Samuel Filipe de Sousa Uchôa

Samuel Filipe de Sousa Uchôa nasceu no dia 21 de dezembro de 1843 no Município de Riacho do Sangue, atual Jaguaretama, na região do médio Jaguaribe, no Estado do Ceará, distante 240 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Antônio Filipe de Sousa Uchôa e de Antônia Germana Cavalcante Uchôa.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Raulino da Silva e Bernarda de Holanda Cavalcante, já os maternos eram Antônio Germano Cavalcante e Francisca Romana da Silva Uchôa.

“Durante o período imperial brasileiro, em 6 de maio de 1833, a freguesia é elevada à categoria de vila através de uma Resolução do Conselho Provincial. Nessa época a vila de Riacho do Sangue servia como sede do Município de Jaguaribe, embora esta tenha sido posteriormente transferida para Cachoeira (atual Município de Solonópole) em 1º de agosto de 1850. Quinze anos depois, pela Lei Provincial n.° 1179, a vila foi elevada à categoria de Município, sendo rebatizada como Riachuelo. Esse primeiro momento de emancipação durou pouco, porém, em 1873, através da Lei Municipal n° 1567, a vila de Riachuelo foi transformada em distrito do Município de Cachoeira. As decisões legais em favor da emancipação e extinção do Município se manteve por toda a segunda metade do século XIX e início do século XX, contudo, em 1879, o distrito foi novamente transformado em Município, agora sob o nome de Riacho do Sangue, situação que se manteve até 1920, quando a Lei Estadual n.° 1794, quando seu território foi anexado à Jaguaribe-Mirim (atual Município de Jaguaribe). Entre 1926 e 1931 Riacho do Sangue foi administrado mais uma vez como um Município autônomo, sendo mais uma vez tornado um distrito de Jaguaribe-Mirim no fim daquele ano. Em 1935, Riacho do Sangue torna-se novamente um Município, sendo dividido em 4 distritos – segundo as divisões territoriais de 1936 e 1937: Riacho do Sangue, Poço Comprido, Santa Rosa e Torrões.” (WIKIPÉDIA, 2000: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jaguaretama. Acesso no dia 17 de julho de 2023)

Em 1857, contando apenas 14 anos de idade, seguiu para cidade do Recife, onde concluiu o curso preparatório para ingressar no curso de bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, etapa que foi finalizada no dia 21 de novembro de 1866.

Imagem do edifício da Faculdade de Direito do Recife.

Depois da conclusão do seu curso, iniciou a sua carreira na magistratura como promotor público nos Inhamuns no dia 24 de janeiro de 1867, onde passou pouco tempo, quando foi transferido em março desse mesmo ano para comarca do Acaraú, permanecendo nesse local até 1868.
Nesse mesmo ano passou a responder pela comarca de Granja, onde assumiu também a função de juiz de órfãos.
Era colaborador assíduo nos jornais “Constituição”, “Norte”, “Ceará” e “Estado”, sendo patrono da 34ª cadeira da Academia Cearense de Letras.

“A Academia Cearense de Letras (ACL) é a entidade literária máxima do Estado do Ceará. A ACL é a mais antiga das Academias de Letras existentes no Brasil, fundada em 15 de agosto de 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras.” (WIKIPÉDIA, 2000: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Cearense_de_Letras. Acesso no dia 17 de julho de 2023)

Em 1871 recebeu nomeação para servir como juiz de direito em Ipu, atividade que foi ocupada até abril de 1874, servindo depois disso como chefe de polícia da Província do Pará até julho desse mesmo ano.
No ano seguinte foi nomeado juiz em Campo Maior, na Província do Piauí, ali permanecendo até 1887 e, logo depois, entre 1890 e 1891, por ordem do Generalíssimo Deodoro da Fonseca, foi nomeado chefe de Polícia da Província do Ceará, sendo depois disso escolhido como juiz seccional, cargo que exerceu até falecer.

“Pela sua imparcialidade, critério e espírito conciliador, evitou muitos choques entre o elemento nacional e o português, isso devido até a teiró exagerado de um nativismo bem caracterizado, nesse tempo, naquela Província. A imprensa nacional e estrangeira teceu-lhe por tal razão os mais calorosos encômios. Foi distinguido por El-rei de Portugal com o título de real Comendador da Real Ordem Militar Portuguesa, acompanhado de significativas expressões. Por ato do Governo Imperial foi nomeado Cavaleiro da Ordem Rosa… Nessa mesma ocasião a ‘Sociedade de Socorros D. Pedro V’ com sede na Côrte conferiu-lhe uma medalha de honra como recompensa de atos de singularidade benemerência.” (STUDART, 2012: p. 110-111)

Ainda nessa época, entre 1872-1873 e entre 1876-1877, concomitantemente assumiu uma das cadeiras da Assembleia Legislativa como deputado provincial, momento em que deu grande assistência aos munícipes de Boa Viagem que enfrentavam a terrível seca dos 1000 dias.
Antes disso, no dia 20 de março de 1876, na cidade de Fortaleza, contraiu matrimônio com Antônia Felina Rodrigues, nascida em 20 de março de 1855, sendo filha do médico Dr. Antônio Domingues da Silva e de Felina Delmira Machado.
Desse matrimônio foram gerados sete filhos, sendo eles: Júlio Uchôa de Sousa, Samuel Felipe de Sousa Uchôa, Antônia Domingues Uchôa, Raul Domingues Uchôa, Blandina Domingues Uchôa, Eduardo Domingues Uchôa e Antônio Domingues Uchôa.
Faleceu na cidade de Fortaleza no dia 25 de junho de 1902 com apenas 59 anos de idade.

BIBLIOGRAFIA:

  1. STUDART, Guilherme. Dicionário Bibliográfico Cearense. Fortaleza: Secult, 2012.
  2. WIKIPÉDIA. Jaguaretama. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jaguaretama. Acesso no dia 17 de julho de 2023.
  3. WIKIPÉDIA. Samuel Uchôa. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Uch%C3%B4a. Acesso no dia 17 de julho de 2023.
  4. WIKIPÉDIA. Academia Cearense de Letras. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Cearense_de_Letras. Acesso no dia 17 de julho de 2023.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, no dia 15 de janeiro de 1891, na gestão de Manoel Benício Bezerra de Menezes, presidente do Conselho de Intendência do Município de Boa Viagem, uma das ruas da cidade de Boa Viagem, a antiga Rua da Glória, recebeu a sua denominação.

4 pensou em “Samuel Filipe de Sousa Uchôa

  1. Pingback: BIOGRAFIAS | História de Boa Viagem

  2. Pingback: DEZEMBRO | História de Boa Viagem

  3. Pingback: JUNHO | História de Boa Viagem

  4. Pingback: A relação das avenidas, ruas e travessas da cidade de Boa Viagem | História de Boa Viagem

Deixe um comentário