João Rodrigues da Silva nasceu no dia 20 de abril de 1934 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Luiz Gonzaga Rodrigues e de Delfina Alves de Sousa.
Os seus avós paternos se chamavam Bento Rodrigues Cavalcante e Maria Nunes da Silva, já os maternos eram Manoel da Costa Freire e Francisca Januária de Freitas.
Alguns meses depois do seu nascimento, no dia 27 de janeiro de 1935, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na vila do Ibuaçu, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mão do Pe. Francisco de Assis Castro Monteiro.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Boqueirão, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 28 de novembro de 2017)
Nessa época o Município de Boa Viagem havia perdido a sua autonomia administrativa, voltando a pertencer ao Município de Quixeramobim, fato que só foi revertido alguns anos mais tarde, no dia 28 de dezembro de 1936, quando o Município foi restaurado.
Mais tarde, no dia 13 de janeiro de 1942, quando estava prestes a completar oito anos de idade, juntamente com os seus familiares, partilhou da dura perda de sua mãe, que foi sepultada em um túmulo existente no Cemitério das Lembranças, fato que obrigou ao seu pai a contrair um novo matrimônio.
Em sua adolescência, como era comum em sua época, costumava ajudar o seu pai nas tarefas do campo, aproveitando o tempo vago para semear o seu próprio roçado de algodão, de onde com muito esforço conseguiu juntar algumas economias.
Nessa época, enfrentando grande dificuldade para estudar, caminhava muitas léguas a pé no intuito de chegar a uma escola rural adaptada existente na localidade de Lagoa do Senador, recebendo apenas instrução primária.
Mais tarde, nos primeiros anos da década de 1950, juntamente com outros de seus irmãos, mesmo enfrentando um forte preconceito social por terem abjurarem da confissão católica, passaram a compor o quadro de membros da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, frequentando regularmente os trabalhos religiosos existentes na Congregação de Lembranças, que atualmente funciona na localidade de Várzea da Tapera, sendo batizado nessa ocasião pelo Rev. José Borba da Silva Neto.
Pouco depois, no dia 17 de julho de 1955, com 21 anos de idade, segundo informações existentes no livro B-15, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.402, folha 84v, contraiu matrimônio com Eunice Antero Rodrigues, que era nascida no dia 1º de fevereiro de 1937, sendo filha de Manoel Antero da Silva e de Porcina Luiza dos Santos.
Desse matrimônio foram gerados apenas dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Jemima Rodrigues Rafael e Benjamim Antero Rodrigues, mais tarde, nos primeiros anos da década de 1970, passou a cuidar como filho de um de seus sobrinhos, que se chama Francisco de Assis Rodrigues da Silva.
Depois de seu casamento, com muito esforço, construiu a sua residência nas proximidades da casa de seu pai, habitando com a sua família durante muito tempo na Rua José André da Cruz, s/nº, na vila de Boqueirão, investindo economicamente para o desenvolvimento dessa região.
Pouco tempo depois, no dia 19 de dezembro de 1957, foi aclamado pela assembleia da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem como vice-superintendente da Congregação de Lembranças, assumido à superintendência desse trabalho nos últimos meses de 1959 por conta da migração do Diácono José Santos Filho para o Estado do Paraná.
Nessa época, aos poucos, transformou a sua residência em um ponto de pregação do Evangelho, que regularmente recebia a dedicada atenção do Rev. Ezequiel Fragoso Vieira.
“O Diácono João Rodrigues da Silva começa a dar assistência a essa congregação. Ele liderará com muito zelo esse trabalho até 1987, quando muda a sua residência em definitivo para a cidade de Fortaleza. Antes disso, enquanto residiu na vila de Boqueirão, o Diácono João Rodrigues da Silva, que além de agricultor era comerciante, possuía também uma pequena padaria e tinha um potente serviço de som sobre o telhado de sua casa, que diariamente, servia para o evangelismo da pequena vila.” (SILVA JÚNIOR: 2015: p. 218)
Nessa época, com muito esforço, trabalhando arduamente na agricultura e fazendo muitas economias, mantinha um considerável rebanho de gado e conseguiu juntar alguns recursos para investir em um pequeno comércio, que vendia gêneros alimentícios, peças para bicicleta, tecidos e outros aviamentos.
