Salviano de Sousa Leitão nasceu no dia 2 de dezembro de 1876 do Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Manoel Hermínio de Sousa Leitão e de Luzia Pires de Oliveira.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel de Sousa Leitão e Anna Theresa da Silva Sousa, já os maternos eram José de Oliveira Teves e Maria Francisca do Espírito Santo.
Pouco tempo depois disso, no dia 31 de dezembro, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem pelas mãos do Pe. Francisco Ignácio da Costa Mendes.
Na época de seu nascimento, veio ao mundo pelas mãos de uma parteira em uma localidade denominada de Fazenda Salgado.
Pouco sabemos sobre a sua infância, descobrimos apenas que em sua adolescência, por volta de 1890, recebeu instrução elementar em uma escola existente na vila de Boa Viagem.
Mais tarde, já em sua juventude, recebeu forte influência das experiências políticas vividas pelo seu pai, que exerceu diversos mandatos eletivos como vereador.
Nessa mesma época, no dia 15 de novembro de 1899, segundo informações existentes no livro B-02, destinado ao registro dos casamentos da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 38, página 104v, aos 23 anos de idade, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com Ana Gonçalves Leitão, que era nascida no dia 7 de dezembro de 1875, sendo filha do Capitão Francisco Nunes de Rezende Oliveira com Maria Ditosa do Vale Oliveira.
Desse feliz enlace matrimonial foram gerados dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Laídes de Sousa Leitão e Oscar Leonardo Leitão.
Alguns anos depois, seguindo o mesmo caminho de seu pai, também militou no campo político, ocupando a cadeira do Poder Executivo do Município de Boa Viagem em duas oportunidades.
Na primeira oportunidade, assumiu a intendência municipal no lugar de Manuel Honor da Costa Mendes entre o dia 8 de fevereiro até o dia 28 de setembro de 1912, quando foi substituído por Antônio Lopes de Mesquita Galvão.
Pouco tempo depois, por volta de 1914, tentou por suas custas dar um pequeno e significativo impulso industrial ao nosso Município com a implantação de uma fábrica de beneficiamento da pluma do algodão:
“Foi Salviano quem montou a primeira usina de beneficiamento de algodão, importada da América do Norte, no ano de 1914. Máquina, caldeira e seus pertences vieram pela Estrada de Ferro do Baturité até Quixeramobim e para Boa Viagem em carro de boi e lombo de burros. A inauguração da usina transformou a vida dos plantadores de algodão e a própria riqueza do Município, prejudicada esta pela grande seca de 1915.” (BARROS LEAL, 1983: p. 139)
Essa fábrica, por funcionar nos dias de domingos, causava grandes aborrecimentos ao vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, o Mons. José Cândido de Queiroz Lima, que costumava fazer inflamados sermões sobre o assunto.
Enquanto viveu, residiu com a sua família em um belo sobrado ainda existente na Rua Agronomando Rangel, n° 443, no Centro da cidade de Boa Viagem.
Nessa mesma época, agora por mais tempo, retornou ao Poder Executivo no lugar de Benjamim Bastos entre o dia 11 de outubro de 1914 até o seu repentino falecimento, quando foi substituído pelo Coronel José Cândido de Carvalho:
“O desaparecimento prematuro do Coronel Salviano, quando havia completado 42 anos de idade, foi uma perda irreparável. Morreu de repente, vítima da aplicação da celebre injeção 914, para o tratamento de sífilis.” (BARROS LEAL, 1983: p. 140)
Segundo informações fornecidas pelo historiador e memorialista Prof. Cícero Pinto do Nascimento, em 1914, foi ele quem trouxe a primeira bicicleta para cidade de Boa Viagem, que ficou conhecida entre os seus moradores pela alcunha de “vaca velha”.
Nesse período, por volta de 1917, investiu na formação da primeira banda filarmônica existente no Município de Boa Viagem.
“A primeira banda de música de Boa Viagem foi organizada pelo Cel. Salviano de Sousa Leitão, juntamente com o maestro Raimundo Avelino Pinheiro, notável clarinetista. Os músicos, além do maestro, eram: Francisco Deoclécio Ramalho, Luiz Araújo, Davi Venâncio, Raimundo Rosa e mais alguns.” (NASCIMENTO, 2002: p. 165)
No dia 24 de setembro de 1918, segundo informações existentes no livro C-09, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, termo nº 3.467, folha 108v, faleceu na cidade de Fortaleza por conta de uma perfuração em seu intestino, informação confirmada pelo livro C-02, tombo nº 33, página 20v, existente na secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, faleceu prestes a completar 42 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado em um túmulo por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Avivando Retalhos – Miscelânea. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1983.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de assentos dos batismos. 1874-1885. Livro A-04. Página 75.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de assentos dos casamentos. 1886-1903. Livro B-02. Tombo nº 38. Página 104v.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Instrução Pública no Município de Boa Viagem: A sua formação pedagógica e social entre 1864 e 1931. Dissertação apresentada a Flórida Christian University, 2019.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, uma das ruas do Bairro Boaviaginha, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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