Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira

Alberto Nepomuceno de Oliveira nasceu no dia 28 de outubro de 1921 no Município de Pacatuba, que está localizado na região metropolitana de Fortaleza, distante 25 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Casemiro Leite de Oliveira e de Quitéria Nepomuceno de Oliveira.
Os seus avós paternos se chamavam Antônio Leite Oliveira e Luiza Lira de Sousa, já o materno era João Bernardo Nepomuceno.
Em sua infância e adolescência, mesmo com as dificuldades que eram comuns na época, estudou nas escolas primárias disponíveis em sua cidade natal.
Ainda bem jovem, demonstrando pendor ao exercício do sacerdócio, foi matriculado no Seminário Arquidiocesano de Fortaleza, o Seminário da Prainha, que está localizado na Rua Tenente Benévolo, nº 201, Centro, onde teve a oportunidade de concluir o seu curso ginasial.
Depois disso, comprovada a sua vocação, permaneceu nessa instituição até ser ordenado sacerdote romano, aos 28 anos de idade, no dia 4 de dezembro de 1949, por Dom Antônio de Almeida Lustosa, arcebispo de Fortaleza.

“Cursou Filosofia e Teologia no velho e célebre Seminário da Prainha, na cidade de Fortaleza, ambiente até então notadamente marcado por uma cultura, diga-se de passagem, ‘europeizada’, visto que ali residiam, na condição de professores, alguns padres franceses, membros da Congregação da Missão, ou padres Lazaristas, sociedade de vida apostólica fundada,  em 1625,  por São Vicente de Paulo.” (LUCENA FILHO, 2012: p. 2)

Logo que recebeu as suas ordens foi nomeação para assumir os trabalhos pastorais da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, que está localizada no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza.
Nessa ocasião assumiu a sua primeira designação pastoral no lugar do Pe. Francisco Clineu Ferreira, que há poucos dias havia sido afastado do comando dessa paróquia por ter incitado um forte movimento de intolerância religiosa, entre as suas ovelhas, contra os cristãos de confissão protestante da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, estabelecida na zona rural desse Município.

Imagem da Igreja Matriz de Nossa Srª da Boa Viagem, em 1950.

Sobre a sua posse nessa freguesia o Farmacêutico Antenor Gomes de Barros Leal nos deixou alguns registros, dentre eles o que segue:

“A cidade engalanou-se para recebê-lo, cheia de bandeirinhas de papel de seda e palhas de coqueiro. Dentro de poucas horas, o padre ficou conhecido e estimado. Era um tanto diferente do seu antecessor que, embora honestíssimo e virtuoso, era deveras temperamental e de poucas amizades.” (BARROS LEAL, 1996: p. 77)

Tomou posse em sua primeira experiência pastoral no dia 23 de abril de 1950, ficando nessa função até o dia 15 de fevereiro de 1952, quando por ordem da diocese deixou essa paróquia aos cuidados do Pe. Irineu Limaverde Soares.
Antes de sua despedida, no dia 26 de janeiro de 1952, um caso bastante interessante foi publicado com o título de “Um Milagre” na página 56 da Revista da Semana, ano LI, edição nº 4, na cidade do Rio de Janeiro:

