Pompeu Fragoso Vieira

Pompeu Fragoso Vieira nasceu no dia 5 de dezembro de 1905 no Município de Pombal, que está localizado no sertão paraibano, distante 371 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Manoel Maria de Jesus e de Antônia Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Fragoso Pereira de Melo e Antônia Maria de Jesus, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Pouquíssima coisa sabemos sobre os primeiros anos de sua infância, descobrimos apenas que viveu com a sua família em uma localidade denominada de Sítio Jacu.
Nos primeiros anos da década de 1920 contraiu matrimônio com Maura Antônia do Nascimento, nascida no dia 15 de fevereiro de 1912, sendo filha de José Vieira de Freitas e de Antônia Egibia do Nascimento.
Desse matrimônio foram gerados seis filhos, quatro homens e duas mulheres, sendo eles: João Fragoso Vieira, Silas Fragoso Vieira, Eunice Fragoso Vieira, Adelita Fragoso Vieira, Noemias Fragoso Vieira e Misrain Fragoso Vieira.
Mais tarde, por volta de 1929, depois de aderir à confissão protestante, juntamente com outros parentes, foi batizado pelo Rev. Harry George Briault na Igreja Evangélica Congregacional de Jacu.
Pouco tempo antes dessa decisão, nos primeiros anos da década de 1920, um simples acontecimento foi determinante para muitas mudanças que aconteceram na trajetória de sua vida e na de seus familiares:

“Tudo teve início quando uma simples revista, que acreditamos ser de escola dominical, chegou às mãos de Cícero Vieira de Freitas através de um protestante, que se chamava Adão e morava no Sítio Jericó, uma localidade vizinha.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 142)

Essa revista, que se tornou objeto de profundo interesse dos moradores daquela pequena localidade, principalmente entre alguns dos membros de sua família, deu origem a uma série de questionamentos sobre o comportamento e a fé cristã.
Dentro de pouco tempo Cícero Vieira de Freitas, um dos mais interessados nesse assunto, conseguiu entrar em contato com o Rev. Harry George Briault, pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande, que gentilmente atendeu ao seu convite.

“Em pouco tempo era o maior trabalho evangélico do Sertão, com uma animada escola dominical, com mais de cem alunos matriculados. Em 1927, para ajudar os irmãos Cícero Vieira de Freitas e Amadeu Alves da Silva, o Evangelista Eulálio, que prestou bons serviços ao Evangelho, levando várias famílias ao conhecimento da Palavra de Deus.” (CARNEIRO, 2006: p. 25)

O Rev. Briault, quando visitava o Sítio Jacu, frequentemente utilizava o alpendre da casa de Cícero Fragoso Vieira, um de seus irmãos, como ponto de pregação para exposição das Escrituras Sagradas, momento em que costumava reunir um grande número de pessoas.
Naquele tempo, declarar-se de uma confissão diferente da católica romana era correr o risco de receber diversas punições da comunidade em que se vivia, mas isso não o desanimou em testemunhar de sua fé:

“Os cultos, inicialmente, eram celebrados abertamente ao público na casa de Cícero Fragoso Vieira, sendo depois transferidos para casa de seu irmão, Daniel Fragoso Vieira.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 180)

Dentro de pouco tempo, juntamente com os outros congregados, percebeu a necessidade da construção de um templo, que mais tarde veio a se tornar em símbolo da organização e do trabalho em mutirão daquela pequena comunidade.
Mais tarde, nos últimos anos da década de 1930, considerando o Sítio Jacu pequeno, os seus pais procuravam um local maior e com mais recursos para instalação de sua grande família.

Imagem de Pompeu Fragoso Vieira e de sua esposa.

Nesse tempo, alguns dos seus parentes estavam residindo no Estado do Ceará, de onde rotineiramente informavam da qualidade e do baixo preço das terras cearenses, o que estimulou ainda mais o desejo de migrar do Estado da Paraíba.

“As notícias sobre as terras do Estado do Ceará não paravam de chegar ao Município de Pombal, especificamente ao Sítio Jacu, entre os familiares de Quintiliano Vieira Lima e de sua esposa, Felisbela Vieira de Freitas… Dentro de pouco tempo, outras famílias tomaram o mesmo rumo, o Estado do Ceará. Dentre elas a família de Manoel Maria de Jesus… e era casado com Antônia Vieira de Freitas, irmã da esposa de Quintiliano Vieira Lima.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 178)

Por correspondência, a negociação da compra de uma propriedade rural foi alinhavada, e para conferir as terras a serem compradas, juntamente com um de seus irmãos, Cícero Fragoso Vieira, foi encaminhado pelo seu pai para o Município de Boa Viagem.

