Francisco Auto de Lima

Francisco Auto de Lima nasceu no dia 4 de outubro de 1850 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza.
Quando nasceu a cidade de Boa Viagem, que era conhecida também pela alcunha de “Cavalo Morto”, era apenas um pequeno povoado que estava dentro dos limites geográficos pertencentes ao Município de Quixeramobim.

“Distrito criado com a denominação de Boa Viagem, ex-povoado de Cavalo Morto, pela lei provincial nº 1.025, de 18 de novembro de 1862. Elevado à categoria de vila com a denominação de Boa Viagem, pela lei provincial nº 1.128, de 21 de novembro de 1864, desmembrado de Quixeramobim.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017)

Segundo informações existentes no livro B-01, pertencente à secretaria da Paroquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, página 113, no dia 20 de novembro de 1873, diante do Pe. Francisco Ignacio da Costa Mendes, contraiu matrimônio com Maria do Espírito Santo, nascida em 1858.
Desse matrimônio foram gerados vários filhos, dentre eles destacamos: Francisco Alves da Costa, Sabino Alves da Costa, Francisco Alves de Lima e Emídio Alves de Lima.
Era agropecuarista em uma localidade denominada de São Luís e em 1886, desejando entrar na vida pública, concorreu por uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, desempenhando o seu mandato na legislatura que se seguiu entre 1887 e 1890, quando foi interrompida por conta da Proclamação da República.

Imagem da Casa de Câmara e Cadeia do Município de Boa Viagem na década de 1940.

Essa legislatura, por conta da pobreza produzida pelas secas na região, enfrentou muita dificuldade para honrar os seus compromissos, pois não conseguia encontrar quem arrematasse os impostos camarários, tendo seu ponto alto com a construção do Açude da Comissão de Socorros e Serviços Públicos.

“Esse pequeno açude foi construído nos últimos anos do século XIX, entre 1877 e 1888, utilizando a mão de obra das vítimas da seca nas frentes de trabalho, que eram patrocinadas pelo Governo do Estado. Sendo beneficiada pela lei Pompeu-Sinimbú, a Comissão de Socorros e Serviços Públicos do Município de Boa Viagem investiu a mão-de-obra dos desvalidos para sua construção.” (SILVA JÚNIOR. 2016: Disponível emhttps://www.historiadeboaviagem.com.br/acude-da-comissao/. Acesso no dia 26 de junho de 2020)

Nesse período, depois da Proclamação da República, ocorrida no dia 19 de novembro de 1889, com a finalidade de agregar adeptos e simpatizantes ao novo regime, logo tratou de reformular a política administrativa e financeira, determinando a dissolução das câmaras municipais em todo o país, cujos membros haviam sido eleitos pelo voto, com a publicação do Decreto nº 107:

“Art. 1º – Os governadores dos Estados são autorizados a dissolver as câmaras municipais e a organizar os respectivos serviços, adotando em tudo que lhes forem aplicáveis…” (RIBEIRO, 2005: p. 12)

Mais tarde, em acordo com as informações contidas no livro C-01, existente na secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, página 14, tombo nº 86, no dia 10 de janeiro de 1896, juntamente com outros familiares, foi surpreendido pelo falecimento de sua estimada esposa.
Pouco tempo depois, no dia 10 de setembro de 1896, estando viúvo, segundo informações existentes no livro B-02, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, página 72v, diante do Pe. Antônio Jatay de Sousa, contraiu matrimônio com Maria de São Miguel de Lima, nascida em 1876, sendo filha de Gonçalo Alves Uchôa e de Maria dos Prazeres de Lima.
Desse matrimônio gerou outros filhos, dentre eles Florêncio Alves de Lima.
Mais tarde, no dia 23 de dezembro de 1901, segundo informações existentes no livro de óbito já mencionado, página 38, tombo nº 15, foi a vez de lamentar pela morte de sua segunda esposa, que veio a óbito com apenas 25 anos de idade.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CAVALCANTE MOTA, José Aroldo. História Política do Ceará (1889-1930). Fortaleza: ABC, 1996.
  2. IBGE. Histórico do Município de Boa Viagem. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de casamentos – 1863/1886. Livro B-01, Página 113.
  5. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de casamentos – 1886/1893. Livro B-02, Página 72v.
  6. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de óbitos – 1893/1916. Livro C-01, Tombo nº 86. Página 14.
  7. PEIXOTO, João Paulo M. & PORTO, Walter Costa. Sistemas Eleitorais no Brasil. Brasília: Instituto Tancredo Neves, 1987.
  8. RIBEIRO, Valdir Uchôa. Conselhos de Intendência no Ceará. Fortaleza: Premius, 2005.
  9. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. O Açude da Comissão de Socorros e Serviços Públicos. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/acude-da-comissao/. Acesso no dia 26 de junho de 2020.

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