Antônio Oliveira Lima nasceu no dia 11 de dezembro de 1951 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Alfredo Pereira Lima e de Elvira Francisca de Oliveira Lima.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Pereira de Lima e Maria Apolinária, já os maternos eram Theóphilo da Costa Oliveira e Francisca Juliana da Conceição.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na Fazenda Jantar, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Nessa época a sua mãe foi cuidadosamente assistida por uma parteira que era conhecida em nossa região como “Dorinha Boeiro”.
No ano seguinte, no dia 10 de janeiro, na cidade de Boa Viagem, seguindo os costumes da confissão religiosa de seus pais, recebeu o sacramento do batismo na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem das mãos do Pe. Irineu Limaverde Soares, tendo como padrinhos os seus tios, Walkmar Brasil Santos e Francisca Oliveira Santos.
Alguns anos depois, por volta de 1963, quando tinha 12 anos de idade, os seus pais decidiram se estabelecer definitivamente na cidade de Boa Viagem, iniciando a sua carreira estudantil ao ser matriculado em uma das turmas do Patronato Nossa Senhora de Fátima.
Mais tarde, finda essa etapa de estudos, passou a estudar na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dom Terceiro, onde concluiu o Ensino Primário nos últimos meses de 1972.
Antes disso, desde cedo começou a desenvolver grande aptidão para mecânica, quando tentava resolver os problemas de sua bicicleta, fazendo diversos cursos de correspondência.
“Desde a sua adolescência, começou a se dedicar à sua profissão, como mecânico-eletricista de autos. Procurava a todo custo aprender e aprofundar-se nela com muita ‘garra’, vontade e dedicação. Participou de vários encontros e cursos oferecidos pela FORD do Brasil, em Recife. Também comprava vários livros referentes à mecânica para que pudesse ficar sempre atualizado. Saia para oficina de amigos para fazer consertos nos veículos, como também era chamado para ir em fazendas, casas, etc.” (MESQUITA LIMA, 2001: p. 5)
No dia 29 de novembro de 1973, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, diante do Pe. Paulo Ângelo de Almeida Medeiros, depois de alguns anos de namoro, contraiu matrimônio religioso com a sua prima, a Profª Maria Alvanete Mesquita Lima, que era nascida no dia 29 de novembro de 1952, sendo filha de Maximiano Amaro Mesquita com Hercília Amaro Mesquita.
Desse matrimônio foram gerados dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Ricardo Magno Mesquita Lima e Raquel Di Paula Mesquita Lima.
Nesse tempo, passou a residir com a sua família em uma confortável casa localizada na Rua Antônio Domingues Álvares, s/nº, Centro, um presente de seu sogro, conseguindo abrir, nas proximidades de sua residência, a sua própria oficina, que era uma das mais equipadas oficinas mecânicas de nossa região.
“Mais tarde, já adulto e casado, conseguiu montar a sua própria oficina, a qual tinha o nome de Eletromecânica Antônio do Alfredo. Cumprindo com as suas responsabilidades de pai e esposo, sempre zelando por sua profissão, atendendo a todos que o procuravam com muita dedicação. Foi um profissional muito competente, responsável e cumpridor de suas obrigações. Era o mecânico-elétrico mais conhecido da região e de todos os que passavam por aquela cidade. Conseguia resolver os problemas dos veículos com muita rapidez, a ponto de muitos de seus clientes ficarem admirados, chegando a receber o título de ‘Mestre Antônio’. Na sua profissão, conseguiu fazer muitas amizades com pessoas de diversas partes do país. Certo dia, foi convidado pela Ouro Branco Veículos a fazer um curso em Recife pela FORD do Brasil, participando desse curso com pessoas de todo país e representando o Ceará, foi escolhido pelos professores como o 1º da turma, tornando a sua oficina como autorizada da FORD, sendo um momento de grande alegria.” (MESQUITA LIMA, 2001: p. 5)
Em sua oficina, conseguiu compartilhar os seus conhecimentos com vários jovens, que depois de sua morte abriram as suas próprias oficinas:
“Alguns companheiros de trabalho em sua oficina: Valdeci, conhecido como Louro, a quem ensinou a profissão de mecânico; Walyres, Toinho (pintor), Nildinho, Damião, Damazinho, Nelinho, José Peba, Geraldo, Oziel, José Maria (pintor), os quais continuam exercendo as suas profissões.” (MESQUITA LIMA, 2001: p. 6)
De acordo com as informações existentes no livro C-04, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.848, folha nº 95, faleceu com apenas 37 anos de idade em um trágico acidente automobilístico ocorrido quando vinha do Balneário Delfino de Alencar Araújo, que está localizado na jusante do Açude Público José de Alencar Araújo, popularmente conhecido como Capitão-Mor, no dia 9 de janeiro de 1988.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado no mausoléu da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.
BIBLIOGRAFIA:
- MESQUITA LIMA, Maria Alvanete. Traços Biográficos de Antônio Oliveira Lima. Fortaleza: Sem Editora, 2001.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, uma das ruas do Bairro Vila Holanda, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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