Maria do Socorro Gomes Facundo

Maria do Socorro Gomes Facundo nasceu no dia 14 de agosto de 1939 no Município de Tamboril, que está localizado no Sertão de Crateús, no Estado do Ceará, distante 301 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de José Rodrigues Gomes e de Gervina Barbosa Gomes.
Os seus avós paternos se chamavam Raimundo Gomes da Silva e Maria Rodrigues da Silva, já os maternos eram Damião Barbosa Nascimento e Maria Cordolino Sousa.
Na época em que veio ao mundo o Município de Tamboril não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na vila de Curimatã, nessa época denominado de Pajeú, onde passou os primeiros anos de sua infância.
Poucos dias depois do seu nascimento, em 8 de novembro, seguindo os ritos da confissão religiosa dos seus pais, recebeu o sacramento do batismo pelas mãos do Pe. Antônio Regino Carneiro na capela da vila das Oliveira.
Nos últimos meses de 1942, diante de uma grande estiagem e dos vários prejuízos na pequena mercearia de seus pais, estes resolveram seguir para Serra de Uruburetama, no Município de Itapajé, local que costumava receber muitas famílias residentes no Sertão em períodos de seca.

“Os técnicos encarregados de observar e analisar as condições climáticas e as obras públicas encaminhadas em função das secas já previam que o ano de 42 poderia ser difícil… a inquietação da população rural se verificava em função não só de um mau inverno de 1941, mas principalmente de uma carestia exorbitante que a atormentava já no início de 1942, chegando a um quase pânico em março, quando o mau inverno foi seguido por outro.” (CASTRO NEVES, 2001: Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882001000100006. Acesso no dia 4 de maio de 2017)

Mais tarde, nos primeiros meses de 1944, depois que o seu pai recebeu notícias da normalização das chuvas no Sertão, regressaram da serra e instalara-se inicialmente na localidade de “Espírito Santo”, hoje dentro dos limites geográfico do Município de Monsenhor Tabosa, onde a sua mãe se mantinha como costureira e o seu pai estabeleceu em uma pequena mercearia.
Pouco tempo depois o seu pai recebeu uma proposta de sociedade comercial do amigo Luiz Alves de Mesquita, passando a residir na vila de Nossa Senhora do Livramento, onde abriu as portas de uma grande mercearia, que recebeu o nome de “A Santina”, uma das filiais de “A Quiteriense”, da cidade de Monsenhor Tabosa.
Antes disso, nos primeiros meses de 1946, contando apenas 7 anos de idade, recebeu o sacramento da crisma na Capela de São José, na vila de Águas Belas, dentro do Município de Boa Viagem, dando inicio logo em seguida a sua vida escolar com um professor particular da cidade de Santa Quitéria que residia no Espírito Santo, chamado Manoel Barbosa Lira, onde destacou-se como uma das melhores alunas.

Imagem de José e Gervina rodeados pelos seus filhos.

Imagem da família de José e Gervina.

Em 1950, aos 11 anos de idade, seguindo os primeiros passos de sua vida cristã, recebeu a sua 1ª Comunhão na Igreja Matriz de São Sebastião, na cidade de Monsenhor Tabosa.
No ano seguinte, já morando na vila de Nossa Senhora do Livramento, deu continuidade aos seus estudos com a Profª Maria Luiza dos Reis, que vinha do Município de Tamboril.
Sendo a filha mais velha, conciliava os seus estudos ajudando ao seu pai na loja de tecidos, como também a sua mãe nos afazeres domésticos, onde cuidava de seus 12 irmãos menores, sendo eles: Elias Rodrigues Barbosa, Aldenora Barbosa Facundo, Alfa Rodrigues Costa, Antônia Gomes de Melo, Natanael Rodrigues Barbosa, Marina Gomes Facundo, José Rodrigues Barbosa, Eliezer Rodrigues Barbosa, Cândida Gomes de Melo, Eugênia Barbosa Campos, Stênio Rodrigues Barbosa e Antônio Rodrigues Barbosa.
Nessa mesma época, depois da autonomia política do Município de Monsenhor Tabosa, foi indicada como professora da vila pelo Prefeito Joaquim Américo Bezerra, mantendo uma vida constante de aprendizagem em aulas de bordado, tricô, crochê, costura e outras prendas domésticas.

“Em divisão territorial datada de 31 de dezembro 1937, o Distrito de Monsenhor Tabosa figura no Município de Tamboril, assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950. Elevado à categoria de Município com a denominação de Monsenhor Tabosa, pela lei estadual nº 1.153, de 2 de novembro de 1951, desmembrado de Tamboril, sendo instalado em 25 de março de 1955… Pela lei estadual nº 6.898, de 16 de dezembro de 1963, é criado o Distrito de Nossa Senhora do Livramento e anexado ao Município de Monsenhor Tabosa.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230860&search=ceara|monsenhor-tabosa|infograficos:-historico. Acesso no dia 3 de maio de 2017)

Dedicada aos trabalhos religiosos de sua paróquia, era uma das pessoas responsáveis por receber os padres, arrumar a capela e ainda servia como escrivã nos leilões promovidos pelos religiosos.
No dia 25 de outubro de 1959, depois de algum tempo de noivado, aos 21 anos de idade, na capela da vila de Nossa Senhora do Livramento, em uma cerimônia que foi celebrada pelo Pe. Inácio Américo Bezerra, contraiu núpcias com Oséas Alves Facundo, que nasceu no dia 14 de abril de 1938, sendo filho de Pedro Facundo Carneiro e de Júlia Alves Facundo.

