José Ferreira Byhé nasceu no dia 12 de janeiro de 1826 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza.
Quando nasceu a cidade de Boa Viagem, que era conhecida também pela alcunha de “Cavalo Morto”, era apenas um pequeno povoado que estava dentro dos limites geográficos pertencentes ao Município de Quixeramobim.
“Distrito criado com a denominação de Boa Viagem, ex-povoado de Cavalo Morto, pela lei provincial nº 1.025, de 18 de novembro de 1862. Elevado à categoria de vila com a denominação de Boa Viagem, pela lei provincial nº 1.128, de 21 de novembro de 1864, desmembrado de Quixeramobim.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017)
Era agropecuarista em uma localidade denominada de Sítio Vertentes e, em 1886, desejando entrar na vida pública, concorreu por uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, desempenhando o seu mandato na legislatura que se seguiu entre 1887 e 1890, quando foi interrompida por conta da Proclamação da República.
Essa legislatura, por conta da pobreza produzida pelas secas na região, enfrentou muita dificuldade para honrar os seus compromissos, pois não conseguia encontrar quem arrematasse os impostos camarários, tendo seu ponto alto com a construção do Açude da Comissão de Socorros e Serviços Públicos.
“Esse pequeno açude foi construído nos últimos anos do século XIX, entre 1877 e 1888, utilizando a mão de obra das vítimas da seca nas frentes de trabalho, que eram patrocinadas pelo Governo do Estado. Sendo beneficiada pela lei Pompeu-Sinimbú, a Comissão de Socorros e Serviços Públicos do Município de Boa Viagem investiu a mão-de-obra dos desvalidos para sua construção.” (SILVA JÚNIOR. 2016: Disponível emhttps://www.historiadeboaviagem.com.br/acude-da-comissao/. Acesso no dia 26 de junho de 2020)
Nesse período, depois da Proclamação da República, ocorrida no dia 19 de novembro de 1889, com a finalidade de agregar adeptos e simpatizantes ao novo regime, logo tratou de reformular a política administrativa e financeira, determinando a dissolução das câmaras municipais em todo o país, cujos membros haviam sido eleitos pelo voto, com a publicação do Decreto nº 107:
“Art. 1º – Os governadores dos Estados são autorizados a dissolver as câmaras municipais e a organizar os respectivos serviços, adotando em tudo que lhes forem aplicáveis…” (RIBEIRO, 2005: p. 12)
Segundo informações existentes no livro C-01, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 124, página 17v, faleceu no dia 30 de março de 1896, aos 70 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares em um túmulo existente no Cemitério de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na vila de Jacampari.
BIBLIOGRAFIA:
- CAVALCANTE MOTA, José Aroldo. História Política do Ceará (1889-1930). Fortaleza: ABC, 1996.
- Histórico do Município de Boa Viagem. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de óbitos – 1893/1916. Livro C-01, Tombo nº 124. Página 17v.
- PEIXOTO, João Paulo M. & PORTO, Walter Costa. Sistemas Eleitorais no Brasil. Brasília: Instituto Tancredo Neves, 1987.
- RIBEIRO, Valdir Uchôa. Conselhos de Intendência no Ceará. Fortaleza: Premius, 2005.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. O Açude da Comissão de Socorros e Serviços Públicos. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/acude-da-comissao/. Acesso no dia 26 de junho de 2020
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