“O bom e ativo Pe. Alberto, vigário de Boa Viagem, no Estado do Ceará, desde muito que sonhava com a posse de um ‘jeep’ para suas viagens sacerdotais. Ouvir em confissão nas últimas a um pobre enfermo, mas, para isso ser forçado a viajar no lombo de um burro, ou dar longas caminhadas, é chegar mais morto do que vivo à cabeceira do moribundo. Por isso o bom sacerdote sonhava com uma coisa tão fácil aos que dispõem de dinheiro: um jipezinho corredor. Só um milagre o salvaria, pois, pobre como é, e tímido para implorar créditos, não via outro caminho. Dirigiu-se a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e rogou à Virgem Santa que o ajudasse. No dia seguinte espalhou-se pela cidadezinha que nossa senhora estava falando, andando, ouvindo os fiéis na igreja do Pe. Alberto. Como não podia deixar de ser, houve sensação e muita gente foi ver o milagre. Não havia dúvida! Era a imagem da Santa que estava viva, falando, respondendo, andando, numa demonstração de maternidade para com a pobre humanidade. Mas o padre pedia que quem desejasse falar com à Imagem Viva, deixassem numa bandeja a quantia espórtula de um cruzeiro. Não era por nada, e sim porque a paróquia era pobre, e ele ainda mais pobre do que a paróquia. Ninguém se escusava e os cruzeiros iam caindo numa chuva incessante. Muitos, por falta de troco, iam deixando mais. O padre recolhia as dádivas duas vezes por dia. Quando estava com onze mil cruzeiros, importância exigida por um vendedor de ‘jeep’, descobriu-se que a Santa era uma jovem recentemente chegada a Boa Viagem e muito parecida com a imagem. Acabando-se a ‘manifestação’ o padre declarou: ‘Os objetivos dos pescadores de almas são muito elevados e tudo justificam’.”

Poucos tempo depois dessa maliciosa publicação, no dia 19 de abril de 1952, por meio de uma carta envida pelo juiz da comarca, Dr. Francisco Barros Fontenele, a história foi esclarecida na página 51 da mesma revista, que diz o seguinte:

“Boa Viagem, no Estado do Ceará, 22 de março de 1952. Senhor diretor da Revista da Semana: Li, na edição de 26 de janeiro último que… Ora, senhor diretor, o fato não se passou da maneira relatada pelo digno jornalista. Realmente, dado a grande extensão de nosso Município, o vigário comprou um ‘jeep’ com o objetivo de encurtar as longas distâncias e atender, mais prontamente, aos seus paroquianos – muitos deles, já, nos estertores da morte. Assim, foi, que em abril do ano passado, Padre Alberto adquiriu um ‘Willys’, à custa, porém, não de esmolas, mas, de um empréstimo contraído entre amigos seus, residentes nesta cidade, cuja relação submeto à apreciação de vossa senhoria, para os fins que lhe convierem: Antenor Gomes de Barros Leal, farmacêutico; Dr. Oscar Falcão de Almeida, dentista; Aloísio Ximenes de Aragão, prefeito; e, ainda, todos comerciantes: Manuel Araújo Marinho, Delfino Alencar Araújo, José Bezerra do Vale, Antônio Tupinambá, Francisco Cavalcante de Sousa, José Cândido de Carvalho, Clóvis Leitão, Teófilo Amaro de Oliveira, Ataciso Cavalcante Mota, Walkmar Brasil Santos, João Abreu Lima e Deoclécio Ramalho. Quanto à versão do suposto milagre da imagem, há a considerar o seguinte: em outubro de 1953, um grupo de leigos, tendo a frente a primeira tabeliã pública da comarca, senhorita Edite Carvalho, e a professora pública Ana Dalva de Oliveira, organizou, no povoado de Águas Belas, neste Município, durante uma festinha do santo padroeiro, dois ‘quadros vivos’ constituídos de um rapaz e uma moça, o primeiro representando São Francisco, e a outra, Santa Terezinha. O povo, que não ignorava o verdadeiro sentido da representação, pagava conscientemente para ver e admirar os chamados ‘quadros vivos’… Convém ressaltar, todavia, que a finalidade daquela encenação não era obter donativos para compra do referido ‘jeep’ e sim ajudar na construção da capelinha de Águas Belas… Considerando, destarte, altamente injuriosa a notícia estampada sobre ele por essa revista.”

