Subestação de Energia Elétrica da COELCE

AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:

A Subestação de Energia Elétrica da COELCE – a Companhia de Eletrificação do Ceará, que atualmente é controlada pela ENEL, está localizada na Rua Balbina de Almeida Vieira, nº 1.154, no Bairro de Nossa Srª de Fátima, na cidade de Boa Viagem, no Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

Imagem da Subestação de Energia Elétrica da COELCE, em 2015.

A área de concessão da COELCE abrangia aos 184 Municípios do Estado, que possuem uma população de mais de 8,4 milhões de habitantes em um território de 149 mil quilômetros quadrados.
A sede da distribuidora está localizada na cidade de Fortaleza, com unidades principais, entre centros de serviços e de manutenção, e 201 pontos de atendimento presenciais, sendo 199 lojas de atendimento e duas unidades móveis, em todo o Estado.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS:

A origem da Companhia Energética do Ceará remonta a 1911, data em que foi criada a Ceará Tramway, Light and Power Co. Ltd., uma empresa constituída para explorar os serviços de eletrificação na cidade de Fortaleza.
Pouco tempo depois, já em 1913, essa empresa dava início ao serviço de fornecimento de energia elétrica aos clientes residenciais, industriais, comerciais e ao serviço de transporte urbano.
Mais tarde, no dia 30 de junho de 1934, a Ceará Tramway, Light and Power Co. Ltd. assumiu a responsabilidade exclusiva pela iluminação da capital cearense. Algum tempo depois, em 1946, a Ceará Tramway, Light and Power Co. Ltd. foi encampada pelo Governo Federal e, posteriormente, em 1948, repassada para a administração municipal.
No interior do Estado do Ceará, nessa época, a iluminação era efetuada por geradores à base de combustíveis fósseis, que eram administrados por cada Município.
Na cidade de Boa Viagem, por volta de 1940, na administração do Prefeito Cap. Raimundo Ferreira do Nascimento, um gerador de energia elétrica foi instalado em um imóvel que estava localizado na esquina da Rua Manoel Araújo Marinho com a Rua Antônio de Queiroz Marinho, que mais tarde deu origem ao Bairro Alto do Motor.

Imagem do local da antiga casa do motor, em 2013.

Nesse tempo a energia elétrica funcionava durante algumas horas da noite, e quando chegavam às 22 horas o responsável pela manutenção do equipamento costumava avisar o corte do fornecimento por meio de três pequenos e sucessivos apagões.
Algum tempo depois, no período de 1960 a 1971, existiam no Estado do Ceará quatro empresas de distribuição e comercialização de energia elétrica: a CELCA – a Companhia de Eletrificação do Cariri; a CENORTE – a Companhia de Eletrificação Centro-Norte do Ceará; a CONEFOR – a Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza, e a CERNE – a Companhia de Eletrificação Rural do Nordeste.
Enquanto isso, na cidade de Boa Viagem, no dia 18 de outubro de 1968, na administração do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, com a expansão das linhas de rede elétrica fornecida pela Usina Hidroelétrica de Paulo Afonso, o Governo Municipal iniciou o processo de desativação do motor e dos cabos e postes de energia que eram espalhados pela cidade.

“Assinamos convênio com a CENORTE, hoje COELCE, e em 1968 instalamos energia elétrica de Paulo Afonso na nossa cidade.” (VIEIRA FILHO, 2008: p. 58)

Sobre esse assunto o historiador e memorialista Prof. Cicero Pinto do Nascimento nos dá as seguintes informações:

“A COELCE (Companhia Energética do Ceará), tem atualmente (novembro de 2002) dez mil e quinhentas ligações na sede e zona rural do nosso Município. Vale ressaltar que a nossa energia elétrica foi inaugurada em 18 de outubro de 1968. As primeiras instalações, em torno de quarenta e cinco, foram efetuadas na igreja matriz, repartições e em algumas residências.” (NASCIMENTO, 2002: p. 240)

