Sidônio Fragoso Vieira

Sidônio Fragoso Vieira nasceu no dia 7 de novembro de 1952 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de João Fragoso Vieira e de Nair Gomes Vieira.
Os seus avós paternos se chamavam Pompeu Fragoso Vieira e Maura Antônia do Nascimento, já os maternos eram Pedro Gomes de Oliveira e Isabel Isaurina do Amor Divino.
Nos primeiros anos de sua infância, quando chegou a sua época de frequentar uma escola, recebeu instrução elementar de uma professora que foi contratada por sua família.
Em seguida, mesmo pertencendo a uma família de confissão protestante, foi matriculado pelos seus pais em uma das turmas do Patronato Nossa Senhora de Fátima, que era dirigido pelas Irmãs Josefinas, onde concluiu o ensino primário, passando a estudar logo depois na Escola Imaculada Nossa Senhora da Conceição, também ligada à Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Nos primeiros meses de 1966, depois de prestar o exame de admissão ao curso ginasial, ingressou em uma das turmas da Escola de Ensino Médio Dom Terceiro, concluindo essa etapa de seus estudos, que era denominado de curso de humanidades, nos últimos meses de 1969.
Algum tempo antes disso, no dia 7 de outubro de 1962, o seu pai, que era diácono e uma das principais lideranças da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, foi conduzido pelo voto popular a um mandato no Poder Legislativo, fato que ocorreu também no dia 15 de novembro de 1966.
Depois disso, passando a residir na cidade de Fortaleza, ingressou em uma das turmas do Colégio Batista Santos Dumont, sendo transferido logo em seguida para o Colégio São João, onde concluiu o curso científico nos últimos meses de 1972.
Nos primeiros meses de 1974, depois de prestar um exame vestibular, ingressou no Centro de Ciências Agrárias da UFC – a Universidade Federal do Ceará, onde cursou agronomia, pouco tempo depois, nos primeiros meses de 1975, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UECE – a Universidade Estadual do Ceará, passou a compor uma das turmas do curso de bacharelado em administração de empresas.
Enfrentando concomitantemente os dois cursos de graduação, depois de muito esforço, no dia 18 de julho de 1980, recebeu o diploma de Engenheiro Agrônomo e pouco tempo depois, no dia 22 de dezembro, o de Bacharel em Administração de Empresas.
Pouco tempo antes disso, nos últimos meses de 1979, ingressando por concurso na EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará, foi lotado em sua unidade de atendimento no Município de Boa Viagem para servir no Projeto Sertanejo.

“Art 1º É criado o Programa Especial de Apoio ao Desenvolvimento da Região Semi-Árida do Nordeste (Projeto Sertanejo), com a finalidade de fortalecer a economia das unidades de produção agropecuária, sobretudo pequenas e médias, do semi-árido nordestino tornando-as mais resistentes aos efeitos das secas, a partir de núcleos de prestação de serviços e de assistência técnica, previamente selecionados.” (DIÁRIO DAS LEIS, 2000: Disponível em https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/51872-dispue-sobre-a-criauuo-do-programa-especial-de-apoio-ao-desenvolvimento-da-regiuo-semi-arida-do-nordeste-projeto-sertanejo.html. Acesso no dia 2 de dezembro de 2023)

No dia 7 de janeiro de 1983, depois de algum tempo de namoro, contraiu matrimônio com Maria Cristina Pontes Vieira, que nasceu no dia 24 de abril de 1951, sendo filha de José Maria Ferreira Pontes e de Maria Alice da Silva Pontes.
Desse matrimônio foram gerados três filhos, um homem e duas mulheres, sendo eles: Philipe Pontes Vieira, Danielly Pontes Vieira Campêlo e Renata Pontes Vieira.
No pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1988, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, estando filiado nos quadros políticos do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15.605, conseguiu ser eleito ao seu primeiro mandato depois de receber à confiança de 455 eleitores, estando entre os oito vereadores de maior votação dessa eleição.
Mais tarde, na sessão ordinária do dia 17 de fevereiro de 1989, quando a Câmara de Boa Viagem recebia uma comissão da Câmara Municipal de Quixeramobim para tratar do desejo de buscar junto ao Governo Federal melhorias para os dois Municípios, usou a tribuna para proferir o seguinte discurso:

