Luís Vieira de Sousa

Luís Vieira de Sousa nasceu no dia 23 de maio de 1904 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de José Vieira de Sousa Filho e de Lindachel Maria de Jesus.
Os seus avós paternos eram José Vieira de Sousa e Raimunda Maria do Sacramento, já os maternos eram Dino Francisco Torres e Izabel Sabina de Jesus.
Algum tempo depois do seu nascimento, no dia 13 de abril de 1905, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Passou grande parte de sua infância e adolescência residindo com os seus pais em uma pequena localidade que ainda hoje é denominada de Lázaro.
Segundo informações existentes no livro B-07, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 57, folha 38, no dia 1º de setembro de 1925, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, aos 23 anos de idade, contraiu matrimônio com Isabel Maria de Jesus, que nasceu no dia 2 de julho de 1903, sendo filha de Manoel Vieira de Sousa com Sabina Maria de Jesus.
Poucos dias depois, no dia 14 de novembro, segundo informações existentes no livro B-05, pertencentes ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, folha 50, diante do Dr. Thiago Martins da Costa, confirmou os seus votos em uma cerimônia civil.
Desse matrimônio foram gerados dez filhos, cinco homens e cinco mulheres, sendo eles: José Vieira NetoAlonso Vieira de Sousa, Antônio Vieira de Sousa, João Vieira de Sousa, Valdemar Vieira de Sousa, Maria Vieira de Sousa, Júlia Vieira de Almeida, Zuila Vieira de Sousa, Idilva Vieira de Sousa, Helena Vieira de Sousa e Lúcia Vieira de Sousa.
Nos primeiros anos da década de 1930, depois de casado, se estabeleceu na localidade de Guia, um pequeno povoado existente próximo da residência de seus pais, onde passou a cuidar de uma propriedade pertencente a sua família.
Possuidor de uma grande disposição para o trabalho, dentro de algum tempo, juntamente com os seus filhos, conseguiu juntar uma pequena fortuna, que investiu na compra da propriedade onde era vaqueiro.
Nessa localidade, por volta de 1936, juntamente com outros moradores dessa região, empreendeu esforços para o desenvolvimento do local, partindo inicialmente da construção de uma pequena capela, que mais tarde se transformou na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, doação que foi formalizada no dia 17 de agosto de 1937, sendo finalmente registrada em cartório no dia 12 de janeiro de 1942:

“O Distrito de Guia teve como fundador Luís Vieira de Sousa e muitos outros que colaboraram para o importante desenvolvimento da comunidade, dentre os quais Abílio Soares, Raimundo Alves Campos, Zeca Ribeiro, Aderaldo Saraiva e a Professora Carmélia Soares Campos.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 34)

Realizou também a doação de uma pequena propriedade para edificação do Cemitério dos Esquecidos, e pouco tempo depois da propriedade onde se encontra o Cemitério de Nossa Senhora da Guia.
Mais tarde, promoveu a doação do terreno onde hoje se encontra à Escola de Ensino Fundamental Adília Maria de Lima e o Salão Paroquial da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia.

Imagem de família no dia da ordenação sacerdotal de seu filho, em 1955.

Antes disso, nos primeiros anos da década de 1950, fortalecido os laços de fé e irmandade da comunidade, esteve a frente em algumas campanhas de arrecadação para reformas e melhorias da capela existente na vila, festa que prevalece até os dias de hoje.

“Em 1953, os senhores Luís Vieira de Sousa e Raimundo Alves Campos tiveram a ideia de fazer uma festa para arrecadar fundos para a conclusão das obras da Igreja de Nossa Senhora da Guia. A população gostou da ideia e resolveu contribuir. Então as pessoas se dividiram em dois partidos: azul, que era liberado pelo senhor Luís, e o partido encarnado, comandado pelo senhor Raimundo. A ideia deu tão certo que a festa dura até hoje. Atualmente essa festa está bem elaborada e estruturada. Segue-se uma tradição de anos e é um evento realizado em sete dias de pura animação. Conta com a participação de diversas comunidades, que realizam belíssimas apresentações para a comunidade local. Os mais usados instrumentos usados são o teclado e o violão. Depois da missa, celebrada na Igreja Matriz, acontece o leilão na praça ao lado, e todo dinheiro arrecadado vai para as obras da igreja. Essa manifestação é muito valiosa, pois as pessoas se conscientizam da importância da Igreja.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 46 – 47)

Nesse tempo, no dia 8 de dezembro de 1955, sendo um fervoroso cristão de confissão católica, depois de alguns anos de espera, juntamente com a sua família, se dirigiu para cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí, para assistir a ordenação sacerdotal de seu segundo filho, Alonso Vieira de Sousa, que passou a ser chamado de “Frei Guido”.
Pouco tempo depois, na eleição municipal ocorrida no dia 3 de outubro de 1958, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, conseguiu ser eleito vereador, desempenhando o seu mandato eletivo entre os dias 25 de março de 1959 e o dia 25 de março de 1963.
Nessa legislatura, em apoio ao governo do Prefeito Dr. Gervásio de Queiroz Marinho, votou em favor da compra de um trator, que tinha o intuito de servir aos agricultores do Município; da realização do convênio com o Governo Federal para fomentar o Ensino Primário; da instalação de água e esgoto na cidade de Boa Viagem; da criação do serviço de manutenção de estradas municipais; aprovou o projeto de modificação da nomenclatura das ruas da cidade; a doação de um lote urbano para construção da Associação Atlética Boa-viagense e a delimitação da zona urbana da cidade e das vilas de Domingos da Costa, Ibuaçu e Jacampari.

Imagem de Luís Vieira de Sousa e de sua esposa.

Pouco tempo depois do término desse mandato, por seu intermédio e do vice-prefeito do Município, o Sr. José Vieira Filho, conhecido por Mazinho, no governo do Cel. Virgílio de Morais Fernandes Távora, através da lei nº 6.911, de 19 de dezembro de 1963, conseguiu ver a desejada elevação do povoado de Guia para condição de vila e sede do novo Distrito, que foi desmembrado do Distrito de Boa Viagem:

“O Distrito de Guia foi criado em 1963 pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e motivado por um movimento feito pelo vice-prefeito José Vieira Filho, que criou o Distrito e conseguiu com um abaixo-assinado encaminhar ao Cel. Virgílio Távora a criação do Posto dos Correios.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 33)

No dia 13 de setembro de 1984, juntamente com os seus familiares, foi surpreendido pelo falecimento de seu filho primogênito, que veio a óbito na cidade de Fortaleza depois de enfrentar uma ferrenha luta contra um câncer no estomago.
Faleceu na cidade de Fortaleza, vítima de câncer, aos 83 anos de idade, no dia 18 de agosto de 1987.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Paz, que está localizado na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, nº 4.454, no Bairro do Passaré, na cidade de Fortaleza.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de batismos. 1898-1905. Livro A-08. Tombo nº 38. Página 175.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de casamentos. 1924-1930. Livro B-07. Tombo nº 57. Página 38.
  5. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, embora ainda sem uma legislação que a ampare, uma das ruas da vila de Guia, no Município de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.