Pe. Manoel Rodrigues Campos

Manoel Rodrigues Campos possui origem incerta, e os seus pais ainda nos são desconhecidos.
Ainda bem jovem, almejando seguir a vocação sacerdotal, foi encaminhado aos estudos eclesiásticos no Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça, que está localizado na Rua Bispo Coutinho, s/nº, no Bairro do Carmo, na cidade de Olinda, na Província de Pernambuco.

“O Seminário de Olinda era um estabelecimento de cunho marcadamente iluminista […] O seu plano de estudos previa a formação do clero pelo cultivo das ciências, mas a instituição também era aberta aos leigos, recebendo como alunos muitos jovens de famílias abastadas. As suas cadeiras serviam como disciplinas preparatórias para os estudos superiores e incluíam gramática latina, grego, retórica, poética, filosofia (lógica, metafísica e ética), filosofia natural (história e ciências naturais) e matemática, além de teologia moral e dogmática.” (VEIGA, 2007: p. 66)

No dia 9 abril de 1850, por provisão de seu bispo, serviu como padre auxiliar em uma localidade denominada de Flores, dentro do território da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, em São João do Príncipe, primeiro topônimo da cidade de Tauá, onde permaneceu até os últimos meses de 1851.
Mais tarde, entre 1853 a 1858, depois de receber novas ordens da diocese, serviu como padre auxiliar da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, da vila de Quixeramobim, sendo responsável pelos trabalhos desenvolvidos na Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, no povoado de “Cavalo Morto”, que atualmente recebe o nome de Boa Viagem.
Nesse mesmo período, entre 1856 e 1857, serviu como inspetor escolar da instrução pública oferecida aos estudantes de Boa Viagem, sendo substituído nessa função por José Bezerra da Silva Júnior e nos serviços da capela pelo Pe. Antônio Correia de Sá.
Nos primeiros meses de 1865, depois de receber provisão eclesiástica, foi encaminhado para servir na Paróquia de Nossa Senhora da Purificação, em Jaguaribe, que na época era conhecida com o nome de Boa Vista, onde permaneceu até 1872.
No ano seguinte, por nova provisão de seu bispo, seguiu para localidade de Utuva, atualmente denominada de Alto Santo, que nessa época estava dentro do perímetro pertencente a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário,  na cidade de Russas.
Depois disso, em 1876, foi designado para Paróquia de São Cosme e Damião, em Pereiro, no limite com a Província do Rio Grande do Norte. No ano seguinte foi designado para localidade de Canoa, atual cidade de Aracoiaba, onde foi capelão da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Em 1878, diante do baixo número de sacerdotes, ligou-se a Diocese de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Segundo informações existentes no periódico O Cearense, ano XXXVII, nº 198, edição do dia 14 de outubro de 1882, foi inspetor de instrução pública na localidade de Pernambuquinho.
Nesse período, em 1887, assumiu os trabalhos da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Pau dos Ferros, oportunidade em que substituiu o Padre José Paulino Duarte da Silva até que, em 1900, foi substituído pelo Padre Joaquim Cirilo de Sá.

BIBLIOGRAFIA:

  1. BARRETO, José Jácome. Pau dos Ferros. História, Tradição e Liberdade. Natal. 1987.
  2. LIRA, João Mendes. Subsídios para a História Eclesiástica e Política do Ceará. Fortaleza: Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1984.
  3. MACÊDO, Diocleciano Leite de. Notariado Cearense – História dos Cartórios do Ceará. V II. Fortaleza: Expressão Gráfica, 1991.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto de. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Instrução Pública em Boa Viagem. A sua formação social e pedagógica entre 1864 e 1931. Dissertação de mestrado apresentada a Florida Crhistia University. João Pessoa, 2019.
  6. SIMÃO, Marum. Quixeramobim – Recompondo a História. Fortaleza: MULTIGRAF, 1996.
  7. SILVEIRA, Aureliano Diamantino. Ungidos do Senhor na Evangelização do Ceará (1700-2004). 3º Vol. Fortaleza: PREMIUS, 2004.
  8. STUDART, Guilherme. JOSÉ DA CUNHA PEREIRA In: Dicionário Bibliográfico Cearense. 2º v. Edição Fac-simile. Fortaleza: SECULT, 2012, p. 93.
  9. VEIGA, Cinthia Greive. História da Educação. São Paulo: Editora Ática, 2007.