Depois desse desagradável incidente, no dia 24 de fevereiro, retornando para capital, por um brevíssimo período esteve à frente dos trabalhos pastorais da Paróquia de Nossa Senhora de Salete, que atualmente tem a sua matriz localizada na Rua José Façanha, nº 725, no Bairro Bela Vista.
Alguns dias antes de receber essa designação pastoral, no dia 2 de janeiro de 1952, essa paróquia havia sido criada com partes de um território que anteriormente pertencia às paróquias de Nossa Senhora dos Remédios, São Gerardo e da Parangaba:

“O bairro era pobre, com casinhas humildes, em ruas sem pavimentação, que se estendiam no rumo do Coqueirinho – verdadeira propriedade rural, hoje Parque Araxá e Parquelândia.” (BARROSO, 2005: p. 131)

Nessa época, logo que se restabeleceu na capital, passou a residir no Seminário da Prainha, e no intuito de dar assistência aos seus paroquianos passava o dia realizando visitas em sua freguesia, aonde era rotineiramente acolhido na casa de alguns amigos para as refeições necessárias.
Dentro de pouco tempo a sua situação melhorou, passou a residir com a família de um de seus irmãos, até que a paróquia conseguiu comprar uma casa:

“A princípio, ele morava na Bela Vista, como hóspede de seu irmão, José Batista de Oliveira, e de sua cunhada, Maria José de Oliveira, que, como políticos, o ajudaram na condução administrativa da paróquia e, quanto a espiritualidade dos fiéis, teve o seu natural crescimento.” (XIMENES, 2008: p. 59)

Nos primeiros meses de 1955, mais experiente com as dificuldades enfrentadas no sacerdócio, foi designado pelo bispo a enfrentar um novo desafio, voltar ao Sertão, deixando nessa oportunidade a Paróquia de Nossa Senhora de Salete aos cuidados do Mons. Mauro Braga Herbster.
Pouco tempo depois, no dia 6 de março, assumiu a designação dos trabalhos da freguesia de Piquet Carneiro, que está localizada na microrregião do Sertão de Senador Pompeu, distante 332 quilômetros da cidade de Fortaleza. Nessa oportunidade sucedeu ao Pe. Antônio Pinheiro Freire no cargo de vigário da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus.
Sobre os seus anos de sacerdócio nessa cidade, o Livro de Tombo existente nessa paróquia nos traz um extenso relato de suas ações, que podem ser resumidas da seguinte maneira:

“Em 1955, tive um ano normal. Houve inverno. Um novenário muito concorrido, por ocasião das solenidades do Padroeiro. Dividi a páscoa em quatro classes: as crianças, as moças, as mulheres e os homens. Cada classe teve o seu retiro e o seu pregador próprio. Isto, na sede. Foi feita a desobriga, em vários dias, em cada uma das capelas, tendo sempre o vigário muito trabalho de confissões, exceto em Mulungu, cujo povo se desloca procurando, de preferência, desobrigar-se na matriz, por causa, talvez, da ajuda de um confessor extraordinário, e por ser muito perto da sede. O ano de 1956 foi semelhante ao anterior no movimento paroquial. Houve um grande inverno e uma safra de algodão surpreendente. A ajuda que os paroquianos deram aos trabalhos paroquiais foi magnífica e com a ajuda do povo muito se pôde fazer. Durante o ano de 1957, obedeci o mesmo programa de páscoa, de desobrigas, de festas religiosas. Da parte dos fiéis, as mesmas intenções e resultado. Durante o mês de dezembro, recebemos a visita dos missionários lazaristas, que estiveram em Ibicuã, São Bernardo e na Matriz. Missões em 1957: Em Ibicuã, de 3 a 9 de dezembro: 2.391 comunhões; Em São Bernardo: de 10 a 17 de dezembro: 3.658 comunhões. Em Piquet Carneiro: de 18 a 24 de dezembro: 2.674 comunhões. Estas missões foram realizadas pelos revmos. padres João Alberto, Teodoro e André, todos lazaristas. Em 1958 fica na retentiva dos homens de Piquet pelo flagelo da seca com que martirizou estes sertões. Um ano difícil, de sofrimento, de nenhuma safra, de carência absoluta de gêneros, de muita fome, de debandadas, retiradas em massa para o extremo-norte ou o extremo-sul. A jovem cidade despovoou-se a olhos vistos. As autoridades competentes, com um certo atraso, ofereceram trabalhos públicos: rodovias e ramal ferroviário para assistir aos pobres flagelados. O flagelo da seca, no território desta paróquia, comportava uma página. Eu digo tudo, dizendo que a seca de 58, em Piquet Carneiro, foi uma calamidade pública.”

