Alfredo Inácio de Sousa

Alfredo Inácio de Sousa nasceu no dia 25 de maio de 1925 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de José Inácio da Rocha e de Francisca Maria da Conceição.
Os seus avós paternos se chamavam João Inácio da Rocha e Raimunda Clementina de Oliveira, já os maternos eram Manoel Barroso de Sousa e Francisca Maria de Jesus.
Na época em que nasceu a cidade de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a procurar assistência médica no Município vizinho.

“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)

Depois disso foi levado para propriedade de seus pais na Mata Fria, onde passou grande parte de sua vida.
Mais tarde, no dia 28 de dezembro de 1950, segundo informações existentes no livro B-12, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 160, página 127, diante do Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira, contraiu matrimônio com Raimunda Lemos de Sousa, nascida em 1921, sendo filha de Manoel Joaquim Lemos e de Maria Amélia de Lemos.
No ano seguinte, no dia 4 de março, de acordo com as informações existentes no livro B-13, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1913, folha 15, confirmou os seus votos em uma cerimônia civil.
Desse matrimônio foram gerados três filhos, dois homens e uma mulher, sendo eles: Irineu Lemos de Sousa, Idalice Lemos de Sousa, Antônio Ageu Almeida e Sousa e Agileu Lemos de Sousa.
Nos primeiros anos da década de 1960 deu apoio ao projeto político de seu irmão João Inácio de Sousa, que exerceu quatro mandatos na Câmara Municipal de Vereadores.

“Na eleição municipal ocorrida no dia 15 de novembro de 1966, desejando entrar na vida pública de seu Município por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da ARENA 2 – a Aliança Renovadora Nacional, conseguiu ser eleito depois de receber a confiança de 492 eleitores, ficando entre os quatro vereadores com a maior votação desse pleito.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/wicar-parente-de-paula-pessoa/. Acesso no dia 23 de dezembro de 2020)

Nesse época, contra a sua vontade, esteve envolvido em um grave litigio por conta da posse de suas terras, localizada na Cruz, que eram regularmente invadidas a mando do temido General Wicar Parente de Paula Pessoa, conforme a memória de um de seus filhos.

“Teve uma infância conturbada, haja vista que aos 09 anos de idade presenciou a luta ferrenha de seu pai contra um grupo de capangas de um temido e conhecido General Wicar, que queria a fogo e sangue, apossar-se das terras que por lei e direitos eram de propriedade de Alfredo Inácio. Na batalha sangrenta, Agileu viu morto um dos homens do valente General e outro correndo risco de perder a vida, ainda resistindo por uns 2 anos. Também presenciou seu pai sendo preso e levado para Fortaleza, sendo solto alguns dias depois. Assim cresceu, orgulhando-se dele, pois era homem integro, corajoso e bravo… Com coragem e fé, Alfredo Inácio venceu a luta e ficou na história como um bom lutador.” (MARINHO, 2014: p. 28-29)

Esse problema demorou muitos anos para ser resolvido, gastando uma grande e preciosa parte de suas posses na justiça para provar um direito que era seu.
Segundo o relato de José Onedir Lima Sales, no auge desse problema, quando recebeu o aviso de abandonar a sua casa, colocou a sua família em um local seguro e aguardou o cumprimento da ameaça de invasão armando uma astuta emboscada.

“Esse episódio ocorreu em uma quinta-feira santa. O general mandou um aviso para ele sair da propriedade, daí ele esperou, colocou uns tubos de feijão no alpendre, em frente da porta de sua casa e foi esperar em um local de abrigo. Certa hora chegou uma F-1000 vermelha cheia de homens fortemente armados.  Um deles desceu para abrir a cancela e o Alfredo deu um tiro de alerta, os capangas responderam com uma rajada de balas e depois de muitos tiros, percebendo que não conseguiriam o arrancar dali, resolveram voltar.”

Nessa ação um dos capangas morreu, outro ficou gravemente ferido e ele foi preso pela polícia, sendo inicialmente encaminhado ao presídio existente na cidade de Quixadá e depois levando a júri popular, quando foi inocentado e posto em liberdade.
Segundo informações existentes no livro C-05, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 2731, folha 16, faleceu em sua propriedade, por conta de um câncer, no dia 1º de julho de 1994, aos 69 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério de São Miguel, que está localizado na zona rural do Município de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. MARINHO, Antônia de Lima. A filha do Nordeste e frutos nordestinos. Boa Viagem, Maximu’s, 2014.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de assentos dos casamentos. 1947-1951. Livro B-12. Tombo nº 160. Página 127.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. José Inácio de Sousa. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/wicar-parente-de-paula-pessoa/. Acesso no dia 23 de dezembro de 2020.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, por meio da lei nº 1.191, de 14 de março de 2014, uma das ruas do Bairro Ponte Nova recebeu a sua nomenclatura.

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