Raimundo Alves Campos nasceu no dia 10 de junho de 1926 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Abílio Soares Campos e de Tereza Alves Barbosa.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Soares Campos e Raimunda Adelina de Lima, já os maternos eram Joaquim Alves Barbosa e Joana Batista da Glória.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira em uma localidade denominada de Guia, onde passou a sua existência.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Algum tempo depois, por volta de 1930, prestes a completar quatro anos de idade, ficou órfão ao perder prematuramente a sua mãe, que faleceu com apenas 21 anos de idade.
No dia 23 de novembro de 1944, segundo informações existentes no livro B-11, pertencente a Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 82, página 21, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, que na época era apenas uma capela, diante do Mons. Pedro Vitorino Dantas, contraiu matrimônio religioso com Ana Facundo Campos, nascida no dia 7 de dezembro de 1926, sendo filha de José Facundo Filho e de Raimunda Telina de Araújo.
Poucos dias depois, no dia 25 de novembro, segundo informações existentes no livro B-09, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 761, folha 23v, confirmou os seus votos em uma cerimônia de matrimônio civil.
Desse matrimônio foram gerados sete filhos, quatro homens e três mulheres, sendo eles: João Célio Campos, Raimundo Hélio Facundo Filho, José Facundo Campos – o Zé Pequeno, Graça Facundo Campos, Simes Facundo Campos, Ana Facundo Campos e Célia Facundo Campos.
Durante toda a sua vida exerceu atividades de comerciante e de agropecuarista na vila de Guia, sendo uma das principais lideranças políticas daquela região.
No pleito eleitoral ocorrido no dia 3 de outubro de 1954, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos do PSP – o Partido Social Progressista, depois de uma acirrada campanha, conseguiu ser eleito entre os nove candidatos de maior votação para o desempenho de seu primeiro mandato parlamentar.
Pouco tempo depois, no dia 10 de setembro de 1957, pediu licença do exercício do seu mandato por tempo indeterminado, em seu lugar, no dia 18 de setembro, assumiu o suplente, o Vereador Ataciso Cavalcante Mota.
Nessa legislatura, mesmo tendo ficado afastado durante algum tempo, deu total apoio ao projeto do Prefeito Delfino de Alencar Araújo para construção do Açude Público José de Alencar Araújo, na localidade de Capitão-Mor, um importante marco da nossa história.
Depois disso, na eleição municipal que ocorreu no dia 7 de outubro de 1962, dessa vez compondo os quadros políticos do PSD – o Partido Social Democrático, desejando a sua reeleição, foi reconduzido para o exercício de um novo mandato eletivo.
Algum tempo depois de sua posse, no dia 7 de junho de 1963, pediu licença de seu mandato por um período de dois meses, quando em seu lugar assumiu o suplente, o Vereador José Vieira Dantas.
No dia 26 de junho de 1965, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, votou em favor da reimplantação do pagamento do subsídio dos vereadores, pouco tempo depois, no dia 28 de outubro, deu parecer contrário à consulta realizada pela Assembleia Legislativa do Estado sobre o interesse de entregar o Distrito de Jacampari ao Município de Monsenhor Tabosa.
Nessa legislatura, que foi bastante tumultuada pelo número de prefeitos, prestou apoio aos projetos que vieram do Poder Executivo, foram eles: a implantação do Posto de Saúde Dr. Pontes Neto; a implantação do sistema de telefonia que interligou à cidade de Boa Viagem às vilas de Guia e Ibuaçu; a implantação da Escola de Ensino Fundamental Osmar de Oliveira Fontes, que na época recebeu o nome do Presidente John Fitzgerald Kennedy; o projeto de organização da nomenclatura das ruas e da numeração das casas da cidade; a implantação de um matadouro público; a construção da Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a instalação do sistema d’água na cidade de Boa Viagem; a construção do Obelisco em comemoração do 1º centenário do Município de Boa Viagem; a reforma administrativa da Prefeitura de Boa Viagem; a instalação de energia elétrica na vila de Guia; a abertura e manutenção de rodovias municipais e a construção do Açude Público Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima.
Antes disso, no dia 19 de fevereiro de 1968, juntamente com os seus familiares, recebeu a notícia do falecimento de seu pai, que veio a óbito na cidade de Fortaleza ao 71 anos de idade.