“Desde que o Presidente José Sarney governa o Brasil ele tem feito muitas coisas para prejudicar os brasileiros, ele cruzou as nossas vidas com o Plano Cruzado e descruzou com o Plano Verão. Extinguiu vários ministérios, entre eles o de Ciências e Tecnologia e o de Reforma Agrária. Em nosso país já não existe reforma agrária, e agora ficou muito mais difícil de existir, prejudicando principalmente o pequeno agricultor. E nós da EMATERCE, nos reunimos e decidimos forma uma comissão e ir a Brasília para defender a posição do pequeno agricultor.”

Depois disso, solicitou da mesa diretora para que encaminhasse um telegrama ao gabinete do Deputado Paes de Andrade, presidente da Câmara dos Deputados, para que o mesmo intercedesse junto ao presidente da República para que não extinguisse a EMATERCE, palavras que foram apoiadas pelo Vereador Dr. Fernando Antônio Vieira Assef.
No dia 31 de março de 1989, apresentou um projeto a mesa diretora da Câmara em que autorizava a Assembleia Legislativa do Estado a elevar a categoria de vila os povoados de Poço da Pedra e Águas Belas.
Encaminhou ainda vários requerimentos a mesa diretora da Câmara de solicitação ao Gabinete do Prefeito, entre eles destacamos: aquisição de dois tratores para serem utilizados pelos pequenos agricultores do Município; a construção de escolas nas localidades de Boa-fé, Melancias, Saco e Salgado; a instalação de uma feira livre na cidade de Boa Viagem; a construção de uma lavanderia em Ramadinha e de uma barragem na localidade de Sorocaba.
Na sessão ordinária ocorrida no dia 7 de abril de 1989, proferiu um inflamado discurso contra o projeto do Vereador Luís Alves Batista, que foi denominado de “Tribuna Livre” e tinha por finalidade dar ao cidadão o direito de usar a tribuna da Câmara para fazer algum tipo de reivindicação:

“Dizendo que a ideia era muito boa, mas era bom saber que nem tudo que é bom é viável, pois no dia 15 de novembro o povo de Boa Viagem passou uma procuração para os vereadores eleitos, para que pudéssemos representá-los e que alguém vai querer usar dessa tribuna para tirar algum tipo de vantagem política.”

No dia 5 de abril de 1990, depois de muitas discussões, no exercício de sua função como edil, participou da assembleia municipal constituinte como presidente da Comissão de Sondagem e Propostas que deu origem a Lei Orgânica do Município de Boa Viagem.
Nessa legislatura, deu apoio aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, foram eles: a construção do Camelódromo; a construção do Ginásio Poliesportivo Dirceu José dos Santos; a construção do Centro de Convivência do Idoso Olavo Bilac Brilhante; a construção do Hospital Infantil Sebastião Alves da Silva; a construção da Creche Comunitária Miriam Brito Fialho; a construção da Escola Agrotécnica Janival Almeida Vieira, além de várias casas populares.
Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, compondo a bancada do PDT – o Partido Democrático Trabalhista, dessa vez com a legenda nº 12.612, conseguiu ser reeleito depois de receber 471 votos, ficando entre os quatorze vereadores de maior preferência dos eleitores.
Nessa legislatura, uma das mais difíceis da história política do Município de Boa Viagem, fez parte do bloco que era contra o impedimento do Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos – o Dr Sérgio.
No dia 2 de outubro de 1995, juntamente com os vereadores Dr. Fernando Antônio Vieira Assef e Francisco de Assis Lobo de Sousa, foram indicados pelos seus companheiros para comporem uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que tinha por objetivo investigar a compra irregular de leite em pó e óleo comestível para o “Programa de Atendimento aos Desnutridos e Gestantes em Risco Nutricional”, instituído pelo Ministério da Saúde, na gestão do Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira, onde serviu como presidente dessa CPI.