Nessa freguesia, com muito esforço, concluiu os trabalhos de reforma e ampliação da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, com as construções, respectivamente, da torre, em 1956, onde conseguiu colocar um relógio, e do altar-mor, solenemente consagrado no dia 27 de outubro de 1957, uma festa que tornou-se inesquecível na memória de seus paroquianos.

Imagem do altar-mor da Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus.

Ainda nessa época, curiosamente, mantinha em sua casa um equipamento de rádio amador, instrumento que lhe permitia estreitar contato com pessoas de várias regiões do país.
Naquela época a cidade de Piquet Carneiro, que também era conhecida pelo topônimo de Jirau, era apenas uma pequena vila dentro dos limites geográficos do Município de Senador Pompeu e que alguns meses antes, no dia 12 de julho de 1957, havia conseguindo a sua tão sonhada autonomia política.
De punho, em um registro deixado no “Livro de Tombo da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus”, página 13, assim se refere à sua vinda para essa freguesia e, por conseguinte, às impressões colhidas do seu primeiro contato com essa paróquia:

“Tomei posse da Paróquia de Piquet Carneiro, a 6 de março de 1955. Encontrei uma paróquia bem organizada, em todos os pontos, graças ao trabalho apostólico do primeiro vigário. Bem florescentes, as associações religiosas, na sede e nas capelas. Encontrei um povo bom e disposto a colaborar em todas as iniciativas do vigário. O povo tem bom espírito. A piedade em Piquet Carneiro é boa. Quase que a totalidade dos fiéis assiste à missa aos domingos. (…) Encontrei, também, boa piedade nas capelas, máxime em São Bernardo. Em Mulungu, encontrei um surto de protestantes, presbiterianos; em Ibicuã, igualmente, uns seis. (…) As primeiras sextas-feiras, na matriz, são concorridas, havendo muitas comunhões. A devoção dominante é ao Sagrado Coração de Jesus. O Apostolado da Oração, muito florescente. Os Vicentinos realizam um belo e organizado serviço de caridade. O Círculo Operário presta aos sócios uma louvável assistência, graças à dedicação e ao zelo da diretoria, que tem, à sua frente, liderando os movimentos, o Sr. João Marques da Silva.”

No dia 6 de abril de 1959, retornando à capital, assumiu a direção pastoral da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, que está localizada na Rua Jorge Dumar, nº 2.448, no Bairro Montese, ocupando o lugar do Pe. Geraldo Aguiar, onde permaneceu por pouco tempo, deixando essa paróquia aos cuidados do Pe. Silvio Beffoli.
Alguns meses depois, no dia 13 de março de 1960, por designação do bispo, assumiu a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, que está localizada na Avenida Gomes de Matos, nº 1.921, no Bairro do Montese, sucedendo nessa ocasião ao Pe. Paulo Eduardo Andrade Ponte, que havia sido escolhido arcebispo de São Luiz do Maranhão.
Nessa oportunidade, para dar melhor atenção aos seus paroquianos, passou a residir em um apartamento que existia no alto da sacristia, aonde indistintamente atendia a todos que o procuravam:

