Domingos da Costa de Araújo foi um agropecuarista e comerciante português que se estabeleceu na cidade do Recife, na capitania de Pernambuco, que possuía a patente de capitão de milícias e reconhecida fidalguia pela Casa Real e Ordem de Cristo.
Os seus avós eram lideranças políticas de Lanhoso, uma cidade pertencente ao Distrito de Braga, em Portugal.
Naquele tempo, residindo no Recife, onde era comerciante, foi classificado como “reinol”, representando o partido dos mascates do Recife na Câmara de Vereadores de Olinda.

“Seja como for, Filipe mexera na casa de marimbondo, pois Miguel Correia Gomes e Domingos da Costa de Araújo eram das principais figuras do comércio recifense e cabecilhas do partido reinol… ‘chamam essa família dos quatro cunhados, porque João Fernandes da Silva, João da Rocha Mota, Domingos da Costa de Araújo e Miguel Correia Gomes, homens ricos e honrados, que eram muito amigos, casaram no mesmo dia com quatro irmãs por voto que fizeram na peste a que chamaram males ou bicha que houve em Pernambuco pelos anos de 1686, de casarem com donzelas limpas, bem educadas e pobres’…. as quatro irmãs eram filhas de um obscuro portuense, o sargento de infantaria Pantaleão Fernandes de Figueiredo, que militara na Guerra da Restauração, casando-se com uma moça do Sirinhaém e tornando-se ‘mercador de loja aberta’, vale dizer, comerciante a varejo.” (MELLO, 1989: p. 35-36)

Graças ao seu prestígio, conseguiu algumas datas de sesmarias tanto na Província de Pernambuco quanto no Ceará, onde mantinha a criação de gado, conforme informações existentes no 3° livro de Datas de Sesmarias do Ceará, nº 166, página 72.
No Ceará, muitos anos depois de sua morte, já na década de 1960, a sede de uma de suas propriedades, identificada pelo seu nome, Domingos da Costa, foi elevada a categoria de vila, constituindo-se também na denominação de um dos distritos do Município de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

1. COSTA, Manuel Vieira da. Plano de Governo para o Município de Boa Viagem entre os anos de 1963 e 1967. Boa Viagem: Texto não publicado, 1962.
2. DATAS E SESMARIAS DO CEARÁ. Manuscritos. Fortaleza, Arquivo público do Ceará, 2006.
3. DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICO PERNAMBUCANA. Sesmarias. Secretaria de Educação e Cultura. Recife, 1954.
4. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
5. MELLO, Evaldo Cabral de. O nome e o sangue. Uma fraude genealógica no Pernambuco colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
6. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
7. MACÊDO, Deoclécio Leite de. Notariado Cearense. História dos Cartórios do Ceará. Volume II, Fortaleza: Expressão, 1991.
8. PELOSI FALCÃO, Marlio Fábio. Dicionário Toponímico, Histórico e Geográfico do Nordeste. Fortaleza: Artlaser, 2005.
9. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. História do Distrito de Domingos da Costa. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/historia-do-distrito-de-domingos-da-costa/. Acesso no dia 27 de agosto de 2019.
10. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.