Depois disso, em 1971, atendendo ao que previa o decreto nº 60.824, de 7 de junho de 1967, do Governo Federal, o qual objetivava melhorar os serviços de energia elétrica no país, foi determinada a unificação das empresas existentes em cada unidade da Federação, quando foi criada, pelo Governo do Estado do Ceará, a Companhia Energética do Ceará.
A COELCE foi constituída através de escritura pública de 30 de agosto de 1971, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 2 de setembro de 1971, e autorizada a operar como empresa de energia elétrica pelo decreto federal nº 60.469, de 5 de novembro de 1971, publicado no Diário Oficial da União no dia 9 de novembro do mesmo ano.
As quatro empresas distribuidoras de energia elétrica no Ceará foram unificadas formando a COELCE, que passou a ser a única concessionária de distribuição de energia elétrica em nosso Estado.
As estratégias utilizadas para a unificação foram: adoção de um programa racional de redução de custos operacionais, por meio de unificação administrativa; ampliação do mercado cliente; implantação de tarifas iguais para todas as regiões do Estado; aplicação racional e equitativa dos recursos disponíveis para investimento e integração do programa de eletrificação rural.
A incorporação das quatro companhias à COELCE ocorreu na seguinte ordem: em 17 de abril de 1972 foi incorporada a Companhia de Eletrificação Centro-Norte do Ceará, cujas instalações deram origem à sede da nova empresa; no dia 23 de novembro de 1972 foi incorporada a Companhia de Eletricidade do Cariri, sendo os servidores alocados na administração central e a CELCA transformada no Departamento Regional do Cariri; no dia 23 de fevereiro de 1973 foi incorporada a Companhia de Eletrificação Rural do Nordeste pela transferência de sua concessão, de seus bens existentes no Ceará e de parte de seus empregados.
No dia 4 de maio de 1973 aconteceu a última incorporação, foi a vez da Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza. Como resultado da unificação das quatro empresas a COELCE passou a ter uma área de concessão de 142.069 km², atendendo a um total de 142 Municípios e possuindo 200 mil clientes.
Inicialmente a companhia possuía 6.077 km de linhas de elétricas, 30 subestações com 190,5 MVA de potência instalada e 228 redes de distribuição independentes.
Em 1983, como resultado do trabalho de expansão, a COELCE já havia dobrado o número de subestações, possuindo 676,0 MVA de potência, 806 Km de redes de distribuição com 470,1 MVA de capacidade instalada e atendendo a um total de 640.487 clientes.
Em outubro de 1995 a COELCE tornou-se uma empresa de capital aberto, cujas ações passaram a ser negociadas nas principais Bolsas de Valores Brasileiras, ações estas de propriedade das prefeituras do Estado do Ceará, da ELETROBRAS e do próprio Governo Estadual.
Em maio de 1997 houve uma mudança significativa na composição acionária da companhia, com a venda de 22.197.225.184 ações preferenciais classe “A” pelo Governo do Estado, por uma operação block-trade realizada na Bolsa de Valores Regional.
Em abril de 1998 o controle acionário da companhia foi transferido do Governo do Ceará para a iniciativa privada.
O processo de privatização teve o seu início efetivo com a emissão do decreto nº 24.559, de 25 de julho de 1997, publicado no Diário Oficial do Estado do Ceará em 29 de julho de 1997.
Por esse dispositivo legal a COELCE foi incluída no Programa Nacional de Desestatização e, com a aprovação da lei nº 12.722, de 18 de setembro de 1997, pela Assembleia Legislativa do Estado, o Governo do Estado do Ceará foi autorizado a alienar a totalidade das ações ordinárias integrantes do capital social que eram pertencentes ao Estado.
O leilão da COELCE ocorreu no dia 2 de abril de 1998, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, ocasião em que o Consórcio Distriluz Energia Elétrica, formado por Enersis, Chilectra, Endesa de España e Cerj, adquiriu o controle acionário da companhia, representado por 51,05% do capital total, correspondendo a 82,69% do capital votante.
No dia 13 de maio de 1998 a Distriluz Energia Elétrica, a COELCE, a ANEEL e o Estado do Ceará procederam à assinatura do contrato de concessão, que outorgou à COELCE 30 anos de direitos exclusivos sobre a distribuição de energia elétrica no Estado do Ceará.

“A Enel Brasil, fundada em 2005, é uma empresa brasileira do ramo de energia elétrica controlada pelo grupo italiano Enel. A Enel Brasil S.A. centraliza as participações societárias do Grupo Enel no país. Em 2007, a Enel SpA, controladora indireta da Enel Brasil, iniciou a consolidação de sua participação sobre a holding brasileira. Por meio de uma oferta pública no exterior, a Enel SpA adquiriu a totalidade das ações de emissão da espanhola Endesa – na época acionista controladora indireta da Enel Brasil. Em 2009, o controle da Enel SpA sobre a Enel Brasil foi ampliado, com a aquisição de 92,06% do capital social e votante da Endesa. Finalmente, em 2014, a Enel SpA adquiriu – por meio de uma operação de compra e venda de ações – a participação da Endesa em sociedades na América Latina, o que incluiu a Enel Brasil. Desde então, a empresa espanhola foi excluída da estrutura acionária no país. Apesar da holding Enel Brasil ter nascido em 2005, a trajetória do grupo Enel no país começou quase uma década antes, em 1996, com a aquisição da distribuidora de energia elétrica Ampla em leilão de privatização. Novas aquisições foram realizadas ao longo dos anos, garantindo a ampliação e diversificação do portfólio. Atualmente, a Enel Brasil é o maior empresa de energia do país, chegando a mais de 17 milhões de unidades consumidoras e atingindo 20% de participação no mercado.” (WIKIPEDIA, 2005: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Enel_Brasil. Acesso no dia 19 de outubro de 2020)

Por fim o consórcio Distriluz Energia Elétrica assumiu a administração da companhia no dia 17 de abril de 1998, quando, pela Assembleia Geral Extraordinária e Reunião do Conselho de Administração, foram eleitos os novos administradores.

