Raimunda do Nascimento Chaves nasceu no dia 30 de janeiro de 1923 no Município de Tamboril, que está localizado no Sertão do Estado do Ceará, distante 301 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de Profirio Alves do Nascimento e Maria Avelino Alves.
Na época de seu nascimento, veio ao mundo pelas mãos de uma parteira em um pequeno povoado denominado de “Telha”, que mais tarde recebeu o nome de Monsenhor Tabosa.
“Monsenhor Tabosa é um Município brasileiro do Estado do Ceará, na Mesorregião dos Sertões Cearenses… As suas origens remontam ao Século XIX e têm como precedente gregário Teodoro de Melo e seus escravos, conhecidos estes por Pretos Teles. Dessa propriedade, denominada de Forquilha e posteriormente de Telha… A primeira manifestação de caráter político nasceu com a criação do Distrito de Paz, provindo da lei nº 2.011, de 6 de setembro de 1882, vinculado à jurisdição de Tamboril. Com a supressão do Município de Tamboril, conforme decreto-lei nº 193, de 20 de maio de 1931, o já denominado Distrito de Telha transferiu-se para a jurisdição de Santa Quitéria. Retornou à jurisdição do Município de Tamboril, quando da restauração deste, conforme Dec-lei nº 1.156, de 4 de dezembro de 1933, com a denominação de Arraial da Telha… Entre 1936 e 1937 foi criado o Distrito de Monsenhor Tabosa (ex-Forquilha e ex-Telha), sendo esse Distrito no Município de Tamboril. Em 1951 foi elevado à categoria de Município, desmembrado de Tamboril, mas só foi instalado em 1955. Em 1963 são criados dois Distritos: Nossa Senhora do Livramento e Barreiros.” (WIKIPÉDIA, 2000: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Monsenhor_Tabosa. Acesso no dia 17 de outubro de 2022)
Segundo informações existentes no Cartório Dr. Antônio Álvaro Fernandes, da vila de Domingos da Costa, no dia 27 de janeiro de 1945, contraiu matrimônio civil com Sebastião Martins Chaves, que nasceu no dia 12 de maio de 1922, sendo filho de Antônio Martins Chaves e de Francisca Rosa de Jesus.
Desse matrimônio foram geradas três filhas, sendo elas: Maria Auzerina Chaves, Maria Olgarina Chaves e Maria de Fátima Chaves Pessoa.
Mais tarde, no dia 10 de março de 1958, desejando melhorias em sua subsistência, juntamente com a sua família, diante do fato de seu esposo ser um pequeno comerciante, se estabeleceu na vila do Ibuaçu.
“O seu pai era ourives e costumava negociar os seus artigos pelas comunidades da vizinhança até que, por volta de 1958, insatisfeito por algumas desavenças conquistadas na cidade de Monsenhor Tabosa, decidiu levar a sua família para começar uma nova vida na vila de Ibuaçu, que está localizada no Município de Boa Viagem.” (SILVA JÚNIOR, 2019: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/maria-auzerina-chaves/. Acesso no dia 24 de outubro de 2022)
Sobre ela, Sandra Lúcia Martins Rodrigues, uma de sua netas, nos deu o segundo testemunho:
“Era uma pessoa muito religiosa, caridosa e servidora à comunidade. Ajudou a criar sete afilhadas e os casais que eram apenas juntos, ela de imediato se prontificava a organizar o casamento, dando até a roupa aos noivos que não tinham condições, passando a ser chamada carinhosamente de casamenteira pelo vigário da Paróquia de Madalena, Padre Neri Feitosa. Raimunda também gostava muito da cultura, ajudava nas coroações de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, preparava peças teatrais na época conhecido como drama e usava como palco a calçada de sua residência, por se tratar de uma calçada alta. Participou de muitas quadrilhas juninas, gostava de dançar e trouxe para sua casa o primeiro rádio e televisão visto na comunidade, permitindo a todos os vizinhos assistirem na sua casa. Na comunidade, o senhor Osvaldo tinha o costume de fazer o Judas no Sábado de Aleluia, e lá estava a mamãe prestando a sua colaboração, escrevendo o testamento do Judas, onde ele deixava sua riqueza para os seus parentes daquela localidade. Aquele dia se transformava em um grande evento, onde pessoas da região vinham para assistir a leitura do testamento e consequentemente a morte do Judas. Uma morador da localidade dizia que se precisasse de alguma coisa e não arranjasse com ela, não precisaria ir em outra casa, pois não teria. Ela era muito amiga e bem vista pelas pessoas, chegando a apadrinhar diversas crianças da região. Batizou 74 crianças, crismou 56 adolescentes, onde só em único dia crismou 11, causando admiração aos próprios padres vindos de Quixadá. Apresentou muitas crianças e tinha muita consideração pelas afilhadas de fogueira, brincadeira muito praticada naquela época. Criou suas filhas e dois netos dentro dos bons costumes e valores familiares. Aos seus ensinou tudo o que sabia e pagou para ensinarem o que não tinha conhecimento.”
Segundo informações existentes no livro C-05, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.957, folha 72v, faleceu de câncer no dia 25 de setembro de 1995, aos 72 anos de idade.
Logo após o seu óbito, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no mausoléu da família existente no Cemitério de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que está localizado na vila de Ibuaçu, no Município de Boa Viagem.
BIBLIOGRAFIA:
- IBGE. História do Município de Monsenhor Tabosa. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Monsenhor_Tabosa. Acesso no dia 17 de outubro de 2022.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Maria Auzerina Chaves. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/maria-auzerina-chaves/. Acesso no dia 24 de outubro de 2022.
Pingback: JANEIRO | História de Boa Viagem
Pingback: SETEMBRO | História de Boa Viagem
Pingback: Maria Auzerina Chaves | História de Boa Viagem
Pingback: José Anchieta Paiva Chaves | História de Boa Viagem
Pingback: Rua Maria Auzerina Chaves | História de Boa Viagem
Pingback: BIOGRAFIAS | História de Boa Viagem