Quintiliano Vieira Lima Filho nasceu no dia 20 de maio de 1903 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Quintiliano Vieira Lima e de Felisbela Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Pereira Lima e Maria Vieira da Conceição, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Pouca coisa sabemos de sua infância até que, nos últimos meses de 1924, aos 21 anos de idade, resolveu acompanhar o seu pai, que decidiu migrar para o Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará, passando a residir na Fazenda Santo Antônio:
“Quintiliano Vieira Lima chegou ao Município de Boa Viagem, com toda a sua família, no dia 24 de dezembro de 1925, e no dia seguinte, após a missa, partiram para a sua nova propriedade.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 177)
Alguns anos mais tarde, já estabelecido na cidade de Boa Viagem, por conta do prestígio político construído por sua família, exerceu atividades de comerciante, agropecuarista e sub-delegado.
Segundo informações existentes no livro B-07, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 21, folha 26, no dia 19 de fevereiro de 1925, aos 22 anos de idade, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com Júlia Maria de Oliveira, nascida em 1908, sendo filha de Theóphilo da Costa Oliveira e de Francisca Juliana da Conceição.
Desse matrimônio foram gerados treze filhos, nove mulheres e quatro homens, sendo eles: Idelzuite Vieira Araújo, Diamantina Vieira Moreira, Antônio Vieira Lima, Maria Vieira Lazoski, Francisca Vieira Silva, José Vieira Lima, Julieta Vieira Hernandes, Margarida Vieira Rabêlo, Antônia Vieira Lima, Juvenal Vieira Lima, Isolda Vieira Lima, Adativa Vieira Santiago e João Vieira Lima.
No dia 5 de maio de 1947 um de seus irmãos, Joaquim Vieira Lima, foi nomeado interventor do Município de Boa Viagem no lugar do Tenente José Silvino da Silva pelo governador do Estado do Ceará, o Dr. Faustino de Albuquerque e Sousa, permanecendo nessa função até o dia 25 de março de 1948, data que marcou o início da abertura política e a reinstalação das câmaras municipais no Ceará.
Nessa época, na eleição municipal ocorrida no dia 7 de dezembro de 1947, desejando entrar na vida pública do Município de Boa Viagem por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, logo após a redemocratização de nosso país, militando nos quadros políticos do PSP – o Partido Social Progressista, conseguiu ser eleito para o exercício de seu mandato ao receber a confiança de 88 eleitores, tendo assumido essa função no dia 25 de março de 1948, permanecendo nela até o dia 24 de março de 1951.
Na eleição municipal seguinte, ocorrida no dia 3 de outubro de 1950, depois de decidir em sair da vida pública, foi a vez de prestar apoio ao engajamento político dos seus irmãos Antônio Vieira de Lima e José Vieira de Lima, que pela UDN – a União Democrática Nacional, pleitearam mandato na Câmara Municipal de Vereadores e na Prefeitura de Boa Viagem, todavia não lograram êxito.
Nessa mesma época, no dia 14 de novembro de 1950, segundo informações existentes no Diário Oficial do Estado, depois da exoneração de Walter Batista de Santana, foi nomeado interinamente para exercer a função de 2º tabelião do cartório de 2º Ofício, permanecendo nessa atividade até 1952, quando foi substituído pelo Dr. Manuel Vieira da Costa.
“O Segundo Ofício de Boa Viagem foi criado pela lei estadual nº 2.382, de 28 de agosto de 1926, na forma da lei nº 1.949, de 22 de dezembro de 1921, consolidado pelo Decreto nº 947-A, de 22 de novembro de 1926, parágrafo 1º, do artº 24, com atribuições de: 2º tabelião de notas com as funções cumulativas, exercidas por distribuição de escrivão do crime, cível, inclusive órfãos, ausentes e provedoria, e oficial do Registro de títulos e documentos. Com a criação da comarca de Boa Viagem, pela lei nº 213, de 9 de junho de 1948, foram acrescidas ao 2º cartório as funções de oficial de Registro de Imóveis.” (MACÊDO, 1991: p. 145)
Segundo informações existentes no livro C-05, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.943, folha 69, faleceu no dia 12 de setembro de 1995 na cidade de Boa Viagem, os 92 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das condolências que lhe eram devidas, foi sepultado no mausoléu da família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- MECÊDO, Deoclécio Leite. Notariado Cearense. História dos Cartórios Cearenses. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 1991.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro dos casamentos. 1924/1930. Livro B-07. Tombo nº 21. Página 26.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
- TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ. Primeiras Eleições e Acervo Documental. Fortaleza: TRE, 2007.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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