Quintiliano Vieira Lima

Quintiliano Vieira Lima nasceu no dia 9 de setembro de 1872 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Francisco Pereira Lima e de Maria Vieira da Conceição.
Os seus avos paternos se chamavam Francisco Pereira e Umbelina, já os maternos eram Manoel Vieira Carneiro e Antônia Maria de Jesus.
O seu nascimento ocorreu na vila de Brejo dos Santos, que na época era conhecida pelo topônimo de “Brejo dos Cavalos”, sendo um pequeno povoado pertencente ao Município de Catolé do Rocha.
A mudança desse nome ocorreu por conta de uma forte onda de intolerância religiosa contra os cristãos de confissão protestante ocorrida nos últimos anos da década de 1930, onde muitos deles vieram para o Estado do Ceará.

“O núcleo recebeu o nome de Brejo dos Cavalos, pois havia nas imediações da cidade, à margem do Riacho do Sabão… Daí quando se fazia qualquer alusão ao lugar diziam ‘Lá no Brejo dos Cavalos’. Foi o bastante para que o nome fosse adotado até a mudança para Brejo dos Santos, nome sugerido pelo então vigário de Catolé do Rocha, o Pe. Oriel Fernandes… Na mesma época um movimento esboça-se em favor da construção de uma igreja, com aceitação popular. A igreja foi concluída em 1938, sendo dedicada a Sagrada Família, padroeira do lugar. A Igreja Evangélica Congregacional instalou-se no Município em 1928. O pastor evangélico, Henry Briault, de nacionalidade inglesa, trabalhou, de certo modo, pelo progresso do lugar… Pelos anos de 1937 a 1939, as duas forças religiosas do lugar tiveram divergências, desentendimento este que gerou até violência, após algum tempo depois a paz voltou a reinar.” (IBGE, 2000: Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/brejo-dos-santos/historico. Acesso no dia 4 de junho de 2020)

Antes disso, no dia 31 de agosto de 1890, foi surpreendido juntamente com os seus familiares com a morte de seu pai, que faleceu com apenas 40 anos de idade por conta de uma febre.
Pouco tempo depois, em 31 de julho de 1896, com 24 anos de idade, contraiu matrimônio com Felisbela Vieira de Freitas, que era nascida no dia 20 de fevereiro de 1897, sendo filha de Pedro Vieira Carneiro com Maria Floriana de Morais.
Desse matrimônio foram gerados onze filhos, oito homens e três mulheres, sendo eles: José Vieira de LimaJoaquim Vieira Lima, Cristina Vieira Lima, Quintiliano Vieira Lima Filho, Delfino Vieira Lima, José Vieira Irmão, Manoel Vieira de Lima, Antônio Vieira de Lima, Antônia Vieira de Lima, Bento Vieira de Lima e Rosa Vieira de Lima.
Em 1911, possivelmente atraído pelo plantio de algodão nas proximidade do Município de Campina Grande, habitou com a sua família dentro do território do Município de São João do Cariri.

Imagem do Casarão do Santo Antônio, em 2021.

Mais tarde, em 1924, habitando novamente em Brejo dos Santos, depois de receber a agradável visita de um de seus filhos, motivado também por problemas pessoais no seio de sua família, decidiu migrar para o Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

“Quintiliano Vieira Lima chegou ao Município de Boa Viagem, com toda a sua família, no dia 24 de dezembro de 1925, e no dia seguinte, após a missa, partiram para a sua nova propriedade.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 177)

Esse filho, José Vieira de Lima, havia contraído núpcias com a filha de um importante agropecuarista dessa região, Theóphfilo da Costa Oliveira, popularmente conhecido como “Teófilo Amaro”, que lhe vendeu uma propriedade denominada de Fazenda Santo Antônio, onde existe um suntuoso casarão:

“Casarão, no Santo Antônio, construído de tijolo, na segunda metade do século XIX. Foi propriedade e residência, durante muitos anos, do casal Quintiliano Vieira Lima e Felisbela Vieira de Freitas, avós paternos de José Vieira Filho – o Mazinho.” (NASCIMENTO, 2002: p. 41)

Depois de estabelecido no Município de Boa Viagem, durante algum tempo conciliou as suas atividades de agropecuarista com a de tabelião, sendo popularmente conhecido como “Major Dodô”.

Imagem do local onde era a casa de Quintiliano Vieira Lima, em 2015.

A partir do início dos anos 1940, com o declínio da “Oligarquia Araújo”, alguns de seus descendentes passaram a exercer forte liderança política no Município de Boa Viagem, chegando inclusive, por diversas vezes, a assumirem a chefia do Poder Executivo.
Mais tarde, já residindo na cidade de Boa Viagem, durante algum tempo habitou com a sua esposa em uma casa existente na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 79, no Bairro Vila Azul.
Depois disso, no dia 2 de junho de 1966, juntamente com os seus familiares, foi surpreendido com a lamentável perda de sua esposa e pouco tempo depois, no dia 27 de março de 1967, de um de seus filhos, José Vieira de Lima.
Segundo informações existentes no livro C-10, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 4.616, folha 165, no dia 14 de outubro de 1968, veio a óbito antes de completar 96 anos de idade.

Imagem do velório de Quintiliano Vieira Lima.

Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado no mausoléu pertencente a sua família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. IBGE. Histórico do Município de Brejo dos Santos. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/brejo-dos-santos/historico. Acesso no dia 4 de junho de 2020.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
  5. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Osmar de Oliveira Fontes – Osmar Carneiro, através da lei nº 139, de 12 de março de 1970, uma das ruas do Bairro Vila Holanda, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.

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