Imagem dos noivos, em 1959.

Logo após essa cerimônia religiosa, foi residir na propriedade de seu seu sogro, onde passou apenas quatro meses. Nessa época, sendo o seu esposo conhecido por sua responsabilidade, foi contratado como gerente de uma mercearia existente em uma propriedade pertencente ao agropecuarista Teófilo da Costa Filho, na localidade de Sabonete, no Município de Boa Viagem, onde fazia a compra de algodão, animais para o abate e outros insumos.
Mais tarde, nos últimos meses de 1960, depois de comprar um pequena propriedade, passou a residir na vila de Nossa Senhora do Livramento, onde nasceu o seu primeiro filho, que recebeu o nome de Eliezio Gomes Facundo.
Pouco tempo depois, nos últimos meses de 1962, depois de uma boa safra, seu esposo adquiriu uma propriedade na localidade denominada de Flores, onde permaneceram até 1971, quando resolveram se estabelecer na localidade de Fazenda Nova, onde o seu esposo adquiriu uma boa propriedade.
Pouco tempo antes disso, no dia 19 de novembro de 1963, segundo informações existentes no livro B-18, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 3.870, folha 177v, confirmou os seus votos matrimoniais em uma cerimonia civil realizada na cidade de Boa Viagem.
Nessa época, embora existisse muita fartura no campo, a vida na zona rural não era fácil, não haviam escolas, assistência médica ou social, despertando no casal a necessidade de morar na cidade a partir de 1974, quando esteva prestes a dar a luz ao seu segundo filho, que recebeu o nome de Eduardo Gomes Facundo.
Depois disso, preocupados em dar uma melhor qualidade de vida a sua família, decidiram não mais retornar para a zona rural, fixando residência inicialmente na Rua Antônio de Queiroz Marinho, nº 190, Centro, local em que durante muitos anos abrigou vários sobrinhos e filhos de amigos que estudavam na cidade.
Nessa casa, depois de alguns anos, nasceram outros filhos, sendo eles: Evandro Gomes Facundo, Eulene Gomes Facundo, Evaldo Gomes Facundo, Everardo Gomes Facundo e Erivelton Gomes Facundo.
Antes disso, surgindo boas oportunidades de negócio por conta das boas colheitas em suas propriedades, o seu esposo adquiriu um valioso sítio nas proximidades do Açude Público José de Alencar Araújo, nessa época o principal reservatório da cidade, que posteriormente foi negociado e passou a servir ao Município como o Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima.
Pouco tempo depois, por coincidência, o seu esposo adquiriu uma valiosa propriedade na localidade de Jacaúna, onde foi construído anos mais tarde a barragem do Açude Prefeito José Vieira Filho, onde mantinham uma lucrativa vacaria.
Nos últimos anos da década de 1980, desejando dar um melhor conforto aos seus filhos, edificaram uma ampla e suntuosa casa que está localizada na Rua Teófilo Amaro, nº 311, Centro, para onde mudou-se em definitivo.
Mais tarde, na década de 1990, além de negociar com produtos do campo, o seu esposo resolveu comercializar também em um mercadinho de gêneros alimentícios, que era denominado de “Mercadinho Facundo”, estando localizado na Rua Agronomando Rangel, nº 384, Centro, onde tinha o apoio de seus filhos e mantinha uma boa clientela.
Pouco tempo antes disso, juntamente com os seu esposo e outros amigos, na disputa eleitoral ocorrida no dia 15 de novembro de 1988, resolveu apoiar ao seu cunhado Francisco de Assis Alves Facundo a galgar uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores:

“Na eleição municipal que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, decidido a ingressar na vida pública pleiteando uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, compondo os quadros políticos do PDS, o Partido Democrático Social, com a legenda nº 11.602, conseguiu ser eleito depois de receber a confiança de 387 eleitores, sendo o décimo terceiro vereador de maior votação dessa eleição.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-alves-facundo/. Acesso no dia 15 de março de 2017)

Na cidade de Boa Viagem, sendo cristã professa de confissão católica, juntamente com o seu esposo sempre buscou de todas as formas se envolver nas atividades que eram promovidas pela Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Imagem de Oséas Facundo e sua esposa, em 2009.

Nos primeiros meses de 2001, percebendo o seu esposo enfermo por conta de alguns tremores, depois de vários exames, tomou conhecimento do problema de saúde quando foi constatado pelos médicos que sofria com o mal de parkinson, uma enfermidade que aos poucos destruiu o seu sistema motor.
Nos últimos meses de 2009, com muita alegria conseguiu reunir praticamente quase toda a sua família para celebrar os cinquenta anos de sua união conjugal, que foi muito festejada.
Pouco tempo depois dessa festa, no dia 18 de fevereiro de 2010, juntamente com os seus familiares, foi a vez de partilhar com os seus filhos da morte de seu esposo, que veio a óbito prestes a completar 72 anos de idade.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CASTRO NEVES, Frederico de. Getúlio e a seca: Políticas emergenciais na Era Vargas. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882001000100006. Acesso no dia 4 de maio de 2017.
  2. IBGE. Histórico do Município de Monsenhor Tabosa. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230860&search=ceara|monsenhor-tabosa|infograficos:-historico. Acesso no dia 3 de maio de 2017.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. PARÓQUIA DE SANTO ANASTÁCIO. Livro de registro de batismos. 1937-1940. Livro A-09. Tombo nº 621. Página 235v.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da Silva. Francisco Alves Facundo. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-alves-facundo/. Acesso no dia 15 de março de 2017.