiares, segundo a investigação. Uma das fazendas a serem leiloadas tem 290 hectares e é localizada na rodovia CE-168, avaliada em R$ 1,208 milhão. O imóvel tem seis casas residenciais, seis galpões, um armazém, um granja para 1,2 mil porcos e um açude de 200 mil metros cúbicos. A outra fazenda, de menor valor, foi avaliada em R$ 15,3 mil.”
Na manhã do dia 23 de junho de 2007, juntamente com os seus familiares, foi surpreendido pela notícia da inesperada morte de seu filho, que veio a óbito em um trágico acidente automobilístico.
“Depois da conclusão de uma dessas festas, acontecida na Casa do Forró, quando se dirigia para a sua casa na Fazenda Viração, já na segunda-feira, chocou-se frontalmente conta um ônibus da empresa Itapemirim que fazia a linha entre as cidades de Juazeiro do Norte e Sobral. A sua morte foi imediata e o seu corpo passou algum tempo no meio dos destroços do seu veículo, um Volkswagen, modelo Gol, cor branca.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/antonio-argeu-nunes-vieira-filho/. Acesso no dia 3 de abril de 2022)
No ano seguinte, na eleição municipal que ocorreu no dia 5 de outubro, dessa vez militando na bancada do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15, tendo como vice o nome do advogado Dr. Marco Antônio Feitosa Moreira, colocou o seu nome na disputa eleitoral desejando retornar ao Poder Executivo.
Na segunda chapa, tendo direito a sua reeleição, disputou com o candidato do PR – o Partido da República, legenda nº 22, representado pelo Prefeito José Vieira Filho, que tinha como vice o nome do Dr. Márcio Ary Machado de Morais.
A terceira coligação, pelo PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, com a legenda nº 45, tinha o nome do ex-Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, que tinha como vice o nome do Vereador Ismael Fragoso da Silva.
Ao fim dessa difícil campanha, as urnas proclamaram o seguinte resultado: o Dr. Fernando Antônio Vieira Assef recebeu a confiança de 12.866 votos, enquanto a chapa de José Vieira Filho recebeu apenas 9.439, uma diferença de 3.427 votos, já a sua apenas 5.822 votos.
Mais tarde, nas disputas eleitorais que se seguiram, mesmo estando afastado da vida pública por ordem da justiça, a sua liderança e influência politica na região serviu como ponto de favorecimento aos grupos que se revezaram no poder, conseguindo eleger a sua esposa em sucessivos mandatos na Câmara Municipal de Vereadores, onde inclusive chegou a presidi-la.
Por conta desse prestígio político, no dia 5 de setembro de 2014, compondo uma comissão organizada pela CDL – a Câmara de Dirigentes Lojistas, foi recebido pelo governador do Estado no Palácio da Abolição no intuito de conseguir melhoria na segurança do Município, que nessa época era afligido diariamente por pequenos delitos, na maioria assaltos.
“Durante a reunião com Cid, Argeu Vieira, sentado ao lado esquerdo do Governador, cobrou mais policiais para o Município de Boa Viagem. Ao falar reivindicou que a secretaria de Segurança destacasse dois PMs para o Distrito de Guia, que está sem policiamento. No lado direito do Governador, o prefeito de Boa Viagem, Fernando Assef, no mesmo encontro, ressaltou que a prefeitura havia cedido um terreno para a construção de uma delegacia da Polícia Civil com o objetivo de concluída a obra, a cidade ter uma delegacia funcionando em regime de plantão. Argeu apoiou a solicitação e também endossou outros pedidos tais como: mais viaturas, motocicletas, a manutenção da Cadeia Pública do Município e a construção de um novo presídio.” (MONÓLITOSPOST. Disponível em http://www.monolitospost.com/2014/10/01/cid-planejou-seguranca-de-boa-viagem-com-homem-condenado-por-financiar-assalto-ao-banco-central/. Acesso no dia 25 de julho de 2020.)
No dia 16 de março de 2022 o seu nome foi relacionado no documentário “3 Toneladas”, que foi exibido na Netflix.
