Sebastião de Sousa Santiago

Sebastião de Sousa Santiago nasceu no dia 9 de junho de 1921 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão do Estado da Paraíba, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Otaviano de Sousa Santiago e de Francisca Maria da Conceição Santiago.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Alves de Sousa e Lucinda Maria da Conceição, já os maternos eram Francisco Gonçalves Coutinho e Josefina Maria do Espírito Santo.
Foi gerado em um lar pobre, mas cheio de dignidade, onde juntamente com os seus irmãos passou por uma infância bastante difícil.
Nessa época, mesmo enfrentando essas privações, os seus pais procuraram não descuidar de seus estudos e depois de muitas economias contrataram os serviços de um professor particular para dar-lhe as noções básicas da cartilha do alfabeto e das quatro operações matemáticas.
Em acordo com os seus contemporâneos era dono de uma destacada inteligência e durante o curto prazo de quinze dias recebeu instrução formal, algo que foi de grande importância para toda a sua vida profissional.
Poucos anos depois, já seguro das lições aprendidas na infância e necessitando de dinheiro, passou a lecionar a quem contratasse os seus serviços e tornou-se um concorrido alfabetizador, assumindo também a função de escriturário do cartório de registro civil de Riacho dos Cavalos.
Mais tarde, nos últimos anos da década de 1940, juntamente com a sua família, sendo motivado por alguns de seus conterrâneos, decidiu migrar para o Estado do Ceará, instalando-se inicialmente na localidade do Jordão, na zona rural do Município de Boa Viagem.
Pouco tempo depois, no dia 3 de novembro de 1948, segundo informações existentes no livro B-12, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 113, página 39, diante do Pe. Francisco Clineu Ferreira, contraiu matrimônio religioso com Judite Cavalcante Santiago, nascida em 2 de novembro de 1925, sendo filha de Manoel Bezerra Cavalcante e de Maria Etelvina Cavalcante.
Desse matrimônio foram gerados 15 filhos, mas desses apenas 6 passaram dos primeiros anos de vida, sendo alguns deles: Sebastião Cavalcante Santiago e Benedita Cavalcante Santiago.
Durante muitos anos, juntamente com os seus familiares, residiu em uma casinha simples existente na Rua José Jôfre da Silva, nº 29, no Bairro Tibiquari, na cidade de Boa Viagem.
Nos últimos anos da década de 1960, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, foi contratado como secretário da Prefeitura de Boa Viagem, permanecendo nessa função também na gestão do Prefeito Osmar de Oliveira Fontes.
Nessa época, final da década de 1960, por conta de denúncias infundadas, segundo informações do Prefeito José Vieira Filho, presenciou uma ação de investigação feita pelo DOPS – o Departamento de Ordem Política e Social:

“Todas as denúncias e processos caíram, mas a perseguição ainda continuou. Certa manhã, estava dando expediente no gabinete quando, mais ou menos às 9 horas da manhã… chamei o secretário da prefeitura, Sr. Sebastião de Sousa Santiago, e perguntei o que desejavam.” (VIEIRA FILHO, 2008: p. 64)

Algum tempo depois, no pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1972, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da ARENA – a Aliança Renovadora Nacional, concorreu a uma das cadeiras do Poder Legislativo, recebendo nessa ocasião a confiança de 972 votos, sendo o segundo candidato a vereador na preferência dos eleitores.
Nessa legislatura, deu apoiou aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Dr. Francisco Vieira Carneiro – o Major, sendo eles: a criação do PRM – o Plano Rodoviário Municipal; a construção do Centro Comunitário Dep. José Vieira Filho; a construção da Escola de Ensino de Fundamental David Vieira da Silva; a construção do Centro de Abastecimento Municipal Walkmar Brasil Santos; a reforma da Praça Vereador José Vieira de Lima; a instalação da CODAGRO – a Companhia de Desenvolvimento Agronômico e Pecuário do Ceará, entre outros.
Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1976, permanecendo na bancada da ARENA, conseguiu ser reconduzido ao exercício de seu segundo mandato no Poder Legislativo.

Imagem de Sebastião de Sousa Santiago entre funcionários da Prefeitura de Boa Viagem.

Nessa legislatura, no dia 1º de fevereiro de 1977, a convite do Prefeito  Benjamim Alves da Silva, voltou a compor o quadro de funcionários da Prefeitura de Boa Viagem, dessa vez assumindo a pasta da Secretaria de Finanças, deixando em seu lugar o Vereador Antônio Alves Capistrano, que foi o seu suplente.
Segundo informações existentes no livro C-04, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.323, folha 214, faleceu na cidade de Boa Viagem, aos 70 anos de idade, no dia 21 de julho de 1991.
Logo após o seu falecimento, depois das formalidades fúnebres que são de costume, o seu corpo foi levado ao mausoléu da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de casamentos. 1947-1951. Livro B-12. Página 39. Tombo nº 113.
  4. VAZ, Benedito Carneiro. Riacho dos Cavalos e sua história. João Pessoa: Imprima, 2008.
  5. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, através da lei nº 559, de 5 de junho de 1992, uma das ruas do Bairro Vila Azul, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura;
  2. Em sua memória, na administração do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 718, de 23 de março de 2000, uma das dependências da Câmara Municipal de Vereadores recebeu o seu nome.