“O negócio já estava prestes a ser fechado, quando o pároco do Município, o Mons. José Gaspar de Oliveira, interrompeu o acordo, visto que, na propriedade, existia uma capela romana dedicada a São José. O precavido religioso, insatisfeito com a negociação, alegava que os protestantes iriam derrubar ou utilizar essa capela para os seus cultos.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 181-182)

Com o entrave na negociação da Fazenda Boa Ventura, ficou definido que iriam procurar outra propriedade na região, pois se agradaram da terra, até que souberam da disponibilidade de venda da Fazenda Cachoeira:

“Essa propriedade se chamava Cachoeira e no passado pertenceu ao Tenente José Filipe Ribeiro e Silva… Dentro de pouco tempo, a transação foi celebrada.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 182-183)

Pouco tempo depois disso, por volta de 1941, trouxe a sua família para sua nova aquisição, onde começaram uma nova vida. Nessa ocasião, logo que chegaram ao Município de Boa Viagem, juntamente com os seus outros familiares, conseguiram formar o primeiro núcleo de confissão protestante dessa região, a Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, que era assistida pelos pastores e missionários enviados pela UESA – a União Evangélica Sul-Americana.

“A União Evangélica Sul-Americana, UESA, foi uma organização missionária fundada em 1911, depois da Conferência de Edimburgo, na Inglaterra. Essa sociedade missionária é fruto da fusão de várias outras agências, entre elas podemos citar: a Help for Brazil, criada em 1892 por iniciativa de Sarah Kalley; a South American Evangelical Mission e a Regions Beyond Missionary Union.” (S.N.T)

Entre essas visitas destacamos o nome do Rev. Paulo Moody Davidson, que deu valiosa oportunidade de instrução acadêmica no Seminário Teológico Congregacional do Nordeste a vários de seus sobrinhos e a um de seus filhos.
Nessa igreja, foi eleito por sua assembleia como um de seus presbíteros, servindo nesse ofício enquanto fez parte de sua membresia.
Mais tarde, por volta de 1947, quando o seu filho mais velho passou a residir na cidade, se estabeleceu com o restante de sua família na Rua José Rangel de Araújo, s/nº, Centro.
Nesse período, nos momento em que não estava comprometido com as sua obrigações na propriedade, passava horas ajudando aos seus filhos em uma pequena sapataria pertencente ao seu filho primogênito.

Imagem de Pompeu Fragoso Vieira ao lado de sua nora e de seu filho.

Em 1956, com a implantação da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, foi aclamado como um de seus presbíteros.
Por volta de 1958, desanimado com os constantes prejuízos ocasionados com as estiagens, resolveu investir no comércio no ramo de ferragens em uma sociedade com Silas Fragoso Vieira, um de seus filhos, abrindo no Centro da cidade às portas da “Casa das Tintas”.
Mais tarde, em 1978, partiu para outra sociedade comercial, dessa vez no ramo de mercantil com o seu filho caçula:

“Antes disso, nos primeiros meses de 1978, juntamente com o sua esposa e em sociedade com o seu pai, durante muitos anos, possuíram um mercado de gêneros alimentícios que era localizado na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 269, esquina com a Rua Pe. Mororó, Centro, conhecido como ‘MERCADOLAR, Mercantil Amigo do Lar’, que para os padrões da época era um dos maiores da cidade de Boa Viagem.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/misrain-fragoso-vieira/. Acesso no dia 3 de abril de 2018)

Mais tarde, segundo informações existentes no livro C-06, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo 4.218, folha 88, faleceu na cidade de Boa Viagem no dia 1º de julho de 2003, com 98 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.

Imagem do túmulo da família Fragoso Vieira, em 2016.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CARNEIRO, Osmar de Lima. Fotografando o Amor. História de uma Igreja Perseguida. João Pessoa: JRC, 2006.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2010.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Misrain Fragoso Vieira. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/misrain-fragoso-vieira/. Acesso no dia 3 de abril de 2018.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Carneiro Dantas Filho – o Régis Carneiro, através da lei nº 1.560, de 13 de dezembro de 2023, uma das ruas do Bairro Tibiquari, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.