José Mendes Vieira nasceu no dia 18 de novembro de 1947 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Antônio Vieira da Silva e de Raimunda Mendes da Silva.
Os seus avós paternos se chamavam Martins José da Silva e Francisca Vieira de Freitas, já os maternos eram Francisco Melchiades Mendes e de Maria Luíza de Queiroz.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na Fazenda Pitombeira, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Nos primeiros anos de sua adolescência, quando os seus pais passaram a residir na cidade de Boa Viagem, foi matriculado em uma das turmas do Instituto de Educação Paulo Moody Davidson, onde foi alfabetizado.
Em seguida passou a estudar na Escola de Ensino Fundamental Padre Antônio Correia de Sá, onde estudou até a 4ª série do Ensino Primário.
Nessa época, conciliando com as sua atividades estudantis, ajudava ao seu pai em um pequeno armazém existente na Rua Agronomando Rangel, s/nº, Centro.
Alguns anos mais tarde, no dia 24 de março de 1966, no templo da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, em uma cerimônia que foi celebrada pelo Rev. Ezequiel Fragoso Vieira, contraiu matrimônio com Nilza Vieira Mendes, que nasceu no dia 18 de maio de 1943, sendo filha de Otacílio Vieira da Silva e de Nautília Floriano Vieira.
Desse matrimônio foram gerados dois filhos, todos homens, sendo eles: Roberto Cleyton Vieira Mendes e Gleyrisson Vieira Mendes.
Depois de casado, para sustentar a sua família, passou algum tempo trabalhando como motorista até que, percebendo o aumento da frota de veículos na região e o excelente nicho de mercado a ser explorado, resolveu investir no ramo comercial de peças e acessórios em uma casa comercial que recebeu o nome de “Autopeças Mendes”, que funcionou inicialmente na Rua José Rangel de Araújo, s/nº, esquina com a Rua José Leal de Oliveira, Centro, estendendo também uma filial para cidade de Independência.
Nesse período, desejando expandir os seus negócios comerciais, resolveu adquirir uma propriedade que recebeu o nome de “Fazenda Ingarana”, investindo também na produção agropecuária.
No dia 15 de novembro de 1982, militando nos quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 1.610, ingressou na vida pública pleiteando uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, conseguindo nessa oportunidade receber a confiança de 843 votos, sendo o terceiro vereador com a maior votação desse pleito.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado:
“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)
Na sessão ordinária ocorrida no dia 24 de agosto de 1984, no exercício de sua função, apresentou requerimento à mesa diretora da Câmara Municipal solicitando ao gabinete do prefeito a construção de uma escola na localidade de Extrema, outra na localidade de Ingarana e de um chafariz para atender aos moradores do Bairro de Nossa Srª de Fátima, que sofriam por conta da estiagem.
Nessa época, depois de seguidos anos de seca e de amargar sérios prejuízos, resolveu se desfazer de sua propriedade rural, decidindo também passar um tempo fora da vida pública e mudar o seu ramo comercial para o de mercantil, que foi instalado em um local próximo ao seu endereço anterior.
Na sessão ordinária ocorrida no dia 31 de maio de 1985, apresentou um requerimento à mesa diretora da Câmara solicitando uma licença médica pelo prazo de 90 dias, sendo substituído nessa ocasião pelo Vereador Manuel Magalhães Gomes – o Senhor do Rufino.
Algum tempo depois, na sessão ordinária que ocorreu no dia 8 de abril de 1988, solicitou da mesa diretora da Câmara uma licença de 90 dias para tratamento médico, em seu lugar assumiu o suplente, o Vereador Antônio Otávio de Sousa.
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e de uma Agência da Previdência Social.
Mais tarde, no dia 27 de setembro de 1988, juntamente com o Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto – o Dr. Sérgio e outros acionistas, efetivou o projeto de implantação de uma rádio AM na cidade de Boa Viagem, que recebeu o nome de Rádio Liberdade e tinha por objetivo combater o posicionamento ideológico e político da única emissora de rádio da cidade, a Rádio Asa Branca, que era pertencente ao grupo político de José Vieira Filho.
“Foi fundada pelo Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, tendo outros sócios: Fernando Antônio Vieira Assef, Francisco Gomes Maciel, Hozano Melo Cavalcante, Francisco Valdeni Vieira da Silva, Adelmo Vieira de Freitas, José Mendes Vieira, Manoel Vaz Filho, Francisco Andrade Teófilo Girão, Francisco Valter Silva e Jessé Alves da Silva.” (NASCIMENTO, 2002: p. 243)
Algum tempo depois, na eleição municipal que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, desejando retomar a sua cadeira no Poder Legislativo, ainda compondo a bancada do PDS, com a legenda nº 11.655, conseguiu mais uma vez ser eleito depois de receber a confiança de 637 eleitores, ficando na sexta vaga disponível dessa disputa.
Nessa legislatura, segundo informações existentes no jornal “Voz & Vez”, ano I, nº 2, edição de outubro de 1995, participou com outros colegas do seminário regional que tratou sobre aposentadoria e ocorreu na cidade de Quixeramobim:
“Assunto de vital importância para o trabalhador rural, comerciantes e empresários… Na comitiva de Boa Viagem estavam presentes os seguintes vereadores: João Mozart Silus Cunha, Rosa Vieira, Maria Conceição, Antônio França, Antônio Pereira, José Mendes, Hermínio Veras, Valdeni Vieira, Fernando Assef, José Diniz, João Martins e Francisco Lobo… O destaque de nossa representação no encontro foi a participação direta nos debates, quando os vereadores Fernando Assef e Valdeni Vieira questionaram e se posicionaram contra a política oficial do governo por ser ‘burocrática e exigir uma documentação excessiva para se requerer uma aposentadoria rural’. Os nossos vereadores falaram com conhecimento de causa, o primeiro é advogado e o segundo é um ex-sindicalista ativo na região.”
Concluindo esse mandato, que foi muito tumultuado por conta do impeachment do Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e da desastrosa administração de seu sucessor, decidiu definitivamente sair do cenário político municipal.
Nesse período, por conta da grande inadimplência e da forte concorrência existente decidiu encerrar as suas atividades comerciais, passando a ser motorista em uma lotação que diariamente fazia o trajeto entre as cidades de Boa Viagem e Fortaleza.
Algum tempo antes disso, juntamente com o seu filho mais velho, passou um longo período trazendo veículos das concessionárias existentes na cidade de São Paulo para concessionária de seu cunhado, o Empresário Manoel Vaz Filho.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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