“Naquele tempo, havia o costume de assistir à missa e comungar nas primeiras nove sextas-feiras de cada ano, devoção atualmente quase esquecida. Acontecia, às vezes, que alguns fiéis, quando precisavam viajar, para não quebrar o preceito, acordavam o Pe. Alberto até de madrugada, e ele os atendia, ministrando-lhes o Santo Viático.” (XIMENES, 2008: p. 59)

Ao chegar a essa paróquia, desejando investir no desenvolvimento da educação e no bem estar da juventude residente no bairro, deu início a uma pequena escola, que veio a se chamar de Escola Nossa Senhora Aparecida:

“Logo em 1960 foi substituído pelo Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira, que foi quem criou a Escola Nossa Senhora Aparecida, tendo, também, feito alguns melhoramentos no prédio.” (BARROSO, 2005: p. 293)

Sobre esse período, em algumas de suas memórias nessa paróquia, guardou muitas lembranças do Pe. Guilherme Vassen, que muito lhe ajudou nas atividades pastorais:

“Padre Gulherme Vassen, um santo homem, nos seus 80 anos de idade, ofereceu-se para ser capelão das meretrizes. A sua palavra austera e cadenciada como a voz de trovão de um Cura d’Áres, vibrava na capela de Santa Terezinha.” (XIMENES, 2008: p. 61)

Em outra memória, recorda o registro de um trágico fato ocorrido no dia 28 de maio de 1961 em uma celebração campal de coroação:

“Era a coroação da imagem da padroeira… cuja solenidade foi antecipada, em virtude do dia 31 cair em uma quinta-feira. Naquela noite festiva, a celebração foi realizada fora, em frente da igreja matriz… Tudo estava conforme havia planejado… De repente formou-se uma confusão, que logo se generalizou, e o pânico, então, tomou conta de todos, quebrando a singeleza do caráter daquele ritual… era um boi mascarado, à procura de caminho no meio da massa humana, certamente para se livrar do vaqueiro que o conduzia ao matadouro… E logo muitos corpos, já estendidos ao chão, iam sendo pisoteados por outras pessoas, que corriam, numa desesperada tentativa de fuga. Para quem presenciou o tumulto que ali se formou, aquela noite de terror e pânico mais parecia o fim do mundo.” (XIMENES, 2008: p. 68-69)

Em sua passagem por essa paróquia, atendendo as resoluções do Concílio Vaticano II, foi implantado alguns grupos de cânticos na igreja, como também a Pastoral da Liturgia.
Mais tarde, no dia 17 de março de 1968, por motivos pessoais e decisão de seu bispo, entregou o pastorado da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, sendo sucedido pelo Pe. Giovanni Sabóia de Castro, seu coadjutor.

“Com a autorização da Santa Sé, conferida ao Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira, para licenciar-se do sacerdócio, o Pe. Giovanni Sabóia de Castro, que já vinha respondendo interinamente pela direção da paróquia, no dia 26 de agosto de 1968, assume como terceiro pároco.” (XIMENES, 2008: p. 71)

Pouco tempo antes disso, conseguia a façanha de conciliar o sacerdócio com o magistério, até que, no dia 31 de maio 1968, assumiu a direção do Colégio Paulo VI, mais tarde chamado de Escola Estadual de Educação Profissional Paulo VI.

“Em março de 1964, na periferia da cidade de Fortaleza, no Bairro do Jardim América, como anexo do Liceu do Ceará, em 31 de maio de 1968, esse anexo se transformou no Colégio Paulo VI, segundo a lei nº 9.050, tendo a frente, como diretor, o Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira”. (SANTIAGO, 2013: Um mundo de possibilidades. Disponível em http://escolaprofissionalpaulovi.blogspot.com.br/p/blog-page_5212.html. Acesso em 20 de março de 2015)

Nessa época, pouco tempo depois de regressar ao Brasil, licenciou-se do sacerdócio para abraçar o matrimônio, foi quando recebeu a grata notícia da permissão papal concedida através da mediação de seu bispo, Dom Aloísio Leo Arlindo Lorscheider.

