Oséas Alves Facundo

Oséas Alves Facundo nasceu no dia 14 de abril de 1938 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Crateús, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Pedro Facundo Carneiro e de Júlia Alves Facundo.
Os seus avós paternos se chamavam José Facundo da Costa e Maria Amélia Carneiro da Costa, já os maternos eram Manoel Gildo de Freitas e Maria Alves de Jesus.
Poucos dias depois do seu nascimento, em 22 de abril, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Gaspar de Oliveira.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Olho d’Água dos Facundos, onde passou grande parte de sua infância.

“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)

Em sua infância, segundo o relato de seus irmãos, foi uma criança obediente e sempre estava atenta aos conselhos de seus pais. Nos primeiros meses de 1948, quando tinha dez anos de idade, juntamente com a sua família, mudou-se para Fazenda Várzea da Cruz, também na zona rural do Município de Boa Viagem, onde o seu pai era capataz na fazenda pertencente ao Cel. José Cândido de Carvalho.
Nessa época, devido as poucas escolas existentes na zona rural do Município, conseguiu receber instrução elementar de Sebastião de Sousa Santiago, um antigo funcionário da Prefeitura de Boa Viagem que chegou a ser vereador.
Essas aulas eram ministradas na Fazenda Massapê do Urubu, distante 4 quilômetros de sua casa, na residência do professor, e as poucas lições recebidas foram suficientes para torná-lo um hábil e próspero agropecuarista.
Alguns anos mais tarde, por volta de 1958, por conta de uma grave estiagem, resolveu conhecer o Estado do Pará no intuito de conseguir trabalho, passando uma curta temporada nas cidades de Belém, Capitão Poço e Capanema.

Imagem dos noivos, em 1959.

Pouco tempo depois dessa aventura, retornando para o Estado do Ceará, no dia 25 de outubro de 1959, aos 21 anos de idade, na capela da vila de Nossa Senhora do Livramento, dentro dos limites do Município de Monsenhor Tabosa, em uma cerimônia que foi celebrada pelo Pe. Inácio Américo Bezerra, contraiu núpcias com Maria do Socorro Gomes Facundo, que era nascida no dia 14 de agosto de 1939, sendo filha de José Rodrigues Gomes e de Gervina Barbosa Gomes.

“Em divisão territorial datada de 31 de dezembro 1937, o Distrito de Monsenhor Tabosa figura no Município de Tamboril, assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950. Elevado à categoria de Município com a denominação de Monsenhor Tabosa, pela lei estadual nº 1.153, de 2 de novembro de 1951, desmembrado de Tamboril, sendo instalado em 25 de março de 1955… Pela lei estadual nº 6.898, de 16 de dezembro de 1963, é criado o Distrito de Nossa Senhora do Livramento e anexado ao Município de Monsenhor Tabosa.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230860&search=ceara|monsenhor-tabosa|infograficos:-historico. Acesso no dia 3 de maio de 2017)

Logo após essa cerimônia religiosa o novo casal foi residir na propriedade de seu pai, onde passou apenas quatro meses. Nessa época, conhecido por sua responsabilidade, foi contratado como gerente de uma mercearia existente em uma propriedade pertencente ao agropecuarista Teófilo da Costa Filho, na localidade de Sabonete, no Município de Boa Viagem, onde fazia a compra de algodão, animais para o abate e outros insumos.
Mais tarde, nos últimos meses de 1960, depois de comprar uma pequena propriedade, passou a residir na vila de Nossa Senhora do Livramento, onde nasceu o seu primeiro filho, que recebeu o nome de Eliézio Gomes Facundo.
Pouco tempo depois, nos últimos meses de 1962, depois de uma boa safra, adquiriu uma propriedade na localidade denominada de Flores, onde permaneceu até 1971, quando resolveu se estabelecer na localidade de Fazenda Nova, onde tinha adquirido uma boa propriedade.
Pouco tempo antes disso, no dia 19 de novembro de 1963, segundo informações existentes no livro B-18, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 3.870, folha 177v, confirmou os seus votos matrimoniais em uma cerimonia civil realizada na cidade de Boa Viagem.
Nessa época, embora existisse muita fartura no campo, a vida na zona rural não era fácil, não haviam escolas, assistência médica ou social, despertando a necessidade de morar na cidade a partir de 1974, quando a sua esposa estava prestes a dar a luz ao seu segundo filho, que recebeu o nome de Eduardo Gomes Facundo.
Depois disso, preocupado em dar uma melhor qualidade de vida a sua família, decidiu não retornar mais para a zona rural, fixando residência na Rua Antônio de Queiroz Marinho, nº 190, Centro, local em que durante muitos anos abrigou vários sobrinhos e filhos de amigos que estudavam na cidade.
Nessa casa, depois de alguns anos, nasceram outros filhos, sendo eles: Evandro Gomes Facundo, Eulene Gomes Facundo, Evaldo Gomes Facundo, Everardo Gomes Facundo e Erivelton Gomes Facundo.
Antes disso, surgindo boas oportunidades de negócio por conta das boas colheitas em suas propriedades, adquiriu um valioso sítio nas proximidades do Açude Público José de Alencar Araújo, nessa época o principal reservatório da cidade, que posteriormente foi negociado e passou a servir ao Município como o Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima.
Pouco tempo depois, por coincidência, adquiriu uma valiosa propriedade na localidade de Jacaúna, onde foi construído anos mais tarde a parede do Açude Prefeito José Vieira Filho, onde mantinha uma lucrativa vacaria.
Na noite do dia 16 de junho de 1977, ao receber a sua mãe em sua residência para realizar um exame médico, foi surpreendido com o seu repentino falecimento:

