Juraci Rocha Bezerra

Juraci Rocha Bezerra nasceu no dia 1º de setembro de 1933 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de João Rocha Bezerra e de Maria do Carmo Amaro.
Os seus avós paternos se chamavam Antônio Rocha BezerraMaria de Nazaré Bezerra, já os maternos era João Amaro da Costa Filho e Isabel Maria da Conceição.
Ao nascer, passou os primeiros três anos de sua infância na Fazenda Poço da Cobra e, logo depois, passou a residir na Fazenda Jantar, onde havia um maior número de familiares.
Depois disso, por volta de 1940, aos sete anos de idade, desejando estudar, passou a residir na cidade de Quixeramobim com os seus padrinhos, Manoel Araújo Alencar e Iracema Carvalho Alencar.
Em 1942 retornou a casa de seus pais, onde permaneceu por curta temporada, indo morar nessa ocasião na Fazenda Teotônio, no território do Município de Madalena, onde foi alfabetizado pelas tias Rosária Rocha Bezerra e Francisca Rocha Bezerra, passando a trabalhar dentro de pouco tempo como fiscal do sítio da referida fazenda.
Pouco tempo depois dessa experiência retornou ao convívio do lar paterno, que nessa época estava na Fazenda Sítio, propriedade que nesse período pertencia ao Cel. José Cândido de Carvalho.
Nessa época, percebendo o nicho de mercado comercial, começou a negociar como vendedor ambulante pelas estradas do sertão tendo como ponto de partida a casa de seus pais e a Fazenda Teotônio.

“Levando peças de barro (panelas, potes, alguidar, etc), em um jumento com um jogo de caçoar para ir vender na Fazenda Teotônio e de volta trazia carregado de frutas, assim começou a viver no ramo de vendas.” (ROCHA MARINHO, 2024: p. 6)

Mais tarde, depois de juntar alguns recursos, resolveu abrir uma pequena bodega especializada no ramo de cereais e uma oficina que prestava serviços de manutenção e fabricação de peças de couro.
Já estabelecido comercialmente, aos 22 anos de idade, no dia 13 de setembro de 1955, segundo informações existentes no livro B-11, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, termo nº 37, página 80, diante do Pe. Irineu Limaverde Soares, no altar da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, contraiu matrimônio religioso com Francinete Mesquita Rocha, nascida no dia 15 de junho de 1936, de 19 anos de idade, sendo filha de Maximiano Amaro Mesquita e de Hercília Amaro Mesquita.
Alguns dias depois, em 19 de outubro, em acordo com as informações existentes no livro B-15, pertencentes ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, termo nº 2.435, folha 105, confirmou os seus votos em uma cerimônia de casamento civil.
Desse matrimônio foram gerados seis filhos, quatro homens e duas mulheres, sendo eles: Francisco Hermes Rocha, Francisco Hélio Rocha, Manoel Hernandes Rocha, Maria Juraci Mesquita Rocha, Ana Jarvis Mesquita Rocha Marinho e Almir Jáder Rocha.
Depois do seu casamento voltou a residir na Fazenda Jantar, próximo da casa de seus pais e sogros até que, por conta dos efeitos da seca de 1958, resolveu migrar com a sua pequena família para cidade de Boa Viagem, passando a trabalhar nesse período como fiscal de estradas.
Ao fim de seu contrato, ainda na cidade, resolveu reabrir a sua pequena mercearia e oficina, que estavam localizadas em uma pequena casa na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 395, Centro.

“Depois que terminou o serviço da estrada, continuou com a sua oficina de sola e uma bodega de cereais onde, com ajuda de sua esposa, fabricava cocadas, aluás e venda de frutas.” (ROCHA MARINHO, 2024: p. 8)

No dia 28 de março de 1963, conforme a portaria nº 22, a convite do Prefeito Dr. Manuel Vieira da Costa – o Nezinho, passou a trabalhar como fiscal da Prefeitura Municipal de Boa Viagem, servindo nessa mesma função em outras gestões, galgando em 1973 ao cargo de Secretário de Viação, Obras e Serviços Municipais na gestão do Prefeito Dr. Francisco Vieira Carneiro – o Major Carneiro, onde permaneceu até 1977.
Na gestão seguinte, de 1977 a 1982, ao de Secretário de Obras e Serviços Público no governo do Prefeito Benjamim Alves da Silva.

“Em 1974 foi promovido ao cargo de Secretário de Obras na gestão do Prefeito Francisco Vieira Carneiro, onde serviu por 11 gestões na mesma função, prestando valiosos serviços com entusiasmo e responsabilidade, nunca faltando a um dia de serviço ou tendo a sua atenção chamada por seus superiores, trabalhando trinta e cinco anos e quatro meses até a sua merecida aposentadoria.” (ROCHA MARINHO, 2024: p. 9)

Depois disso, sem gozar férias durante vinte anos, recebeu uma licença prêmio de três anos e quatro meses, recebendo finalmente a sua aposentadoria no dia 14 de maio de 1992.
Um pouco antes de sua aposentadoria, desejando empreender no ramo de construção civil, em sociedade com o seu filho primogênito, investiu na abertura de uma construtora e em uma casa especializada na venda de material de construção.

Imagem da CICLA, em 1990.

Essa empresa ganhou o nome comercial de CICLA – Comércio, Indústria e Construção Civil LTDA, que era localizada na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 110, no Centro da cidade de Boa Viagem.
Essa construtora foi a responsável direta pela construção da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, pela Penitenciária de Boa Viagem e pelo Centro de Abastecimento Municipal Walkmar Brasil Santos.
Algum tempo depois, no fim da década de 1990, depois do fim dessa sociedade, resolveu investir em uma imobiliária, que recebeu o nome comercial de Mesquita Rocha, também era responsável pela locação de imóveis.
Durante a sua existência, servindo como cidadão exemplar, prestou valioso serviço como filantropo à sociedade boa-viagense doando o terreno para construção da Associação Comunitária do Bairro Vila Holanda; o terreno para Capela de São Francisco de Assis, no Bairro Vila Holanda; a Praça de Nossa Senhora Auxiliadora, no Bairro de N. Srª de Fátima; o terreno para construção da Associação da Colônia de Pescadores de Boa Viagem; o terreno da Praça do Bairro Vila Holanda; o terreno para construção da Associação dos Moradores do Bairro de N. Srª de Fátima, entre outros.
Segundo informações existentes no livro C-10, pertencente ao Cartório Geraldina, termo nº 9.320, folha 263v, faleceu no dia 11 de dezembro de 2023, aos 90 anos de idade.
Depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado no mausoléu da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.

Imagem do túmulo da família Rocha, em 2017.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. ROCHA MARINHO, Ana Jarvis Mesquita. A biografia do inesquecível Juraci Rocha Bezerra. Boa Viagem: Maximus, 2024.
  4. THACHERIL, Thomas James. Livro Histórico (2013 – 2024). Boa Viagem: Texto não publicado, 2024.