Quem transita pelos bastidores da política do Município de Boa Viagem tem a oportunidade de conhecer algumas histórias que são temperadas pelo humor e a galhofa de quem as conta!
Essa história eu ouvi da boca de um deles, contou-me que certo prefeito, que durante a sua longa trajetória política dizia ter construído uma imagem integra, sempre dizia ao povo nos comícios ter “AS MÃO LIMPAS”.
Certa feita, depois dos ajustes em uma licitação para fazer as estradas municipais, tudo corria como o combinado nos bastidores, os concorrentes eram apenas figurantes segurando envelopes vazios e a empresa que seria a vencedora se faria presente no certame já com as três propostas necessárias apenas para preencher as “formalidades da lei”.
Meses depois, findo o serviço ajustado, o setor de finanças da prefeitura recebeu a nota fiscal e imediatamente realizou o pagamento devido, tudo conforme o rigor da lei!
Com o dinheiro no bolso, evitando assim uma movimentação bancária suspeita a ser investigada, o empreiteiro separou a parte da bufunfa que cabia ao prefeito e seguiu ao seu encontro para entrega-lhe o combinado, quando ocorreu esse curioso diálogo:
Disse o empreiteiro: – Está aqui….., como combinado!
O prefeito, muito “cuidadoso” com o que tinha em suas mãos, logo tratou de conferir nota por nota se o valor combinado de fato estava em seu poder, dividindo por educação a sua atenção com o amigo que lhe trouxe o “presente”.
Depois de alguns minutos, consciente do cumprimento de sua parte no acordo, o empreiteiro ficou de pé, estendeu a mão e despediu-se do prefeito dizendo: – Vou para casa!
O prefeito, com um largo sorriso, depois de conferir o dinheiro e estender a mão disse: – Cabôco véi, num tá faltando nada não?
Sem imaginar o que poderia ser o empreiteiro atônito perguntou: – O que?
O prefeito disse: – Cinquenta centavos!
E para justificar o interesse pela pequena soma acrescentou: – Você sabe que não é pra mim, é pro povo né?!
Daí, depois da cobrança, o empreiteiro lembrou que faltava uma minúscula fração do dinheiro, que tinha “arredondado” o valor, e por não tê-la no bolso abriu a carteira e entregou uma cédula de dois reais, deixando o troco como forma de gorjeta ao prefeito onesto que tanto zelou pelo bem do povo.
Pingback: CRÔNICAS E POESIAS | História de Boa Viagem