Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira

AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:

O templo da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira, que atualmente está aos cuidados da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – ministério Bela Vista, está localizado dentro dos limites geográficos do Distrito de Boa Viagem, a sede do Município de Boa Viagem, na localidade de Pitombeira, distante 17 quilômetros da cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

Imagem da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira, em 2005.

Apesar de ser tratada por muitos como igreja, essa comunidade ainda não possui a sua autonomia administrativa, portanto o seu patrimônio pertence à Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, que possui vinculo denominacional com a UIECB, a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, estando dentro dos limites geográficos de sua 25ª região administrativa.

A SUA HISTÓRIA:

O protestantismo existente nessa região de nosso Município foi fruto da intolerância religiosa acontecida no Sertão do Estado da Paraíba no fim da segunda metade da década de 1930.
Nessa época, por conta de alguns desajustes sociais motivados pelo preconceito, muitas famílias foram impedidas de praticar livremente a sua confissão religiosa, fato que contribuiu para a sua migração para o Estado do Ceará:

“Ainda em 1938, os irmãos Sebastião Alves da Silva e José Vieira de Freitas Filho, por causa da perseguição religiosa em Catolé do Rocha e Brejo dos Santos, deixam o Estado da Paraíba e fixam residência em Pitombeira, no Município de Boa Viagem, dando início a uma congregação.” (FRAGOSO VIEIRA, 1997: p. 3)

Ao se instalarem na zona rural do Município de Boa Viagem essas pessoas trouxeram vários de seus costumes, entre eles os da confissão protestante, transformando as suas casas, dentro de pouco tempo, em locais onde regularmente aconteciam os cânticos e a exposição das escrituras sagradas.
Em um primeiro momento, por medo de algum tipo de repreensão social, essa religiosidade foi privada, era reservada apenas aos de casa, até que, depois de acostumados com o novo ambiente, passaram a compartilhar de sua fé com aqueles que eram da sua intimidade:

“Nessa época, em sua residência, eram realizados os cultos da localidade e costumeiramente havia a presença de um grande e atento auditório. Ao mesmo tempo, mantinham um trabalho na localidade de Pocinhos, na casa de José Totô.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 193)

Entre essas famílias que migraram para o Estado do Ceará inicialmente destacamos a de Sebastião Alves da Silva, que deu uma forte contribuição para prosperidade do protestantismo nessa localidade:

“Como nos referimos anteriormente, antes da construção do templo, as celebrações religiosas eram feitas nas casas dos crentes, especialmente na casa de Sebastião Alves da Silva.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)

Ainda nessa época, mesmo enfrentando certa rejeição social, o trabalho de evangelismo começou a render os seus frutos e depois de algum tempo iniciaram a edificação de um pequeno templo:

“Com a expressiva quantidade de pessoas, haja vista o grande número de filhos, netos, agregados e amigos, percebeu-se a necessidade da construção de um local adequado para a celebração dos cultos.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)

Nos últimos meses de 1954, desejando concretizar esse desejo, o Sr. Martins José da Silva fez a doação de uma pequena propriedade dentro de sua fazenda visando a construção do templo:

“Ele foi construído graças à generosa contribuição de alguns irmãos. Dentre eles destacamos: Sebastião Alves da Silva, que contribuiu com 100 cruzeiros, Antônio Vieira da Silva, mais conhecido como Antônio Martins, que também contribuiu com 100 cruzeiros; e José Gomes de Oliveira, que contribuiu com 80 cruzeiros.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)

Mais tarde, em 1956, depois de alguns meses em uma campanha de arrecadação financeira, esse pequeno templo foi alegremente inaugurado depois de ser edificado por meio de um mutirão.

Imagem do templo da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira, década de 1958.

