Euclides Wicar de Castro Parente Paula Pessoa

Euclides Wicar de Castro Parente Paula Pessoa nasceu no dia 27 de maio de 1924 na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, sendo filho de Wicar Parente de Paula Pessoa e de Zilda Barbosa de Almeida Castro.
Os seus avós paternos se chamavam Joaquim Miranda de Paula Pessoa e Vitalina Gomes Parente, já os maternos eram Vicente Alves de Almeida e Castro e Ana Barbosa de Almeida e Castro.
Foi casado com Denise Tostes de Carvalho Cruz, que era filha de Dilermano Martins da Costa Cruz Filho, médico e político mineiro, e de Maria Luíza Tostes de Carvalho.
Desse matrimônio foram gerados três filhos, dois homens e uma mulher, sendo eles: Gisele Cruz Pessoa, Euclides Wicar de Castro Parente Pessoa Filho e Wicar Cruz Paula Pessoa.
Foi herdeiro de fortes tradições militares em sua família, estudou no Colégio Militar do Ceará, Casa de Eudoro Corrêa, que está localizado na Avenida Santos Dumont, nº 485, Aldeota. Algum tempo depois, foi transferido para o Colégio Castelo Branco e por fim para Escola Preparatória de Fortaleza.
Ainda bem jovem ingressou nos quadros ativos do Exército Brasileiro, onde conseguiu com honras chegar à patente de coronel estudando na Escola Militar de Resende, no Rio de Janeiro, recebendo anos depois do Governo Federal uma importante condecoração militar, a Medalha do Atlântico Sul.
Em 1947, iniciou o curso de bacharelado em Direito na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil e posteriormente concluiu essa graduação na Faculdade de Direito do Ceará.
Ainda em sua juventude mantinha constante relação com o Município de Boa Viagem, onde o seu pai possuía uma valiosa propriedade dentro do território do Distrito de Domingos da Costa.
Com apenas 30 anos de idade, no pleito eleitoral do dia 3 de outubro de 1954, militando nos quadros políticos do PSP – o Partidos Social Progressista, conseguiu ser eleito para uma das cadeiras da Câmara dos Deputados Federais, representando o Estado do Ceará, recebendo nessa ocasião a confiança de 20.797 eleitores, sendo o 4º deputado com a maior votação de seu partido.

Imagem do Dr. Euclides ao lado de seus pais e irmãos.

Tomou posse do seu primeiro mandato eletivo no dia 1º de fevereiro de 1955 e nessa legislatura teve a oportunidade de ser escolhido como um dos membros da Comissão Permanente de Segurança Nacional, período em que cursou a ESG – a Escola Superior de Guerra, concluindo finalmente esse curso em 1957 e sendo um dos componentes da Turma Teóphilo Ottoni.
No pleito seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1958, conseguiu ser reconduzido à Câmara Federal recebendo a confiança de 29.768 eleitores.
Algum tempo depois, nas eleições do dia 7 de outubro de 1962, ainda no PSP, compondo a coligação “União pelo Ceará”, disputou a sua vaga na Câmara dos Deputados, recebendo apenas 11.235 votos e ficando dessa vez na 2ª suplência de seu partido, assumindo essa legislatura durante algum tempo.
Nessa legislatura, no dia 23 de junho de 1966, foi o representante da Câmara dos Deputados na Conferência Mundial sobre à Reforma Agrária, acontecida na cidade de Roma, capital italiana.

Imagem da casa da Fazenda São Joaquim, propriedade da família no Município de Quixeramobim.

Nas eleições seguintes, do dia 15 de novembro de 1966, nos quadros da ARENA, – a Aliança Renovadora Nacional, ficou na 4ª suplência de seu partido, quando recebeu apenas 2.759 votos.
Durante a sua vida, paralelo as suas atividades políticas, era um próspero agropecuarista em seu Estado natal, onde o seu pai lhe deixou vários hectares de terras, e no Estado de Goiás, onde adquiriu uma propriedade que até hoje está envolta de mistérios com o regime nazista:

“Obteve financiamentos astronômicos no Banco do Brasil e implantou um projeto gigantesco. Formosa passou a viver em função da chamada ‘Fazenda Boa Esperança’ e do que ali se produzia. Construiu um aeroporto, para escoar a produção pela via aérea, porque não havia estradas. Com aquelas aeronaves adquiridas nos EUA fez transportar, por muito tempo, a produção de grãos e carnes, da Fazenda Boa Esperança, em Formosa, para São Paulo e Rio de Janeiro… A economia de Formosa viveu, por mais de dez anos, sob o influxo das atividades agrícolas e pecuárias da Fazenda Boa Esperança. Na área do projeto havia igreja, escolas e assistência médica para os mais de mil empregados. Eu mesmo conheci, já na década de 80, ainda preservados, os edifícios da igreja e das casas que serviram aos empregados… O projeto de Hugo Borghi não perdurou por muito tempo. Não sei as causas do fracasso, mas desconfio que, com a morte de Getúlio Vargas, em 1954, minguaram os financiamentos do Banco do Brasil”. (TELES, 2010: Disponível em http://antigo.jotacidade.com//colunas/exibir.php?noticia_id=825&noticia_link=31&noticia_data=29-11-2010%2012:11:37. Acesso no dia 13 de dezembro de 2012)

Segundo informações do jornalista Euler de França Belém, no Jornal Opção, edição nº 2000, de 9 de novembro de 2013, faleceu na cidade de Brasília, no Distrito Federal, no dia 19 de fevereiro de 1977, com apenas 53 anos de idade, vítima de assassinato por questões de terra:

“Assassinado por Gladstone Lima Almendra em 19 de fevereiro de 1977 na BR-020, próximo da Lagoa Feia, em Formosa. Almendra também saiu ferido no embate, vindo a morrer, dias depois, em Brasília. Anos mais tarde, defendi, no Tribunal do Júri, o motorista de Euclides Wicar, Mário Aerre, o único sobrevivente do tiroteio”. (TELES, 2010: Disponível em http://antigo.jotacidade.com//colunas/exibir.php?noticia_id=825&noticia_link=31&noticia_data=29-11-2010%2012:11:37. Acesso no dia 13 de dezembro de 2012)

BIBLIOGRAFIA:

  1. ALMEIDA, Assis & PONTES, Fernando. Enciclopédia da Política Cearense. 1947-1998. Fortaleza: Premius, 1999.
  2. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. TELES, Ney Moura. Nazistas em formosa: realidade ou fantasia? Disponível em http://antigo.jotacidade.com//colunas/exibir.php?noticia_id=825&noticia_link=31&noticia_data=29-11-2010%2012:11:37. Acesso no dia 13 de dezembro de 2012.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, uma das ruas do Bairro Tibiquari, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura;
  2. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei n° 763, de 4 de outubro de 2001, uma escola da rede municipal de educação recebeu a sua denominação.