Rosana Clotilde Vieira Fernandes

Rosana Clotilde Vieira Fernandes nasceu no dia 27 de setembro de 1977 na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, sendo filha de Sérgio Amaro Sátiro Fernandes e de Rosa Vieira Fernandes.
Os seus avós paternos se chamavam Antônio Álvaro Fernandes e Ireuda Sátiro Fernandes, já os maternos eram David Vieira Carneiro e Maria Vieira Carneiro.
Passou os primeiros anos de sua infância na propriedade de seus pais, a Fazenda Barra do Umari, que está localizada nas proximidades da vila de Domingos da Costa, no Município de Boa Viagem:

“O Distrito de Domingos da Costa é o conjunto de cinquenta e cinco comunidades rurais que anteriormente pertenciam ao Distrito de Boa Viagem. Ele foi criado através da lei estadual nº 1.153, do dia 22 de novembro de 1951, na gestão do Prefeito Aluísio Ximenes de Aragão. Com a criação desse Distrito o povoado de Domingos da Costa, por sua maior capacidade de desenvolvimento econômico e social, foi elevado à condição de vila e deu nome ao Distrito.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/historia-do-distrito-de-domingos-da-costa/. Acesso em 23 de setembro de 2016)

A sua infância foi completamente cercada de muitos carinhos e pequenos conflitos, que eram ocasionados, na maioria das vezes, por conta das divergências religiosas e políticas que envolviam os seus descendentes diretos.
Pelo lado paterno, com uma forte influência de confissão católica, o seu pai trazia nas veias um temperamento forte, que era recheado por uma longa tradição militar e política dentro do cenário da história cearense:

“Embora tenha nascido na capital possuía fortes ligações com o Município de Quixeramobim, nosso vizinho, sendo descendente de uma das mais tradicionais e distintas famílias de nosso Estado. Os seus avós paternos eram o Dr. Álvaro Otacílio Nogueira Fernandes, médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, e Almerinda Clotilde do Nascimento. Já os maternos eram o Dr. Manuel Sátiro, que foi Deputado Constituinte Estadual, casado com Angelzinda dos Santos Sátiro, conhecida como Zindoca, que era irmã de Alcides de Castro Santos, fundador do Fortaleza Esporte Clube, e filha do Deputado Federal Agapito Jorge dos Santos. O seu pai era coronel da policial militar, fato que desde cedo ligou a sua vida acadêmica a rigidez do Colégio Militar de Fortaleza, onde concluiu o ginásio por volta de 1966.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/sergio-amaro-satiro-fernandes/. Acesso em 23 de setembro de 2016)

Essa marca de seus descendentes em sua história de vida justifica até o seu sobrenome, “Clotilde”, uma direta homenagem de seu pai para a sua bisavó paterna, que exerceu forte influência sobre a sua infância na cidade de Quixeramobim.
Pelo lado materno, de confissão protestante, a sua mãe lhe imprimiu uma beleza e uma sensibilidade que também lhe projetou, alguns anos mais tarde, dentro do cenário político boa-viagense, características que foram moldadas pela herança deixada pelo seu avô materno.
A sua vida acadêmica começou de forma provisória em uma pequena casinha, que foi adaptada pelo seu pai para servir de escola para os filhos dos moradores de sua fazenda e tinha como professor o Sr. Paulo Chaves de Melo.
Algum tempo depois, foi matriculada na Escola de Ensino Fundamental David Vieira Carneiro, unidade de ensino que está localizada na vila de Domingos da Costa, onde estudou até concluir a 5ª série do Ensino Fundamental.
Mais tarde, por volta de 1990, desejando melhor qualificação para os seus filhos, os seus pais decidiram residir na cidade de Boa Viagem, sendo matriculada em uma das turmas da Escola de Ensino Fundamental David Vieira da Silva.
No dia 8 de março de 1992, juntamente com os seus familiares, partilhou da perda irreparável de seu avô materno, que faleceu de câncer e nessa época desempenhava um mandato eletivo.
No ano seguinte, mesmo sendo ainda muito jovem, foi testemunha ocular da projeção política tomada por sua mãe, que por diversas vezes assumiu à presidência da mesa diretora da Câmara Municipal de Vereadores e em 2008 assumiu como prefeita interina do Município de Boa Viagem por conta de uma licença solicitada pelo Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho.
No dia 6 de novembro de 1998, por meio do Núcleo de Formação do Educador da Secretaria da Educação do Estado do Ceará, unidade de ensino supletivo, conseguiu concluir a sua habilitação para o exercício do Magistério.
Algum tempo depois, sendo aprovação em um exame vestibular, foi matriculada em uma das turmas de Licenciatura Plena em Pedagogia na UECE – a Universidade Estadual do Ceará, que nessa época estabeleceu o seu campus de ensino na Escola de Ensino Fundamental Mirian Brito Fialho, atualmente denominada de Escola de Ensino Fundamental Benjamim Alves da Silva:

