Eunice Antero Rodrigues nasceu no dia 1º de fevereiro de 1937 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de Manoel Antero da Silva e de Porcina Luíza dos Santos.
Os seus avós paternos se chamavam Antero José da Silva e Maria Rachel do Espírito Santo, já os maternos eram Alexandre José dos Santos e Luíza Maria do Espírito Santo.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Pitombeira, onde passou os primeiros anos de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 28 de novembro de 2017)
Ao nascer não veio ao mundo sozinha, tendo uma irmã gêmea, que se chamava Marta Antero da Silva e dentro de pouco tempo passaram a residir na localidade de Barra das Aroeiras, onde o seu pai adquiriu uma pequena propriedade.
Nessa época, frequentava regularmente os serviços religiosos da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira existentes na localidade de Lembranças, onde havia um pequeno templo construído.
Alguns anos mais tarde, no dia 17 de julho de 1955, com 18 anos de idade, segundo informações existentes no livro B-15, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.402, folha 84v, contraiu matrimônio com João Rodrigues da Silva, que era nascido no dia 20 de abril de 1934, sendo filho de Luiz Gonzaga Rodrigues e de Delfina Alves de Sousa.
Desse matrimônio foram gerados apenas dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Jemima Rodrigues Rafael e Benjamim Antero Rodrigues, mais tarde, nos primeiros anos da década de 1970, passou a cuidar como filho de um de seus sobrinhos, que se chama Francisco de Assis Rodrigues da Silva.
Depois de seu casamento passou a residir nas proximidades da casa de seu sogro, na Rua José André da Cruz, s/nº, na vila de Boqueirão.
Nessa época, no dia 5 de abril de 1957, segundo registros em ata de uma assembleia de membros da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, solicitou o seu batismo, sendo avaliada por uma comissão de exames e poucos dias depois recebeu ele pelas mãos do Rev. José Borba da Silva Neto, constituindo juntamente com o seus esposo em uns dos pilares da igreja existente na localidade.
Alguns meses depois, no dia 19 de dezembro, o seu esposo foi aclamado pela assembleia da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem como vice-superintendente da Congregação de Lembranças, assumido à superintendência desse trabalho nos últimos meses de 1959 por conta da migração do Diácono José Santos Filho para o Estado do Paraná.
Ainda nesse tempo, aos poucos, juntamente com o seu esposo transformou a sua residência em um ponto de pregação do Evangelho, que regularmente recebia a dedicada atenção do Rev. Ezequiel Fragoso Vieira.
“O Diácono João Rodrigues da Silva começa a dar assistência a essa congregação. Ele liderará com muito zelo esse trabalho até 1987, quando muda a sua residência em definitivo para a cidade de Fortaleza. Antes disso, enquanto residiu na vila de Boqueirão, o Diácono João Rodrigues da Silva, que além de agricultor era comerciante, possuía também uma pequena padaria e tinha um potente serviço de som sobre o telhado de sua casa, que diariamente, servia para o evangelismo da pequena vila.” (SILVA JÚNIOR: 2015: p. 218)
Ao lado de seu esposo, com muito esforço, trabalhava arduamente na agricultura e fazendo muitas economias, mantinha um considerável rebanho de gado, conseguindo juntar alguns recursos para investir em um pequeno comércio, que vendia gêneros alimentícios, peças para bicicleta, tecidos e outros aviamentos.
Com o passar dos anos, essa pequena casa comercial recebeu a expansão para uma padaria, que vendia os seus produtos para toda região nas proximidades de onde era produzido.
Mais tarde, desejando oferecer condições favoráveis de estudos para os seus filhos, aproveitou de seus laços de amizade e de parentesco para estabelecê-los na cidade de Boa Viagem, local de onde partiram anos mais tarde para construírem as suas vidas.
Nos primeiros anos da década de 1980, logo após enfrentar alguns prejuízos por conta da grande inadimplência gerada pelos duros e seguidos anos de seca, resolveu com o seu esposo investir na cidade de Fortaleza, local para onde decidiram se estabelecer nos últimos meses de 1987.
Antes disso, no dia 13 de fevereiro de 1982, juntamente com os seus familiares, partilhou da perda irreparável de seu sogro, que faleceu ao 83 anos de idade, pouco tempo depois, no dia 19 de novembro de 1983, foi a vez de sua mãe, que faleceu aos 67 anos de idade.
Nessa época adquiriu um pequeno lote urbano na Rua Goiás, nº 1.472, no Bairro Demócrito Rocha, onde construiu uma pequena casa com um ponto comercial, explorando uma mercearia e uma pequena padaria durante alguns anos.
Ainda nesse período, mesmo residindo na cidade de Fortaleza, o seu esposo mantinha as suas custas um ponto de pregação em um ponto comercial de sua propriedade na Rua Manuel Felix Vieira, nº 235, no Centro da cidade de Madalena, que alguns anos depois deu origem à Igreja Evangélica Congregacional dessa cidade.
No dia 25 de maio de 1994, partilhou com os seus familiares da notícia do falecimento de seu pai, que faleceu prestes a completar 97 anos de idade e algum tempo depois, no dia 25 de maio de 1998, foi surpreendida pelo inesperado falecimento de seu genro, o comerciante Eliel Rafael da Silva, que sucumbiu repentinamente na flor de sua juventude por conta de um ataque cardíaco fulminante.
Depois disso, embora não fosse o seu nicho comercial, o seu esposo constituiu uma pequena sociedade com a sua filha em uma escola particular, que se chama Instituto de Educação Paulo Moody Davidson.
Mais tarde, ainda residindo na cidade de Fortaleza, não podendo competir com os outros estabelecimentos comerciais existentes em seu bairro, o seu esposo decidiu mudar o seu ramo de negócios construindo algumas casas e investindo no recebimento de alugueis.
Nos últimos meses de 2017, depois de algum tempo padecendo por conta de problemas na saúde, o seu esposo faleceu por conta de uma leucemia mieloide, que foi classificada como aguda, sendo sepultado no Cemitério Parque da Esperança, na cidade de Boa Viagem.
“No dia 20 de novembro de 2017, aos 83 anos de idade, segundo informações existentes no livro C-183, pertencente ao Cartório Cavalcanti Filho, tombo nº 81.031, folha 188, depois de passar muitos dias de angústia e sofrimento na Unidade Básica da Saúde do Bairro Altran Nunes, foi transferido para o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, onde veio a óbito.” (SILVA JÚNIOR, 2017: João Rodrigues da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/joao-rodrigues-da-silva/. Acesso no dia 1º de abril de 2018)
BIBLIOGRAFIA:
- FRAGOSO VIEIRA, Ezequiel. A História da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem. Boa Viagem: Sem Editora, 1997.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
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