Cornélio Ramalho Campêlo nasceu no dia 6 de novembro de 1927 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Deocleciano Ramalho Campêlo e de Maria Ramalho.
Alguns dias depois do seu nascimento, em 6 de dezembro, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Ainda muito jovem, juntamente com os seus pais, passou a residir no Município de Independência, que está localizado no Sertão de Crateús, onde iniciou a sua vida escolar em uma unidade de ensino pública existente na comunidade rural denominada de Floresta.
Pouco tempo depois, por conta das constantes secas, dependentes da agricultura, os seus pais decidiram tentar a sorte na região Norte do país. Nessa ocasião passaram a residir na cidade de Belém, capital do Estado do Pará onde, com muito esforço, deu continuidade a sua vida acadêmica no Externato Santo Afonso, escola que estava localizada na Avenida Senador Lemos, nº 597, Centro.
Nos primeiros anos de 1950 voltou ao Estado do Ceará, dessa vez passando a estudar no Ginásio Municipal de Fortaleza, atual Colégio Municipal Filgueiras Lima, onde conseguiu concluir, em 1954, aos 27 anos de idade, o curso ginasial.
“Criado em abril de 1949 pela lei municipal nº 140, e inicialmente chamado de Ginásio Municipal de Fortaleza instalou-se no dia 2 de maio de 1951 em sua primeira sede, localizada na Rua Barão do Rio Branco, 1.549, na Praça do Carmo, na casa onde hoje funciona o Instituto Histórico e Geográfico do Ceará. O seu primeiro diretor foi o Dr. Jacinto Botelho de Sousa. A instituição visava atender à demanda por educação que ocorria a partir da exigência de uma formação integral, que não visava apenas a mera transmissão de conhecimentos. Em 1966 mudou-se para a Avenida dos Expedicionários e passou a se chamar Colégio Municipal Filgueiras Lima, em homenagem ao educador e poeta cearense Antônio Filgueiras Lima.” (GARCIA, S.N.T)
Depois da conclusão do curso ginasial, mesmo com a idade avançada em comparação aos seus colegas de turma, deu continuidade aos seus estudos no curso científico do Colégio Liceu do Ceará, escola que está localizada na Praça dos Voluntários, s/nº, no Bairro Jacareacanga, terminando finalmente essa etapa de estudos em 1957.
“O Colégio Liceu do Ceará é o terceiro colégio mais antigo do Brasil, o primeiro mais antigo é o Colégio Atheneu Norte-Riograndense, e o segundo é o Colégio Dom Pedro II. A escola pertence ao patrimônio público do Estado do Ceará e foi criado no período imperial. Assim como em alguns colégios contemporâneos de outras províncias essa escola foi inspirada nos moldes do Colégio Dom Pedro II, uma instituição-modelo de ensino criada em 1837 no Rio de Janeiro, então capital do Império.” (S.N.T)
Logo após a conclusão do curso científico, almejando melhores oportunidades de emprego e estudo, decidiu partir para capital da nação, que nessa época era a cidade do Rio de Janeiro.
Pouco tempo depois, ingressou no curso preparatório ao vestibular de engenharia até que, em 1959, conseguiu aprovação para o curso de agronomia da ENA – a Escola Nacional de Agronomia, extensão da URB – a Universidade Rural do Brasil, onde concluiu o curso de agronomia em 1964.
No ano seguinte, demonstrando aptidão ao magistério, depois da experiência de monitorar a cadeira de Botânica, foi contratado como professor da UFRJ – a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Sobre a sua vida acadêmica assim se expressou o historiador e presidente de honra da ARL – a Academia Recifense de Letras, Edvaldo Arlégo Marque da Silva:
“O Prof. Cornélio Ramalho Campêlo é engenheiro agrônomo diplomado pela UFRRJ, tendo dedicado a sua vida profissional ao ensino e à pesquisa na UFRRJ desde 1965 e na UFAL a partir de 1980. O Prof. Cornélio Ramalho Campêlo é botânico, ecologista, escritor, pensador, paremiólogo e colaborador em jornalismo científico, com vários cursos de extensão e de pós-graduação, tendo se notabilizado ainda pela publicação de vários trabalhos científicos, teses e nada menos do que 7 livros.” (S.N.T)
Durante muitos anos trabalhou no Departamento de Biologia Vegetal do Instituto de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, localizado no km 47 da antiga Rodovia Rio-São Paulo, onde deu forte contribuição para o desenvolvimento de diversas pesquisas.
Na cidade do Rio de Janeiro, residia com a sua família na Rua Marechal Mascarenhas de Morais, nº 132, apartamento 302, em Copacabana.
Em 1975, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, concluiu com reconhecido louvor uma pós-graduação em Fisiologia Vegetal.
Pouco tempo depois disso, em 1978, almejando alcançar o Mestrado em Botânica na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, orientado pela Profª. Graziela Maciel Barroso, apresentou o trabalho de dissertação com o titulo: “Carpídios das Espécies da Tribo Abutilae (Malvaceae): Sua Morfologia e Aplicação na Sistemática”.
Em 1980, residindo na cidade de Maceió, no Estado de Alagoas, passou a trabalhar como professor no campus da UFAL – a Universidade Federal de Alagoas.
Pouco tempo depois, em 1986, desejando seguir como professor titular da Universidade Federal de Alagoas, apresentou a tese: “Estudo das Plantas Daninhas da Lavoura de Saccharum (Cana-de-Açúcar) Ocorrentes na Zona Canavieira do Estado de Alagoas”.
Antes disso, no dia 14 de janeiro de 1967, de acordo com as informações existentes no Cartório de Santo Antônio, página 153, termo nº 86.643, contraiu matrimônio civil com a Drª. Adalís Bezerra Campêlo, nascida em 4 de dezembro de 1934, sendo filha de Lauro Ramos Bezerra e de Maria Soares Bezerra.
Desse matrimônio foi gerado apenas uma filha, sendo ela Rita de Cássia Ramalho Campêlo.
O Dr. Ramalho Campêlo, como ficou conhecido no meio acadêmico, era famoso entre os seus colegas pelo seu empreendedorismo e dinâmica, fundou sociedades, jornais, bibliotecas, museus e exerceu a presidência da Sociedade Brasileira de Pensadores.
“Por sua importância científica o Dr. Ramalho Campêlo foi agraciado várias vezes por associações e sociedades científicas da sua especialidade profissional, tendo feito inclusive parte da diretoria de algumas delas.” (S.N.T)
Depois de aposentado, decidiu residir com a sua família na cidade do Recife, no Estado de Pernambuco, terra natal de sua esposa, até que, segundo informações existentes no Livro B-128, pertencente ao Cartório de Registro Civil do Bairro da Boa Vista, folha 248, termo nº 86.057, faleceu aos 79 anos de idade no dia 12 de março de 2007 no Real Hospital Português da Beneficência.
Logo após o seu falecimento foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque das Flores.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, embora ainda não possuindo legislação que lhe ampare, uma das ruas do Bairro Ponte Nova, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
BIBLIOGRAFIA:
- CAMPÊLO, Cornélio Ramalho. Taxonomia Botânica. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1970.
- CAMPÊLO, Cornélio Ramalho. Provérbios & Pensamentos. Rio de Janeiro: Record, 1990.
- CAMPÊLO, Cornélio Ramalho. Pensamentos sobre a Natureza. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
- CAMPÊLO, Cornélio Ramalho. Algaroba: Planta Mágica. Recife: Edições Edificantes, 1997.
- CAMPÊLO, Cornélio Ramalho. Pensamentos Filosóficos. Recife: Minerva Press, 2000.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
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