“Para o avanço e progresso da nossa educação, o então prefeito, Dr. Francisco Vieira Carneiro, o Major… assinaram convênio com a Universidade Estadual do Ceará – UECE – com a finalidade de ser instalado aqui um curso de Pedagogia… tendo o curso funcionado na Escola Mirian Brito Fialho, no Bairro de Fátima.” (NASCIMENTO, 2002: p. 143)

No ano seguinte, na manhã do dia 29 de maio de 1999, segundo informações existentes no livro B-10 do Cartório Geraldina, 1º Ofício, folha 61v, tombo nº 4.771, às 10h30min, diante do juiz Dr. Djalma Teixeira Benevides, contraiu matrimônio com José Diniz Vieira Filho, que nasceu no dia 3 de outubro de 1964, sendo filho de José Diniz Vieira e de Sebastiana Vieira Diniz.
Pouco tempo depois, no dia 25 de outubro de 2001, de forma consensual, alegando incompatibilidade de gênios, colocou um ponto final em seu relacionamento conjugal depois do divórcio.
Alguns anos mais tarde, residindo na cidade de Fortaleza, depois de enfrentar outro vestibular, foi matriculada em uma das turmas de Direito da UNIFOR – a Universidade de Fortaleza, sendo depois de algum tempo transferida para UFC – a Universidade Federal de Fortaleza.

Na imagem, ao lado de seu pai na conclusão de um de seus cursos.

No dia 12 de março de 2011, de forma semelhante ao seu avô materno, na cidade de Fortaleza, sofreu o mais duro golpe de sua vida quando inesperadamente perdeu o seu pai.
No ano seguinte a sua mãe, que nessa época exercia um mandato eletivo, resolveu renunciar do intento de se reeleger por conta do impedimento da lei complementar nº 135, de 4 de junho de 2010, que ficou conhecida em todo país como a lei da Ficha Limpa:

“O Ministério Público do Estado do Ceará, representado pelo Promotor de Justiça Dr. Rubem Machado Rebouças, conseguiu a impugnação das candidaturas do prefeito de Boa Viagem, Fernando Antônio Vieira Assef, e da presidente da Câmara Municipal, Rosa Vieira Fernandes. As decisões se fundamentam na Lei da Ficha Limpa – Lei Complementar 135/2010… Já a Vereadora Rosa Vieira Fernandes, que está na busca pelo quinto mandato, teve o registro indeferido tanto em primeiro como em segundo grau. Ela também teve as contas desaprovadas pelo TCM no período entre 2000 e 2005 e por isso foi considerada inelegível.” (ASCOM, 2012: Disponível em http://tmp.mpce.mp.br. Acesso em 23 de setembro de 2016)

Diante desse fato, no pleito eleitoral que ocorreu no dia 7 de outubro de 2012, contando com o apoio de sua mãe, estando filiada nos quadros políticos do PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira, com a legenda nº 45.674, conseguiu a expressiva confiança de 1.377 eleitores e foi conduzida ao seu primeiro mandato no Poder Legislativo.

Imagem do cartaz de divulgação de sua campanha.

