João Inácio de Sousa

João Inácio de Sousa nasceu no dia 23 de junho de 1922 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de José Inácio da Rocha e de Francisca Maria da Conceição.
Os seus avós paternos se chamavam João Inácio da Rocha e Raimunda Clementina de Oliveira, já os maternos eram Manoel Barroso de Sousa e Francisca Maria de Jesus.
Alguns dias depois do seu nascimento, em 6 de agosto, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Mata Fria, onde passou grande parte de sua infância.

“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)

Mais tarde, segundo informações existentes no livro B-12, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.465, folha 9v, no dia 7 de fevereiro de 1948 contraiu matrimônio com Maria Santana Almeida de Sousa, nascida no dia 5 de julho de 1915, sendo filha de Joaquim Patrício de Almeida e de Antônia Alice de Almeida.
Poucos dias depois, no dia 12 de fevereiro, segundo informações existentes no livro B-12, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 13, página 14, confirmou os seus votos diante do Pe. Francisco Clineu Ferreira.
Desse matrimônio foi gerada apenas uma filha, sendo ela Antônia Alice de Sousa Gurjão.
Depois de casado passou a residir na localidade de Piedade, onde construiu a sua vida como próspero agropecuarista.

Imagem de sua casa na localidade de Piedade, em 2018.

Na eleição municipal ocorrida no dia 15 de novembro de 1966, desejando entrar na vida pública de seu Município por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da ARENA 2 – a Aliança Renovadora Nacional, conseguiu ser eleito depois de receber a confiança de 492 eleitores, ficando entre os quatro vereadores com a maior votação desse pleito.
Algum tempo depois de sua posse, no dia 7 de abril de 1967, no exercício de sua função, apresentou projeto à Câmara Municipal que determinava o fechamento do comércio aos domingos, proposta que foi aprovada por maioria. Mais tarde, no dia 24 de março de 1969, foi eleito pelos seus pares à presidência da mesa diretora da Câmara Municipal para o período legislativo de 1969.
Nessa legislatura, dando apoio aos projetos vindos do gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, acompanhou os seguintes planos: aprovou dotação orçamentaria para implantação de um tiro de guerra no Município de Boa Viagem; aprovou a aquisição de uma propriedade e a posterior construção do Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima; aprovou a doação da propriedade em que foi construída uma Agência do Banco do Estado do Ceará e a implantação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto na cidade de Boa Viagem.
Na disputa eleitoral seguinte, ocorrida no dia 15 de novembro de 1970, que ficou conhecida no meio político como “Mandato Tampão”, ainda compondo a bancada da ARENA, conseguiu ser reeleito depois de receber 449 votos, ficando entre os cinco vereadores de maior votação desse pleito:

“Visando unificar o período das eleições majoritárias e proporcionais no país, a Justiça Eleitoral, baseada na nova legislação em vigor, determinou que os candidatos, eleitos em 15 de novembro de 1970, deveriam ter um mandato mais curto de maneira que, na próxima eleição, fossem eleitos do presidente da república ao vereador no mesmo pleito.” (COSTA, 2002: p. 357)

Na sessão ocorrida no dia 1º de outubro de 1971, segundo informações existentes na página 44v do livro de atas da Câmara, encaminhou um requerimento à mesa diretora com o seguinte teor:

“Requerimento nº 3/7, do Vereador João Inácio de Sousa, no qual solicita do sr. prefeito, a iluminação e a instalação d’água no cemitério local.”

Nessa legislatura, deu apoio aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Osmar de Oliveira Fontes, sendo eles: aquisição de máquinas e equipamentos para manutenção das estradas municipais e aquisição de equipamentos para o Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima.
Algum tempo depois, no dia 2 de setembro de 1972, segundo informações que estão registradas na página 53 do livro de atas, juntamente com o Vereador José Jôfre da Silva, encaminhou requerimento ao gabinete do Prefeito Osmar de Oliveira Fontes solicitando a limpeza do Mercado Público Municipal Jessé Alves da Silva e a construção de uma praça do Bairro Vila Azul.
Na eleição municipal que ocorreu dia 15 de novembro de 1972, ainda compondo a bancada da ARENA, desejando o seu terceiro mandato, conseguiu receber 652 votos, ficando entre os três vereadores com a maior aceitação entre os eleitores.
Nessa legislatura, apoiou aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Dr. Francisco Vieira Carneiro, o Major Carneiro, sendo eles: a criação do PRN – o Plano Rodoviário Municipal; a construção do Centro Social Urbano Dep. José Vieira Filho; a construção da Escola de Ensino de Fundamental David Vieira da Silva; a construção do Centro de Abastecimento Municipal Walkmar Brasil Santos; a reforma da Praça Vereador José Vieira de Lima e a instalação da CODAGRO – a Companhia de Desenvolvimento Agronômico e Pecuário do Ceará, entre outros.
No pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1976, permanecendo na bancada da ARENA, conseguiu ser reconduzido ao seu quarto mandato eletivo.
Nessa legislatura, que foi prorrogada por mais dois anos, dando apoio ao projetos vindos do gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, acompanhou os seguintes planos: aprovou orçamento da construção do Centro Administrativo Gov. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a instalação do Projeto Sertanejo; a construção do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva; a construção do Terminal Aéreo Cel. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a construção do Açude da Massangana; a construção das muralhas do Estádio Municipal Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e a instalação da EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará.
No dia 23 de dezembro de 1991, depois de 43 anos de vida matrimonial, juntamente com os seus familiares, partilhou do inesperado falecimento de sua esposa.
Segundo informações existentes no livro C-06, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 4.349, folha 121, faleceu no Município de Boa Viagem no dia 19 de março de 2004, prestes a completar 82 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério de São Miguel, que está localizado na zona rural do Município de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CAVALCANTE COSTA, João Eudes. Retalhos da História de Quixadá. Fortaleza: ABC Editora, 2002.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de assentos dos óbitos. 1920-1923. Livro A-15. Tombo nº 811. Página 82.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de assentos dos casamentos. 1947-1951. Livro B-12. Tombo nº 13. Página 14.
  5. PEIXOTO, João Paulo M. & PORTO, Walter Costa. Sistemas Eleitorais no Brasil. Brasília: Instituto Tancredo Neves, 1987.
  6. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
  7. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 985, de 19 de dezembro de 2007, uma das ruas do Bairro de Nossa Srª de Fátima, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.