Imagem da turma Profª Ana Dalva Pereira de Almeida.

Nos dia 22 de novembro de 2002, depois de algum tempo de estudos, pela UVA – a Universidade Estadual Vale do Acaraú, compondo a turma Profª Ana Dalva de Almeida Pereira, conseguiu concluir o curso de Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação específica na disciplina de Matemática.
Depois, nos últimos meses de 2006, desejando uma melhor qualificação profissional, frequentando o campus da UFRPE – a Universidade Federal Rural de Pernambuco, concluiu a sua Especialização em Agroecologia, apresentando o trabalho que tem por título “Programa Biodiesel do Ceará e a Transição Agroecológica dos Agricultores Cearenses”, que logo depois foi publicado na Revista Brasileira de Agroecologia.
Na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2017, depois de alguns dias de grande aflição, partilhou com os seus familiares da irreparável perda de sua mãe, que faleceu depois de passar por uma delicada cirurgia no baço motivada por um grave acidente automobilístico.

Imagem do veículo envolvido no acidente, em 2017.

Alguns dias antes, na manhã do dia 19 de fevereiro de 2017, animado pelas primeiras chuvas da quadra invernosa, os seus pais e um amigo resolveram observar a carga d’água tomada por uma de suas represas na “Fazenda Facão” quando, ao retornar para cidade, entrando na Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020, o seu pai não atentou para vinda de um ônibus, conforme matéria publicada na página on-line do Jornal o Povo:

“Mais um acidente foi registrado na manhã deste domingo, desta vez na altura do km 187 da BR-020, na localidade de Facão, na zona rural de Boa Viagem. O comerciante conhecido por João Fragoso Vieira, de 88 anos, ao lado de sua esposa, Dona Nair Fragoso, e um amigo da família, Rosálio Marinho, seguiam em uma caminhoneta modelo Hillux, com direção a uma fazenda naquela localidade e pararam o veículo em um acostamento, ao tentar atravessar a via para o seu destino, acabaram sendo surpreendidos por um ônibus da banda ‘Gaviões do Forró’, que acabou colidindo na caminhoneta… O forte impacto arrastou o veiculo por cerca de 10 metros que ficou danificada bem como a frente do ônibus, apesar do ocorrido, a acompanhante do motorista da caminhoneta – Dona Nair, acabou tendo uma das costelas fraturadas segundo boletim médico, já o  acompanhante, Rosálio Marinho saiu ileso. Seu João Fragoso foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência  – SAMU, para o hospital municipal de Boa Viagem com suspeita de fratura em uma das pernas e pequenas escoriações, porém, não corre risco e foi transferido para um hospital particular na capital cearense.”

No ano seguinte, na noite do dia 6 de março, residindo na cidade de Fortaleza, juntamente com os seus filhos e netos, partilhou da notícia do inesperado falecimento de sua esposa, que passou meses enfrentando um câncer.

BIBLIOGRAFIA:

  1. DIÁRIO DAS LEIS. Decreto nº 78299 de 23/08/1976. Disponível em https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/51872-dispue-sobre-a-criauuo-do-programa-especial-de-apoio-ao-desenvolvimento-da-regiuo-semi-arida-do-nordeste-projeto-sertanejo.html. Acesso no dia 2 de dezembro de 2023.
  2. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. PINTO, Cleumio. Final de semana de inúmeros acidentes. Disponível em https://www.portaldenoticiace.com.br/2017/02/final-de-semana-de-inumeros-acidentes.html?m=0. Acesso no dia 20 de fevereiro de 2017.
  5. SILVA, Carlos Roberto. Limoeiro do Norte sedia o VII Encontro Regional dos Produtores de Leite. Disponível em http://www.tvjaguar.com.br/site/noticia.php?Tid=897, acesso no dia 23 de novembro de 2016.
  6. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2015.