No dia 1º de janeiro de 2013 assumiu a sua cadeira na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem, sobre ela assim se expressa a sua página oficial:

“Rosana Clotilde Vieira Fernandes… Faz parte do grupo de vereadores que enfrenta a sua primeira legislatura. Alcançou uma das concorridas vagas do legislativo de nosso Município, com uma expressiva e surpreendente margem de votos… assumiu a vida pública motivada pela sua mãe que representou o Legislativo de Boa Viagem com coragem e determinação durante 20 anos… considera a saúde, educação e a geração de emprego como ponto primordial para o desenvolvimento do Município e não vem medindo esforços para obter êxito nesta questão.” (CÂMARA DE BOA VIAGEM, 2013: Disponível em http://www.camaraboaviagem.ce.gov.br/vereadores.php?bg=24. Acesso no dia 23 de setembro de 2016)

Nessa legislatura fez parte do grupo de vereadores que preferia o nome do Vereador José Anchieta Paiva Chaves como presidente da mesa diretora do primeiro biênio, fato que gerou uma polêmica eleição e criou uma facção naquela casa que foi denominada pela imprensa local de “Grupo dos Oito”:

“Passando alguns dias, tornou-se o presidente do bloco formado pelos oito vereadores que acompanharam o seu nome [referindo-se ao Vereador José Anchieta de Paiva Chaves], sendo eles: Ademir Carneiro de Freitas, Antônio Alves Barbosa Júnior, Arnaldo Cavalcante Lima, Jessé Alves da Silva Filho, José Airto Vieira Lima, Jovino Mendes Neto e Rosana Clotilde Vieira Fernandes.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-anchieta-paiva-chaves/. Acesso em 24 de outubro de 2016)

Depois disso, por meio das vias legais, esse grave imbróglio ético-político foi paulatinamente sendo sufocado pelos altos custos judiciais e por conta da lentidão de nossa justiça, que nunca julgou o caso, mas produziu algo de bom, pois forçou aos vereadores dessa legislatura a mudarem o regimento interno da Câmara, fazendo com que as eleições passassem a ser abertas.
Em abril de 2013, dando continuidade aos seus estudos, concluiu o seu curso de especialização em Docência do Ensino Superior pelo ICED – o Instituto Cearense de Educação, apresentando o trabalho monográfico “Diferenças entre a Avaliação Formativa e Somativa”.
Nesse mesmo período, aos finais de semana, mantinha uma intensa agenda de compromissos lecionando nas turmas de Ensino Superior em diversos institutos de educação que existem no Estado do Ceará.
Em 2016, no pleito eleitoral que se seguiu, de forma corajosa rompeu com o grupo da candidata Aline Cavalcante Vieira e fez adesão ao grupo encabeçado pelo jovem empresário Adriano José da Silva, que apresentou melhores projetos para o futuro do Município de Boa Viagem.

Imagem de um comício que ocorreu no Bairro José Rosa, em 2016.

Esse rompimento político lhe causou vários constrangimentos pessoais, principalmente nas redes sociais, quando foi atacada de forma leviana por pessoas do grupo de oposição, fato que nunca lhe fez baixar a cabeça.
Ainda nesse pleito, mesmo enfrentando essas contrariedades, juntamente com a sua mãe, dedicou total apoio a candidatura de seu irmão, Antônio Sérgio Vieira Fernandes, que conseguiu o êxito de ser conduzido ao seu primeiro mandato no Poder Legislativo.

BIBLIOGRAFIA:

  1. ASCOM. Ministério Público Consegue a Impugnação das Candidaturas de Prefeito e da Presidente da Câmara de Boa Viagem. Disponível em http://tmp.mpce.mp.br. Acesso em 23 de setembro de 2016.
  2. CÂMARA DE BOA VIAGEM. Rosana Clotilde Vieira Fernandes. Disponível em http://www.camaraboaviagem.ce.gov.br/vereadores.php?bg=24. Acesso no dia 23 de setembro de 2016.
  3. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Sérgio Amaro Sátiro Fernandes. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/rosana-vieira-fernandes/. Acesso em 23 de setembro de 2016.
  6. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. José Anchieta de Paiva Chaves. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-anchieta-paiva-chaves/. Acesso em 24 de outubro de 2016.
  7. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História do Distrito de Domingos da Costa. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/historia-do-distrito-de-domingos-da-costa/. Acesso em 23 de setembro de 2016.