No pleito eleitoral que foi realizado do dia 15 de novembro de 1970, legislatura que ficou conhecida no meio político como “Mandato Tampão”, dessa vez compondo os quadros políticos da ARENA 2 – a Aliança Renovadora Nacional, foi indicado pela convenção de seu partido a compor à chapa que tinha como candidato majoritário o nome de José Vieira da Costa:
“Visando unificar o período das eleições majoritárias e proporcionais no país, a Justiça Eleitoral, baseada na nova legislação em vigor, determinou que os candidatos, eleitos em 15 de novembro de 1970, deveriam ter um mandato mais curto de maneira que, na próxima eleição, fossem eleitos do presidente da república ao vereador no mesmo pleito.” (COSTA, 2002: p. 357)
Na chapa adversária, pela ARENA 1, estavam os nomes dos comerciantes Osmar de Oliveira Fontes – o Osmar Carneiro, e David Vieira da Silva, que foram escolhidos pelo grupo que era comandado pelo Prefeito José Vieira Filho.
Depois disso, findo o período de campanha eleitoral, a apuração trouxe o seguinte resultado, a sua chapa saiu derrotada ao receber à confiança de apenas 3.089 eleitores, enquanto a outra chapa recebeu 4.707 votos, fato que o levou a decidir passar um tempo fora da vida pública.
Na eleição municipal que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, dessa vez militando nos quadros políticos do PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, desejando retomar o seu espaço no Poder Legislativo, com a legenda número 45.650, conseguiu receber à confiança de 811 votos, a maior votação desse pleito.
Depois disso, no dia 19 de abril de 1997, travando uma ferrenha luta contra o câncer, faleceu na cidade de Fortaleza, aos 71 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares em um túmulo existente no Cemitério de Nossa Srª da Guia, que está localizado na Rua Raimundo Carneiro de Freitas, s/nº, Centro, na vila de Guia.
BIBLIOGRAFIA:
- COSTA, João Eudes Cavalcante. Retalhos da História de Quixadá. Fortaleza: ABC Editora, 2002.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de casamentos – 1944/1947. Livro B-11, Página 21, Tombo nº 82.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na administração do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 718, de 23 de março de 2000, uma das dependências da Câmara Municipal de Vereadores recebeu o seu nome;
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 818, de 22 de dezembro de 2002, a rua que divide o Bairro Padre Paulo do Bairro Recreio, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua denominação;
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho, o Mazinho, através da lei nº 940, de 5 de julho de 2006, um posto de saúde da família, que está localizado na vila de Guia, recebeu o seu nome;
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 1.092, de 28 de março de 2011, orientado pelo Ministério Público através do Promotor Dr. Marcus Vinícius Amorim de Oliveira, por força da lei nº 6.454, de 24 de outubro de 1977, que trata sobre a proibição da utilização do nome de pessoas vivas em edifícios públicos, bem como no que está escrito na Lei Orgânica do Município, a Escola de Ensino Fundamental Deputada Maria Dias Cavalcante Vieira, localizada na comunidade rural de Riacho Verde, teve o seu nome alterado para Escola de Ensino Fundamental Raimundo Alves Campos:
“Art. 14 – É vedado ao Município: VIII – Atribuir nome de pessoa viva a rua, praças, logradouros públicos, pontes, viadutos, reservatórios d’água, praças de esporte, estabelecimentos de ensino, hospitais, maternidade, auditórios, salas, distritos e povoados.”
Pingback: Administração de 1993 – 1996 | História de Boa Viagem
Pingback: Rua Raimundo Alves Campos | História de Boa Viagem
Pingback: Administração de 1963 – 1967 | História de Boa Viagem
Pingback: Administração de 1955 – 1959 | História de Boa Viagem
Pingback: JUNHO | História de Boa Viagem
Pingback: ABRIL | História de Boa Viagem
Pingback: Ataciso Cavalcante Mota | História de Boa Viagem
Pingback: José Vieira da Costa | História de Boa Viagem
Pingback: José Vieira Filho (Mazinho) | História de Boa Viagem
Pingback: David Vieira da Silva | História de Boa Viagem
Pingback: Osmar de Oliveira Fontes | História de Boa Viagem
Pingback: Maria Lúcia Costa Campos | História de Boa Viagem
Pingback: José Facundo Campos | História de Boa Viagem
Pingback: Otávio Alves Franco | História de Boa Viagem
Pingback: José Vieira Dantas | História de Boa Viagem
Pingback: Praça Abílio Soares Campos | História de Boa Viagem
Pingback: Abílio Soares Campos | História de Boa Viagem