Zenon Alencar Oliveira nasceu no dia 11 de junho de 1934 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Francisco Lopes de Alencar e de Júlia Altina de Oliveira.
Os seus avós paternos se chamavam Teófilo Lopes da Cruz e Maria Francisca Alencar, já os maternos eram Francisco Nunes de Rezende Oliveira e Maria Ditoza do Vale Oliveira.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na Fazenda Almas, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Aos 12 anos de idade, no intuito de receber instrução escolar, passou a residir na cidade de Boa Viagem e a estudar com à Profª Nilse Ayres de Alencar Araújo nas Escolas Reunidas de Boa Viagem, protótipo daquilo que anos mais tarde veio a se tornar em Escola de Ensino Fundamental Padre Antônio Correia de Sá.
Nessa época essa escola funcionava de forma adaptada em uma das salas da Prefeitura de Boa Viagem, que na época atendia na Rua José Rangel de Araújo, nº 126, no Centro da cidade.
Ainda nesse período, bastante envolvido nas atividades da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, passou a servir como acólito nas missas e em outras atividades religiosas que eram celebradas pelo Pe. Francisco Clineu Ferreira.
Nos primeiros meses de 1949, despertada a sua vocação ao sacerdócio, foi encaminhado por sua paróquia aos estudos necessários ao exercício do ministério compondo uma das turmas do Seminário Episcopal do Ceará, o atual Seminário da Prainha, que está localizado na Rua Tenente Benévolo, nº 201, no Centro da cidade de Fortaleza.
Nesse seminário conseguiu concluir os estudos propedêuticos e em seguida deu início ao primeiro ano do curso de Filosofia, foi quando percebeu que o sacerdócio não era a sua inclinação profissional.
Nos últimos meses de 1959, depois de definitivamente sair do seminário, passou a estudar em um curso preparatório para o vestibular da Escola de Agronomia do Ceará, conseguindo ingressar nesse curso no ano seguinte.
Nessa época, por volta de 1962, mesmo abdicando dos estudos eclesiásticos, continuou a envolver-se nas atividades que eram promovidas pela JUC – a Juventude Universitária Católica, na cidade de Fortaleza, encontro de jovens em que conheceu uma garota que pouco tempo depois passou a ser a sua esposa.
“A Juventude Universitária Católica foi uma associação civil católica reconhecida pela hierarquia eclesiástica em 1950. Tinha como objetivo difundir os ensinamentos da igreja no meio universitário.” (S.N.T)
No ano seguinte, em um evento que foi organizado na cidade do Recife, teve a oportunidade de reencontrar a mesma garota e pouco tempo depois passou a frequentar a casa dos pais dela, na cidade de João Pessoa.
Mais tarde, no dia 25 de novembro de 1964, na cidade de João Pessoa, contraiu núpcias com Marion Mesquita Alencar, que é filha de Cícero Carneiro de Mesquita Júnior e Sirena Navarro de Mesquita.
Desse matrimônio foram gerados quatro filhos, dois homens e duas mulheres, sendo eles: Ricardo Mesquita Alencar, Luciana Mesquita Alencar, Germana Mesquita Alencar e Adriano Mesquita Alencar.
Pouco tempo antes disso, no fim de 1963, foi contratado pelo DNOCS – o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, onde prestou serviço técnico em alguns Municípios do Sertão e do Agreste do Estado da Paraíba, atuando principalmente nos Município de Coremas, Condado e São Gonçalo.
Algum tempo depois, nos primeiros anos da década de 1970, enquanto esteve ocupando cargo de chefia no perímetro irrigado de São Gonçalo, percebendo o grande número de analfabetos da região, não mediu esforços para dar oportunidade para aqueles que queriam estudar.
Nessa época, aproveitando de algumas amizades de influência na política regional, investiu a sua atenção no projeto de implantação de uma escola, que alguns anos depois foi encampada pelo Governo do Estado da Paraíba:
“A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Izidra Pacífico de Araújo foi fundada pelo engenheiro do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – o DNOCS, do perímetro irrigado de São Gonçalo, Zenon Alencar Oliveira, juntamente com a Assistente Social Marion Mesquita Alencar. O funcionamento da escola teve início no dia 1º de março de 1975 com a realização das aulas práticas, sob a Lei de Decreto 9.422/82 de 07 de abril de 1982.” (LIMA, 2014: Disponível em eeefmizidrapacificodearaujo.blogspot.com. Acesso em 21 de julho de 2015)
A referida escola atualmente está localizada no Núcleo Habitacional I, no perímetro irrigado de São Gonçalo, às margens da BR-230, distante 13 quilômetros do Centro da cidade de Sousa.
Depois disso, no dia 6 de março de 1976, na cidade de Sousa, depois de muitas pesquisas e reflexão sobre o assunto, foi iniciado na maçonaria, passando a compor o quadro de filiados da Loja Vale do Piranha nº 27, pertencente a Grande Loja da Paraíba.
Nos primeiros meses de 1984, sendo patrocinado pelo DNOCS, lançou o livro “Roteiro de um Projeto de Irrigação por Aspersão”, texto que logo foi esgotado e chegou à terceira edição.
Alguns anos depois, já em 1989, aos 55 anos de idade, depois de 26 anos prestando valiosos serviços ao Governo Federal, em acordo com a sua família, resolveu regressar para a sua cidade natal, local de onde nunca perdeu contato com as suas raízes.
Residindo na cidade Boa Viagem passou a compor os quadros de filiados da Loja Maçônica Cavaleiros do Amor nº 79, sendo exaltado no dia 3 de setembro de 1995 e se constituindo, durante muitos anos, em um dos pilares do desenvolvimento social e físico daquela loja.
Nessa época, entre os anos de 1993 e 1996, na gestão do Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira, assumiu a pasta da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Município de Boa Viagem.
Em sua propriedade, a Fazenda Almas, onde consegue manter com orgulho a estética e os traços de originalidade da casa de seus ancestrais, mesmo no período de estiagem, conseguiu desenvolver um lucrativo projeto de apicultura.
Nos últimos meses de 2011, com apoio dos sócios do Clube Literário Profª Maria Rosary Pereira, depois de muitos anos de estudos e pesquisas, trouxe ao público um dos temas de sua paixão, a utilização farmacológica das plantas medicinais, que recebeu o titulo de “Plantas Medicinais do Nordeste”, publicado posteriormente uma segunda edição.
Nos primeiros meses de 2015, aos 80 anos de idade, desejando receber melhor assistência médica e por constante insistência de seus filhos, resolveu mudar de endereço, passando a residir na cidade de Fortaleza, mas sempre que a saudade bate ao peito regressa para ver a sua fazenda e os seus seletos amigos.
BIBLIOGRAFIA:
- LIMA, Darlan. Nossa história. Disponível em eeefmizidrapacificodearaujo.blogspot.com. Acesso em 21 de julho de 2015.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
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