Imagem do Pe. Alberto Nepomuceno de Oliveira.

Pouco tempo depois, no dia 30 de abril de 1971, diante do Pe. Giovanni Sabóia de Castro, na Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida, contraiu matrimônio com Edna Maria Barbosa de Oliveira.
Desse matrimônio foram gerados três filhos: Alberto Nepomuceno de Oliveira Filho, André Barbosa de Oliveira e David Barbosa de Oliveira.
Durante o curso de sua vida profissional soube aproveitar as oportunidades e conseguiu construir um valiosíssimo currículo:

“Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Ceará. Exerceu o magistério como professor do Estado e universitário, selecionado através de concurso. Foi também professor do Liceu do Ceará e primeiro diretor de um ‘anexo’ daquele estabelecimento em que funcionou precariamente no antigo Matadouro Modelo de 1964 a 1968. Depois aquele ‘anexo’ recebeu a denominação de Paulo VI, por sua sugestão… Através de concurso, integrou o quadro de professores da UFC e da Faculdade Estadual do Ceará, antiga FAFICE e atual UECE, exercendo ainda atividades de advogado e jornalista. Tendo sido contemplado com bolsas de estudo por esses estabelecimentos de ensino superior, viajou para a Europa, onde aprofundou seus conhecimentos nas universidades de Roma, Milão e Paris, onde fez pós-graduação. Esteve em Telavive – Israel – onde fez curso de Sociologia.” (XIMENES, 2008: p. 65-66)

Algum tempo depois de seu matrimônio tornou-se sócio fundador do MFPC do Ceará, Movimento das Famílias dos Padres Casados, e teve uma extensa folha corrida profissional.
Em 1973, no governo do Coronel César Cals de Oliveira Filho, assumiu a Superintendência da Fundação do Bem-Estar do Menor, a FEBENCE, no lugar de Aldaci Nogueira Barbosa Mota.

“Como cidadão civil exerceu importantes funções na administração pública do Estado. Foi assessor adjunto do governo Vigílio Távora, presidente da Fundação do Bem-estar do Menor – FEBEMCE, hoje IMPARH – na administração do Prefeito Evandro Aires de Moura… Membro da Academia Cearense de Letras, Academia Cearense de Retórica, do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará e Associação Cearense de Imprensa.” (XIMENES, 2008: p. 66)

Como escritor, conseguiu publicar mais de uma dezena de livros, nos quais aborda com profundo conhecimento os mais variados assuntos relacionados à Sociologia da Educação, motivo que o fez ocupar, no dia 16 de dezembro de 1994, a cadeira nº 35 da Academia Cearense de Letras, que foi deixada pelo escritor Argos Vasconcelos e tem como patrono Tomás Pompeu.
Algum tempo depois, no dia 5 de outubro de 2012, quando estava prestes a completar 91 anos de idade, faleceu às 8h30min, tendo o seu corpo velado com missa na Funerária Ternura, que está localizada na Rua Padre Valdevino, nº 2.255, no Bairro Aldeota, na cidade de Fortaleza.
No dia seguinte, dia 6 de outubro, logo depois das exéquias fúnebres que são de costume, o seu corpo foi levado por seus familiares para o Cemitério de Pacatuba, onde foi sepultado.

BIBLIOGRAFIA:

  1. BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Avivando Retalhos – Miscelânea. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1983.
  2. BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Recordações de um Boticário. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1996.
  3. LIRA, João Mendes. Subsídios para a História Eclesiástica e Política do Ceará. Fortaleza: Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1984.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  5. OLIVEIRA, Alberto Nepomuceno. A Saga de um Povo. Fortaleza: ABC, 1999.
  6. SILVEIRA, Aureliano Diamantino. Ungidos do Senhor na Evangelização do Ceará (1700-2004). 1º Vol. Fortaleza: PREMIUS, 2004.