José Gomes de Oliveira nasceu no dia 26 de julho de 1925 no Município de Alexandria, que está localizado no Oeste potiguar, distante 377 quilômetros da cidade de Natal, sendo o filho primogênito de Pedro Gomes de Oliveira e de Isabel Isaurina do Amor Divino.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Francisco do Nascimento e Maria Justina da Conceição, já os maternos eram José Vieira de Freitas e Antônia Egíbia do Nascimento.
De sua infância poucas informações podemos coletar, todavia descobrimos com alguns de seus contemporâneos que era um garoto perspicaz e inteligente que aprendeu a ler e escrever, mesmo com todas as dificuldades da época, com muito esforço e paciência, qualidades que foram a marca da sua vida.
Nessa época, residindo em uma localidade da zona rural denominada de Cedro, conciliava o trabalho pesado na agricultura com as poucas aulas que os seus pais puderam lhe financiar, chegando a cursar apenas até o 3º ano primário.
Sendo o primogênito de uma família de dezessete filhos, chegou a ser o responsável pelos seus irmãos mais novos, privando-se dos momentos de lazer para ajudar os seus pais nas atividades do campo.
Mais tarde, nos primeiros anos da década de 1940, por ocasião de uma viagem à cidade de Catolé do Rocha, no Estado da Paraíba, o seu pai, que era de confissão católica, fez amizade com o Rev. Antônio Francisco Neto, pastor da Igreja Congregacional daquela cidade.
Por conta dessa amizade o seu genitor foi presenteado com uma edição do Novo Testamento mas, por serem analfabetos, inicialmente não valorizaram o precioso presente.
Nessa época, sem a disponibilidade de livros para ler, o Novo Testamento tornou-se o seu livro de referência, onde cuidadosamente registrava as datas de importância da família.
Sendo de espírito manso, obediente, ainda jovem nasceu-lhe o desejo de uma vida guiada por Deus, nessa época, na década de 1940, muitos paraibanos, desejando ampliar as suas terras e por questões de intolerância religiosa, migraram para o Estado do Ceará, dentre eles muitos de seus parentes.
Desejando conhecer o Ceará, veio a passeio para cidade de Boa Viagem, hospedando-se nessa oportunidade na casa de sua irmã, que havia contraído matrimônio com o Comerciante João Fragoso Vieira.
Na casa de seu cunhado, teve a oportunidade de conhecer os rudimentos da fé cristã na perspectiva reformada, que lhe geraram a curiosidade de frequentar as atividades da Igreja Evangélica Congregacional que se organizava na cidade de Boa Viagem.
Na frequência aos trabalhos dessa igreja, teve a oportunidade de conhecer Delzumira Alves da Silva, sendo filha de Sebastião Alves da Silva com Delfina Vieira da Silva, com quem contraiu matrimônio no dia 1º de março de 1951.
Dessa feliz união foram gerados três filhos, um homem e duas mulheres, sendo eles: Juvenal Gomes de Oliveira, Juraci Alves de Oliveira Sales e Josemira Alves de Oliveira.
Depois de casado, inicialmente passou a residir na localidade de Pitombeira, na zona rural do Município de Boa Viagem, aonde permaneceu por pouco tempo, pois, por volta de 1954, decidiu retornar com a sua família para sua terra natal.
Mais tarde, sendo convencido pela mensagem cristã na perspectiva reformada, recebeu o batismo no dia 20 de outubro de 1953.
Pouco tempo depois, retornando com a sua família para o Ceará, passou a residir na cidade de Boa Viagem na Rua 26 de Junho, nº, Centro.
Na zona urbana, estabeleceu-se inicialmente como comerciante, mas não prosperou, partindo para o ramo de sapateiro.
Algum tempo depois, após desfazer-se de uma propriedade em sua terra natal, resolveu investir novamente no comércio, dessa vez em um box existente no Mercado Público Municipal Jessé Alves da Silva, onde conseguiu sustentar com dignidade a sua amada família.
Nesse estabelecimento, enquanto viveu, conseguiu a façanha de construir a imagem de um homem trabalhador, honesto, tranquilo, pai amoroso e preocupado com os filhos, sempre estando atento às necessidades de seus filhos.
Teve a sua vida pautada nos ensinamentos de Cristo, gostando de regularmente se deleitar nas escrituras sagradas, sendo consagrado ao diaconato pelo Rev. Ezequiel Fragoso Vieira.
Durante muitos anos assumiu os trabalhos de ensino da escola dominical da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, sendo consagrado como um de seus diáconos no dia 3 de maio de 1974.
Muitos anos depois, nos primeiros meses de 1998, descontente com os rumos tomados em sua comunidade religiosa depois de uma malfadada sucessão pastoral, passou a pertencer aos quadros de membresia da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, contribuindo para a organização da Igreja Evangélica Boa-viagense, onde continuou a exercer o diaconato.
Nessa mesma época, até 2004, enquanto a saúde lhe permitiu, tomou a frente no funcionamento da pequena Congregação de Pitombeira, comunidade por quem nutria um grande carinho.
“Ele foi construído graças à generosa contribuição de alguns irmãos. Dentre eles destacamos: Sebastião Alves da Silva, que contribuiu com 100 cruzeiros, Antônio Vieira da Silva, mais conhecido como Antônio Martins, que também contribuiu com 100 cruzeiros; e José Gomes de Oliveira, que contribuiu com 80 cruzeiros.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)
Mais tarde, no dia 11 de dezembro de 2014, por meio do decreto legislativo nº 13, foi agraciado com o título de cidadania boa-viagense pela Câmara Municipal de Vereadores.
Faleceu na cidade de Fortaleza, aos 89 anos de idade, no dia 9 de janeiro de 2015, depois de passar algum tempo hospitalizado.
Logo após o seu falecimento, sendo trazido para Boa Viagem, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado em um mausoléu pertencente a sua família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- FRAGOSO VIEIRA, Ezequiel. A História da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem. Boa Viagem: Sem Editora, 1997.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2015.
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