A CONSTRUÇÃO DA SUBESTAÇÃO DA CIDADE DE BOA VIAGEM:

A Subestação de Energia Elétrica de Boa Viagem começou a operar em 1998, conforme informações fornecidas pelo Sr. Carlos Eduardo Carvalho Alves, Diretor Presidente da COELCE, em um discurso proferido aos acionistas:

“É preciso destacar que, para atender aos altos níveis de crescimento da demanda de energia e melhorar a qualidade do serviço fornecido, a Companhia intensificou os investimentos em infraestrutura elétrica, o que lhe permitiu satisfazer oportunamente às maiores demandas de sua área de concessão. O plano de obras efetivado durante o exercício contemplou a entrada em funcionamento de duas novas subestações de 72,5/15 KV, com potência instalada de 29 MVA, nas cidade de Boa Viagem e Dias Macêdo.”

Antes disso a energia elétrica do Município de Boa Viagem dependias da Subestação de Energia Elétrica de Quixeramobim e rotineiramente sofria apagões por volta das 18h, início do horário considerado de pico.
Nesse período os apagões costumavam acontecer com maior regularidade também na época da quadra invernosa.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A.; CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
  4. WIKIPEDIA. Enel Brasil. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Enel_Brasil. Acesso no dia 19 de outubro de 2020.

41 pensou em “Subestação de Energia Elétrica da COELCE

  1. Pingback: Bairro de Nossa Srª de Fátima | História de Boa Viagem

  2. Pingback: A ECONOMIA DO MUNICÍPIO DE BOA VIAGEM | História de Boa Viagem

  3. Pingback: A CIDADE DE BOA VIAGEM E A SUA URBANIZAÇÃO | História de Boa Viagem

  4. Pingback: Rua Antônio Uchôa Viana | História de Boa Viagem

  5. Pingback: Rua Almir Jader Rocha | História de Boa Viagem

  6. Pingback: Rua Edonísio Alves da Costa | História de Boa Viagem

  7. Pingback: Rua Francisco Alves Filho | História de Boa Viagem

  8. Pingback: Rua Francisco Deoclécio Ramalho | História de Boa Viagem

  9. Pingback: Rua Francisco Hermes Rocha | História de Boa Viagem

  10. Pingback: Rua Francisco Joel Lima e Silva | História de Boa Viagem

  11. Pingback: Rua Francisco Lobo Cavalcante | História de Boa Viagem

  12. Pingback: Rua Francisco Wilson Machado | História de Boa Viagem

  13. Pingback: Rua Gardênia Maria Pereira de Oliveira | História de Boa Viagem

  14. Pingback: Rua Joana de Assis Uchôa | História de Boa Viagem

  15. Pingback: Avenida João Inácio de Sousa | História de Boa Viagem

  16. Pingback: Rua José Plácido de Mesquita | História de Boa Viagem

  17. Pingback: Rua José Uchôa Sobrinho | História de Boa Viagem

  18. Pingback: Rua Otacílio Xavier da Silva | História de Boa Viagem

  19. Pingback: Rua Luiz Araújo | História de Boa Viagem

  20. Pingback: Rua Luís Batista de Freitas | História de Boa Viagem

  21. Pingback: Rua Luiz Carlos Uchôa | História de Boa Viagem

  22. Pingback: Rua Marcos Antônio Domingos Uchôa | História de Boa Viagem

  23. Pingback: Rua Maria Carmelina Sampaio Queiroz | História de Boa Viagem

  24. Pingback: Rua Maria das Dores Uchôa Viana | História de Boa Viagem

  25. Pingback: Rua Maria de Lourdes Sampaio de Carvalho | História de Boa Viagem

  26. Pingback: Rua Maria Ozélia Costa de Oliveira | História de Boa Viagem

  27. Pingback: Rua Padre José Bezerra do Vale Filho | História de Boa Viagem

  28. Pingback: Rua Raimunda Maria da Glória | História de Boa Viagem

  29. Pingback: Rua Regina Célia Teixeira Sales | História de Boa Viagem

  30. Pingback: Rua Sabrina Rodrigues Ramos | História de Boa Viagem

  31. Pingback: Rua Severino Teodoro de Sousa | História de Boa Viagem

  32. Pingback: Rua Teodorico Marques de Sousa | História de Boa Viagem

  33. Pingback: Avenida Diana Cavalcante Vieira | História de Boa Viagem

  34. Pingback: Avenida Eleotério Manoel da Silva | História de Boa Viagem

  35. Pingback: Avenida Professor Francisco Hermes Rocha | História de Boa Viagem

  36. Pingback: Avenida Diana Cavalcante Vieira | História de Boa Viagem

  37. Pingback: Rua Ana da Cunha Ramos | História de Boa Viagem

  38. Pingback: Rua Diana Cavalcante Vieira | História de Boa Viagem

  39. Pingback: Fernando Verçosa Pereira | História de Boa Viagem

  40. Pingback: Gerardo Felix da Silva | História de Boa Viagem

  41. Pingback: Rua David Vieira Carneiro | História de Boa Viagem

Deixe um comentário