Luzia Albina de Araújo

Luzia Albina de Araújo nasceu no dia 9 de julho de 1885 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, sendo filha do Cap. Francisco Nunes de Rezende Oliveira e de Maria Ditoza do Vale Oliveira.
Alguns dias depois, em 16 de agosto, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o sacramento do batismo pelas mãos do Pe. Raimundo Teles de Sousa.
Os seus avós paternos se chamavam José de Oliveira Têves e Maria Francisca do Espírito Santo, já os maternos eram o Cap. Antônio Bezerra do Vale e Maria dos Prazeres de Jesus.
Segundo informações existentes no livro B-01, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 26, folha 190v, no dia 10 de dezembro de 1907 contraiu matrimônio civil com José Rangel de Araújo, nascido no dia 19 de março de 1886, sendo filho de Manoel Duarte de Araújo e de Maria Amélia de Araújo, confirmando os seus votos, pouco tempo depois, conforme informações contidas no livro B-03, destinado ao registro dos casamentos, existente na secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 10, página 73, no dia 5 de fevereiro de 1908, às 9 horas da manhã, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Conta-se que o seu casamento, por conta das posições politicas de sua família, não era da vontade de seu sogro e que só foi possível graças à uma planejada fuga da Fazenda Almas.
Pouco tempo depois da realização de seu matrimônio, passou a residir com o seu esposo no Município de Independência, onde permaneceu por pouco tempo.
Desse matrimônio foram gerados quatro filhos, um homens e três mulheres, sendo eles: Laura Araújo Cavalcante, Maria Iracema de Araújo, Dedita Araújo Marinho e Francisco Rangel de Araújo.
Entre os anos de 1937 e 1941 o seu esposo esteve à frente do Poder Executivo do Município de Boa Viagem como interventor, oportunidade em que foi a primeira-dama.
Segundo o escritor Antenor Gomes de Barros Leal, por conta do trágico falecimento de seu único filho passou a sofrer em grande depressão, vindo a óbito no dia 15 de fevereiro de 1941, com apenas 54 anos de idade.

“A notícia chegou em Boa Viagem às 2 horas da manhã, levando imediatamente a Fortaleza os inconsoláveis pais. O encontro  de Luzia, a desventurada mãe, com o cadáver do filho, foi o mais cruel e emocionante que o gênero humano pode suportar e para descrevê-lo não há palavras. Meu filho… os soluços e as lágrimas envolveram o corpo do único filho homem que possuía. A chegada de seus pais ainda hoje é lembrada e sofrida. Luzia deixou de viver, definhou, quase emudeceu; o seu corpo anteriormente destro e forte sobre o seu leito aos poucos foi se extinguindo…” (BARROS LEAL, 1996: p. 127-128)

BIBLIOGRAFIA:

  1. BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Recordações de um Boticário. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1996.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.