“Pouco tempo depois, passando por problemas em sua saúde, veio para cidade de Boa Viagem fazer uma consulta médica, falecendo repentinamente, aos 67 anos de idade, no dia 16 de junho de 1977, na noite anterior ao exame médico.” (SILVA JÚNIOR, 2017: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/julia-alves-facundo/. Acesso no dia 2 de maio de 2017)

Nos últimos anos da década de 1980, desejando dar um melhor conforto aos seus filhos, edificou uma ampla e suntuosa casa que está localizada na Rua Teófilo Amaro, nº 311, Centro, para onde mudou-se em definitivo.
Mais tarde, na década de 1990, além de negociar com produtos do campo, resolveu comercializar também em um mercadinho de gêneros alimentícios, que era denominado de “Mercadinho Facundo” e estava localizado na Rua Agronomando Rangel, nº 384, Centro, onde tinha o apoio de seus filhos e mantinha uma boa clientela.
Pouco tempo antes disso, juntamente com os seus irmãos e outros amigos, na disputa eleitoral ocorrida no dia 15 de novembro de 1988, resolveu apoiar o seu irmão Francisco Alves Facundo a galgar uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores:

“Na eleição municipal que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, decidido a ingressar na vida pública pleiteando uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, compondo os quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 11.602, conseguiu ser eleito depois de receber a confiança de 387 eleitores, sendo o décimo terceiro vereador de maior votação dessa eleição.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-alves-facundo/. Acesso no dia 15 de março de 2017)

Algum tempo depois, nos primeiros meses de 2001, sentindo-se enfermo por conta de alguns tremores em seu corpo, depois de vários exames, tomou conhecimento do triste diagnóstico, foi constatado pelos médicos que sofria com o mal de parkinson, uma enfermidade que aos poucos destruiu o seu sistema motor.

Imagem de Oséas Facundo e sua esposa, em 2009.

Nos últimos meses de 2009, com muita alegria, conseguiu reunir praticamente quase toda a sua família para celebrar os cinquenta anos de sua união conjugal, que foi muito festejada.
Na cidade de Boa Viagem, sendo cristão professo de confissão católica, sempre buscou de todas as formas se envolver nas atividades que eram promovidas pela Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Segundo informações existentes no livro C-07, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 5.542, folha 119, faleceu no Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima no dia 18 de fevereiro de 2010, prestes a completar 72 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares de forma provisória no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
Mais tarde, no dia 6 de julho de 2013, os seus restos mortais foram cuidadosamente transladados para o jazigo nº 136, quadra 4, no Cemitério Parque da Esperança, que está localizado na Rua Maria de Nazaré Bezerra, s/nº, no Bairro de Nossa Srª de Fátima.

Imagem do túmulo de Oséas Alves Facundo, em 2018.

BIBLIOGRAFIA:

  1. IBGE. Histórico do Município de Monsenhor Tabosa. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230860&search=ceara|monsenhor-tabosa|infograficos:-historico. Acesso no dia 3 de maio de 2017.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Júlia Alves Facundo. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/julia-alves-facundo/. Acesso no dia 2 de maio de 2017.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Francisco Alves Facundo. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-alves-facundo/. Acesso no dia 15 de março de 2017.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 1.191, de 14 de março de 2014, uma das ruas do Bairro Ponte Nova, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.