“Chega à Netflix, em 16 de março, uma série documental sobre uma das histórias mais espetaculares do noticiário policial brasileiro. Com depoimentos inéditos de policiais e criminosos, bem como amplo material de arquivo, 3 Toneladas: Assalto ao Banco Central, reconstitui o roubo histórico do Banco Central do Brasil, localizado em Fortaleza, no Ceará. Em agosto de 2005, através de um túnel com quase 80 metros de comprimento, ladrões invadiram o cofre da instituição e levaram mais de 160 milhões de reais – ou cerca de 3,5 toneladas de dinheiro vivo. Com três episódios de 50 minutos cada, o documentário 3 Toneladas recria momentos-chave do jogo de gato e rato entre os bandidos e a polícia federal ao longo de cinco anos de investigação deste que foi um dos maiores assaltos a banco da história do país – e um dos maiores do mundo. A produção revela ainda detalhes insólitos sobre o furto, além de suas trágicas consequências. O golpe milionário parecia perfeito, mas deixou um rastro de extorsões, sequestros e assassinatos, levando os próprios criminosos a considerarem todo aquele dinheiro maldito.” (LAPELOSO, 2022: Disponível em egadoplus.com.br/nova-serie-documental-3-toneladas-ganha-data-de-estreia/#:~:text=Chega%20à%20Netflix%2C%20em%2016,espetaculares%20do%20noticiário%20policial%20brasileiro. Acesso no dia 3 de abril de 2022)
Em acordo com as informações que estão registradas no livro C-10, do Cartório Geraldina, tombo nº 8.748, folha 120v, faleceu no Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima, aos 60 anos de idade, no dia 2 de abril de 2022.
Depois disso o seu corpo foi velado por seus amigos e familiares no Memorial de Nossa Senhora da Boa Viagem, sendo conduzido no dia seguinte para o plenário da Câmara Municipal de Vereadores.
Em seguida, depois das formalidades fúnebres que são de costume, o seu corpo foi levado ao mausoléu da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.
BIBLIOGRAFIA:
- CAVALCANTE COSTA, João Eudes. Retalhos da História de Quixadá. Fortaleza: ABC Editora, 2002.
- DIÁRIO DO NORDESTE. Ex-gestor acusado de desviar verbas. Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/seguranca/ex-gestor-acusado-de-desviar-verbas-1.537296?page=6, Acesso no dia 25 de julho de 2020.
- DIÁRIO DO NORDESTE. Caso Banco Central: Fazendas de ex-prefeito serão leiloadas. Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/seguranca/caso-banco-central-fazendas-de-ex-prefeito-serao-leiloadas-1.899223. Acesso no dia 25 de julho de 2020.
- G1. Ministério Público denuncia ex-gestor suspeito de participar de roubo ao BC. Disponível em http://g1.globo.com/ceara/noticia/2011/07/ex-prefeito-suspeito-de-participar-de-roubo-ao-bc-recebe-nova-denuncia.html. Acesso no dia 25 de julho de 2020.
- LAPELOSO, Mariana. Nova série documental 3 Toneladas ganha data de estreia. Disponível em egadoplus.com.br/nova-serie-documental-3-toneladas-ganha-data-de-estreia/#:~:text=Chega%20à%20Netflix%2C%20em%2016,espetaculares%20do%20noticiário%20policial%20brasileiro. Acesso no dia 3 de abril de 2022.
- MONÓLITOSPOST. Cid planejou segurança de Boa Viagem com homem condenado por financiar assalto ao Banco Central. Disponível em http://www.monolitospost.com/2014/10/01/cid-planejou-seguranca-de-boa-viagem-com-homem-condenado-por-financiar-assalto-ao-banco-central/. Acesso no dia 25 de julho de 2020.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002
- PIO, Edson. COE desbarata gangue de ladrões de carros. O POVO. 3 de outubro de 1982.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Benjamim Alves da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/benjamim-alves-da-silva/. Acesso em 26 de julho de 2020.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Francisco Joel Lima e Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-joel-lima-e-silva/. Acesso no dia 3 de abril de 2022.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Antônio Argeu Nunes Vieira Filho. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/antonio-argeu-nunes-vieira-filho/. Acesso no dia 3 de abril de 2022.
- WIKIWAND. Assalto ao Banco Central do Brasil. Disponível em https://www.wikiwand.com/pt/Assalto_ao_Banco_Central_do_Brasil_em_Fortaleza. Acesso no dia 25 de julho de 2020.
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