Algum tempo antes disso, sem possuir autonomia eclesiástica, essa comunidade passou a ser regida pela assembleia da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, que nessa época era a única comunidade do Município a ser organizada como igreja.
Nessa fase ela foi cuidadosamente assistida pelos missionários da UESA – a União Evangélica Sul-Americana, que dispunha dos seguintes pastores em nossa região: o Rev. Paulo Moody Davidson, o Rev. Eduardo Knechtel, o Rev. Humbert Cook, o Rev. Cecil Flecthel e o Rev. Percy Bellah, que regularmente se revesavam de seus campos para cumprir os atos pastorais em Boa Viagem.
Logo depois, quando ficou definida a sua adesão aos congregacionais, a igreja foi acompanhada por pastores brasileiros, inicialmente pelo Rev. Antônio Francisco Neto, que regularmente vinha da cidade de Catolé do Rocha, no Estado da Paraíba; depois pelo Rev. Manoel Bernardino de Santana, que durante algum tempo residiu na cidade de Boa Viagem; e novamente pelo Rev. Antônio Francisco Neto; seguindo depois do Rev. José Borba da Silva Neto, que organizou os estatutos da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem.
No fim da década de 1950, depois da unificação dos pastorados pelo Rev. Ezequiel Fragoso Vieira, aos poucos os trabalhos que eram mantidos pela Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira foram sendo transferidos para os cuidados da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem:

“A Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira permaneceu e permanece como igreja-mãe, tendo passado as suas congregações para Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, visto ter esta mais condições e mais facilidade de acesso.” (FRAGOSO VIEIRA, 1997: p. 4)

Ainda nessa época, outro nome que deu forte apoio ao desenvolvimento desse trabalho foi o do Diácono José Gomes de Oliveira, que sempre esteve presente nos momentos de necessidade da pequena congregação:

“Exercendo com denodo a função diaconal, mesmo residindo na cidade, ficou dando assistência à pequena Congregação de Pitombeira até 2004, enquanto a sua saúde permitiu.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 197)

Nos primeiros anos da década de 1960, muitas famílias desses protestantes passaram a residir na cidade de Boa Viagem, tornando o trabalho de evangelismo mais difícil por conta da distância, ficando sempre dependente do quadro de oficiais da igreja-mãe, o que prejudicou a criação de uma liderança local:

“A frequência era pequena e não surgia uma liderança autóctone, que assumisse o trabalho, até que, com a mudança de pastorado, ocorrida em 1998, na Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, os trabalhos na zona rural do Município tiveram a sua assistência diminuída, pois os ‘olhos’ da nova liderança estavam mais voltados para os bairros da cidade.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)

Por conta dessas dificuldades, no dia 14 de outubro de 1962, conforme informações existentes no livro de atas da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, temos conhecimento de que o trabalho não caminhava muito bem e que já nessa época havia algumas pessoas interessadas na venda do templo:

“Prosseguindo, foi apresentado o problema do patrimônio da igreja aonde se encontra o salão de cultos da Congregação de Pitombeira, isto é, que o irmão Antônio Martinho, onde está o salão, e consulta a igreja sobre a venda ou não, restituindo o seu valor legal. Foi proposto e apoiado e aceito por todos que não seja vendido.”

Depois de algum tempo, nos primeiros meses de 2001, quando estava quase desativado, no pastorado do Rev. Josafá Vieira, essa congregação passou a ser regida pela assembleia da Igreja Evangélica Boa-viagense, que lhe amparou até 2005, quando foi devolvida aos cuidados da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Vagem.

Imagem do templo da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira, em 2005.

No ano seguinte, mesmo existindo conflitos de ordem teológica, os seus trabalhos foram gentilmente transferidos para Igreja Evangélica Assembleia de Deus, que desde então tenta reerguer as suas atividades.

O CONTATO:

O canal de comunicação com a Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira é feito pela secretaria pastoral da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem pelo seguinte telefone:

  • Telefone:
  1. 88.3427-1845 (Secretaria Pastoral).

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. KNECHTEL, Dorothy. Terra de Rios Secos. Fortaleza: Princípios, 2006.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: PREMIUS, 2015.