Com o passar dos anos, essa pequena casa comercial recebeu a expansão para uma padaria, que vendia os seus produtos para toda região nas proximidades de onde era produzido.
Mais tarde, desejando oferecer condições favoráveis de estudos para os seus filhos, aproveitou de seus laços de amizade e de parentesco para estabelecê-los na cidade de Boa Viagem, local de onde partiram anos mais tarde para construírem as suas vidas.
Nos primeiros anos da década de 1980, logo após enfrentar alguns prejuízos por conta da grande inadimplência gerada pelos duros e seguidos anos de seca, resolveu aos poucos investir na cidade de Fortaleza, local para onde decidiu se estabelecer nos últimos meses de 1987.
Antes disso, no dia 13 de fevereiro de 1982, juntamente com os seus familiares, partilhou da perda irreparável de seu pai, que faleceu ao 83 anos de idade, pouco tempo depois, no dia 19 de novembro de 1983, foi a vez de sua sogra, que faleceu aos 67 anos de idade.
Nessa época, adquiriu um pequeno lote urbano na Rua Goiás, nº 1.472, no Bairro Demócrito Rocha, onde construiu uma pequena casa com um ponto comercial, explorando uma mercearia e uma pequena padaria durante alguns anos.
Ainda nesse período, mesmo residindo na cidade de Fortaleza, mantinha as suas custas um ponto de pregação em um ponto comercial de sua propriedade na Rua Manuel Felix Vieira, nº 235, no Centro da cidade de Madalena, que alguns anos depois deu origem à Igreja Evangélica Congregacional dessa cidade.
No dia 25 de maio de 1994, partilhou com os seus familiares da notícia do falecimento de seu sogro, que faleceu prestes a completar 97 anos de idade e algum tempo depois, no dia 25 de maio de 1998, foi surpreendida pelo inesperado falecimento de seu genro, o comerciante Eliel Rafael da Silva, que sucumbiu repentinamente na flor de sua juventude por conta de um ataque cardíaco fulminante.
Depois disso, embora não fosse o seu nicho comercial, constituiu uma pequena sociedade com a sua filha em uma escola particular, que se chama Instituto de Educação Paulo Moody Davidson.
Mais tarde, ainda residindo na cidade de Fortaleza, não podendo competir com os outros estabelecimentos comerciais existentes em seu bairro, decidiu mudar o seu ramo de negócios construindo algumas casas e investindo no recebimento de alugueis.
Nos últimos meses de 2017, após prestar auxílio a sua filha e a sua esposa, que sofreram durante algum tempo com problemas de câncer, padeceu gravemente de sua saúde por conta dos sintomas de uma chicungunha, descobrindo pouco tempo depois que estava acometido por uma leucemia mieloide, que foi classificada como aguda.
No dia 20 de novembro de 2017, aos 83 anos de idade, segundo informações existentes no livro C-183, pertencente ao Cartório Cavalcanti Filho, tombo nº 81.031, folha 188, depois de passar muitos dias de angústia e sofrimento na Unidade Básica da Saúde do Bairro Altran Nunes, foi transferido para o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, onde veio a óbito.
Depois do seu falecimento o seu corpo foi levado para sua terra natal, onde recebeu as despedidas fúnebres no templo da Igreja Evangélica Boa-viagense, sendo conduzido logo em seguida pelos seus familiares e amigos para um túmulo existente no Cemitério Parque da Esperança, que está localizado na Rua Maria de Nazaré Bezerra, s/nº, no Bairro de Nossa Srª de Fátima, na cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Carneiro Dantas Filho – o Régis Carneiro, através da lei nº 1.560, de 13 de dezembro de 2023, uma das ruas do Bairro Floresta, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
BIBLIOGRAFIA:
- COSTA, Irismar Soares. Traços Biográficos do Rev. Ezequiel Fragoso Vieira. Monografia apresentada ao Departamento de Graduação da Universidade Estadual Vale do Acaraú, 1999.
- FRAGOSO VIEIRA, Ezequiel. A História da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem. Boa Viagem: Sem Editora, 1997.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos óbitos. 1933-1935. Livro A-21. Tombo nº 32. Página 66v.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 28 de novembro de 2017.
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