Palavra de Homem.

Francisco Erialdo Rodrigues Costa
Rogerlando G. Cavalcante (Ilustrador)

Numa bela manhã de sol, por volta das 10 horas, Chico Martins colocava o “negócio” de fora e aplicava uma mijada interminável na calçada do comércio do Sr. Antônio Nascimento, em plena Rua Agronomando Rangel, no Centro da cidade de Boa Viagem.
Outro dia, quando o encontrei pelo Centro e ainda não estava totalmente embriagado reclamei: – Chico, você não tem vergonha, mijando no meio da rua, em plena luz do dia!
Daí o Chico se explicou em alta voz: – MIJEI, PORQUE SOU HOMEM E HOMEM TEM DE TER PALAVRA!
Continuei na bronca: – Mas homem que é homem não age daquele jeito, que coisa feia.
Então o Chico justificou: – Sabe o que foi Erialdo? Eu entrei na budega do Antônio Nascimento e pedi uma cachaça, ele disse que não butava, eu me zanguei e disse que se ele não butasse eu mijava na calçada dele, como ele não butou, eu fui lá e mijei, PORQUE EU SOU É HOMEM DE PALAVRA!
E já virando as costas, para não perder o costume, arrematou dizendo: – Me dê vinte centavo pra mim tomar uma ali!