Cristina Vieira Lima

Cristina Vieira Lima nasceu no dia 21 de julho de 1907 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, capital daquele Estado, sendo filha de Quintiliano Vieira Lima e de Felisbela Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Pereira Lima e Maria Vieira da Conceição, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Na época do seu nascimento, veio ao mundo pelas mãos de uma parteira nas proximidades da vila de Brejo dos Santos, que nesse período era conhecida pelo topônimo de “Brejo dos Cavalos”, sendo uma pequena localidade rural pertencente ao Município de Catolé do Rocha.
A mudança desse nome ocorreu por conta de uma grande onda de intolerância religiosa ocorrida nos últimos anos da década de 1930, na mesma época em que ocorria grandes transformações em sua vida.

“A Igreja Evangélica Congregacional instalou-se nesse  Município em 1928. O pastor era o Rev Henry Briault, de nacionalidade inglesa, que trabalhou, de certo modo, pelo progresso do lugar. Pelos anos de 1937 a 1939, as duas forças religiosas do lugar tiveram divergências, desentendimento este que gerou até violência.”  (IBGE: Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/brejo-dos-santos/historico. Acesso no dia 24 de fevereiro de 2018)

Em 1911, possivelmente atraído pelo plantio de algodão nas proximidade do Município de Campina Grande, habitou com a sua família dentro do território do Município de São João do Cariri.
Mais tarde, nos primeiros meses de 1924, estabelecidos novamente em Brejo dos Santos, depois de receber a agradável visita de um de seus irmãos e motivado por problemas no seio de sua família acompanhou os seus pais, que decidiram migrar para o Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
Esse irmão, que se chamava José Vieira de Lima, havia contraído núpcias com a filha de um importante agropecuarista e liderança política dessa região, Theóphfilo da Costa Oliveira, que vendeu uma propriedade denominada de Fazenda Santo Antônio aos seus pais.

“Quintiliano Vieira Lima chegou ao Município de Boa Viagem, com toda a sua família, no dia 24 de dezembro de 1925, e no dia seguinte, após a missa, partiram para a sua nova propriedade.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 177)

No dia 5 de maio de 1947 um de seus irmãos, Joaquim Vieira Lima, foi nomeado interventor do Município de Boa Viagem no lugar do Tenente José Silvino da Silva pelo governador do Estado do Ceará, o Dr. Faustino de Albuquerque e Sousa, permanecendo nessa função até o dia 25 de março de 1948, data que marcou o início da abertura política e a reinstalação das câmaras municipais no Ceará.
Era solteira, não constituiu uma família nos moldes tradicionais e ainda bem jovem tornou-se o ponto de apoio na velhice de seus pais.
Nos últimos anos da década de 1960, partilhou com os seus familiares a sucessiva perda de vários entes queridos, sendo eles: no dia 2 de junho de 1966 foi a sua mãe; no dia 27 de março de 1967 foi a vez de um de seus irmãos, José Vieira de Lima, e no dia 14 de novembro de 1968 foi a vez de seu pai.
Algum tempo depois, no dia 28 de abril de 1974, foi a vez de seu irmão Bento Vieira de Lima, que nessa época residia no Município de Dourados, na região Sudoeste do Estado do Mato Grosso do Sul.
No dia 6 de março de 1980, de acordo com as informações existentes no livro C-12/1, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 643, folha 194v, faleceu aos 73 anos de idade, na cidade de Boa Viagem.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no mausoléu pertencente a sua família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, uma das ruas do Bairro Vila Holanda, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CARNEIRO FILHO, Davi Vieira. A Perseguição Religiosa aos Protestantes em Catolé do Rocha. Boa Viagem, 2008.
  2. FRAGOSO VIEIRA, Ezequiel. A história da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira. Boa Viagem, 1990.
  3. IBGE. A História do Município de Brejo dos Santos. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/brejo-dos-santos/historico. Acesso no dia 24 de fevereiro de 2018.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.