Raimundo Ferreira de Melo

Raimundo Ferreira de Melo nasceu no dia 22 de outubro de 1882 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, do Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de João Ferreira de Melo e de Silvana Siebra de Freitas.
Na época de seu nascimento, veio ao mundo pelas mãos de uma parteira em uma localidade denominada de Livramento, que em nossos dias está dentro dos limites geográficos do Município de Monsenhor Tabosa, onde passou grande parte de sua infância.

“Com efeito, depois de entendimentos, o Dr. Aristides Ribeiro… apresentou um projeto cuidadosamente elaborado e que, sem dúvida alguma, seria o ideal, de vez que, a divisão se faria, em linhas gerais, partindo do leste, abrangendo os Distritos de Jacampari, do Município de Boa Viagem; para o norte, o Distrito de Vidéo e o povoado de São José do Frade, no Município de Santa Quitéria; para o oeste, seguia em linha reta até atingir o Rio Macaco, subindo o curso do mesmo, para o sul, até o Município de Tamboril, rumando depois para leste, até encontrar o ponto de partida, no Distrito de Livramento… o projeto retornou aprovado, porém, todo mutilado… apenas incluíram, sem lógica alguma, uma nesga para o sertão, retirada do Município de Boa Viagem. Nestas condições foi inserida a lei nº 1.153, aprovada em 22 de novembro de 1951.” (ALVES, 1988: p. 33)

Mais tarde, no dia 11 de outubro de 1910, segundo informações existentes no livro B-04, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 76, folha 12v, contando 28 anos de idade, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com Philomena Alves de Melo, nascida em 1890, sendo filha de Joaquim Alves Barbosa e de Joana Baptista da Glória.
Desse matrimônio foram gerados quatro filhos, três mulheres e um homem, sendo eles: Odete Alves Ferreira, Edite Alves Ferreira, Maria Alves Ferreira e José Alves Ferreira.
Mais tarde, estando viúvo, segundo informações existentes no livro B-07, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 17, folha 25, no dia 17 de fevereiro de 1925, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com Ângela Facundo de Melo, nascida no dia 28 de maio de 1893, sendo filha de José Facundo da Costa e de Maria Amélia Carneiro da Costa.
Desse matrimônio foram gerados sete filhos, quatro homens e três mulheres, sendo eles: Mauro Ferreira Melo, Marina Ferreira Severo, Osmarina Ferreira Melo, José Benemauro Ferreira Melo, Mário Ferreira Melo, Olgarina Ferreira Melo e Lott Ferreira Melo.

Imagem da Casa de Câmara e Cadeia do Município de Boa Viagem.

Nos últimos meses de 1927, desejando entrar na vida pública por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores, foi conduzido à legislatura que teve inicio em 1928 e foi encerrada prematuramente em 1931 por conta da Revolução, momento em que o Poder Legislativo foi dissolvido em todo país.

“Art. 1º – O governo provisório exercerá discricionariamente, em toda sua plenitude, as funções e atribuições não só do Executivo como também do Legislativo, até que seja eleita a Assembleia Constituinte e que estabeleça esta a reorganização constitucional do país… Quaisquer que sejam suas denominações, as câmaras, as assembleias municipais e quaisquer outros órgãos legislativos ou deliberativos existentes nos Estados, nos Municípios, no Distrito Federal e no Acre, ficam dissolvido…” (CAVALCANTE MOTA, 1989: p. 17)

Durante a sua existência executou atividades de agropecuarista, comerciante, e nos períodos de estiagem era sapateiro, residindo em diversas localidades, dentre elas Brasileira, Olho d’Água dos Facundos e Sussuarana.
Segundo informações existentes no livro C-11, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.158, página 56, faleceu de forma súbita, aos sessenta e dois anos de idade, no dia 11 de junho de 1944.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no cemitério que organizou, que está localizado em uma localidade denominada de Lembranças, próximo do trecho carroçável da Rodovia Estadual CE-265, dentro dos limites geográficos do Distrito de Poço da Pedra, no Município de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. ALVES, Serapião. Serra das Matas. Fortaleza: Tipografia Minerva, 1988.
  2. CAVALCANTE MOTA, José Aroldo. História Política do Ceará (1930-1945). Fortaleza: Stylus Comunicações, 1989.
  3. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  5. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos casamentos. 1910-1913. Livro B-04. Tombo nº 76. Folha 12v.
  6. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos casamentos. 1924-1930. Livro B-07. Tombo nº 17. Folha 25.
  7. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos óbitos. 1937-1946. Livro C-04. Tombo nº 64. Folha 30.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, embora ainda sem uma lei que lhe ampare, uma das ruas da vila de Olho d’Água dos Facundos, na zona rural do Município de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.