Marília Prado dos Santos

Marília Prado dos Santos nasceu no dia 14 de março de 1953 no Município de Massapê, que está localizado na região Noroeste do Estado do Ceará, distante 244 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de José Iran Cisne Prado e de Maria do Socorro Nogueira Prado.
Em sua adolescência e juventude estudou no Colégio Estadual Liceu do Ceará, uma das mais tradicionais escolas da cidade de Fortaleza.
No dia 17 de maio de 1975, na cidade de Fortaleza, contraiu matrimônio com Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, que era nascido no dia 27 de dezembro de 1949, sendo filho de Francisco Rodrigues Pessoa dos Santos e de Aila Marques Lins dos Santos.
Desse casamento foram geradas duas filhas, sendo elas: Larissa Prado dos Santos e Liana Prado dos Santos.
Pouco tempo depois de seu casamento, na gestão do Prefeito Dr. Francisco Vieira Carneiro – o Major, o seu esposo foi contratado como clinico geral do Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima, na cidade de Boa Viagem, onde juntamente com ele construiu grande simpatia popular e liderança no campo político.

“Em janeiro de 1975, Dr. Sérgio Neto chegou a Boa Viagem, cidade onde passou a residir e logo instalou a sua clinica, na Rua Agronomando Rangel.” (MARINHO, 2014: p. 102)

Na cidade de Boa Viagem, enquanto morou nesse Município, durante muitos anos residiu com a sua família na Rua José de Queiroz Sampaio, nº 57, no Bairro José Rosa.

Imagem da residência de Marília Prado dos Santos, em 2010.

No início da década de 1980, quando o Município de Boa Viagem enfrentava uma das mais terríveis secas de sua história, percebendo a insatisfação do povo com a administração do Prefeito Benjamim Alves da Silva, que representava o continuísmo da Oligarquia dos Paraibanos, o seu esposo decidiu entrar na vida pública pleiteando o Poder Executivo municipal.
Nessa ocasião, conquistando grande simpatia popular, foi derrotado nas urnas por conta da captação ilícita de votos realizada pelo seu principal adversário, o Deputado José Vieira Filho – o Mazinho.

“Depois da apuração as urnas apresentaram o seguinte resultado, José Vieira Filho saiu vitorioso depois de receber a confiança de 8.002 eleitores, enquanto o Dr. Sérgio recebeu 6.191 votos, já o Dr. Deodato apenas 1.487 votos. Nessa disputa, depois que foi encontrado um grande número de títulos eleitorais queimados, correu um boato que a sua vitória só foi possível graças ao grande números de ‘votos fantasmas’, tendo em vista que a fiscalização nas sessões correu em seu favor.” (SILVA JÚNIOR, 2012: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-vieira-filho/. Acesso no dia 14 de março de 2019)

Mais tarde, na eleição que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, depois de uma aliança inesperada por conta de um “racha” na Oligarquia dos Paraibanos, o seu esposo foi eleito ao cargo de vice-prefeito na chapa que tinha como candidato majoritário o nome de Benjamim Alves da Silva, ficando definido que seria o candidato da próxima eleição e receberia o apoio de seu novo aliado.

“Nessa acirrada campanha o eleitores optaram pela chapa que julgaram ser a mais simpática e o resultado das urnas lhe deram a expressiva maioria de 10.610 votos, contra os 6.279 votos de João Lima e os 1.066 do Dr. Deodato Ramalho.” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/benjamim-alves-da-silva/. Acesso no dia 14 de março de 2019)

No dia 26 de abril de 1990, por meio de uma resolução, foi agraciada com o titulo de cidadania pela Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem.
Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, dando continuidade ao acordo firmado na convenção anterior, o seu esposo foi eleito prefeito do Município de Boa Viagem, sendo covardemente traído pouco tempo depois pelo mesmo grupo que lhe deu apoiou.

“Cumprindo alguns acordos que foram firmados na convenção anterior e contando com o apoio do Governo Municipal, pelo PDT – o Partido Democrático Trabalhista, legenda nº 12, conseguiu ser eleito chefe do Poder Executivo municipal recebendo a confiança de 12.430 votos, tendo ao seu lado o nome do Vereador Antônio Argeu Nunes Vieira, que foi indicado ao pleito pelo grupo do ex-Prefeito Benjamim Alves da Silva.” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-segismundo-rodrigues-dos-santos-neto/. Acesso no dia 14 de março de 2019)

Nesse período, sendo a primeira-dama do Município de Boa Viagem, desempenhou papel ativo dentro da gestão de seu esposo dando muita atenção as pessoas que tinham problemas de saúde.
Algum tempo depois, no pleito que ocorreu no dia 1º de novembro de 2000, o primeiro a ser totalmente informatizado no Município de Boa Viagem, militando nos quadros políticos do PTB – o Partido Trabalhista Brasileiro, foi indicada pelo convenção de seu partido ao cargo de vice-prefeita do Município de Boa Viagem, tendo como companheiro de chapa o nome do Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, um dos principais aliados de seu esposo no processo de impeachment que sofreu.

“Nessa disputa, com a legenda nº 15, enfrentou na principal chapa concorrente os nomes dos dois mais experientes políticos desse tempo, Benjamim Alves da Silva e José Vieira Filho, que se aliaram na intenção de concorrer nessa disputa. A terceira chapa, pelo Partido Popular Socialista, o PPS, legenda nº 23, praticamente sem nenhum apoio, figurava o nome do desconhecido, embora filho da terra, o Tenente Dr. Amâncio José de Lima Filho, sendo o vice o nome de Flávio Félix de Sousa. Embora não parecesse, o cenário político do Município de Boa Viagem naquele ano estava em forte ebulição, mas desde cedo já era percebido o resultado, o Dr. Fernando Assef venceu essa disputa com 14.466 votos contra os 8.364 votos de Benjamim Alves e os 712 do Ten. Amâncio.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/fernando-antonio-vieira-assef/. Acesso no dia 14 de março de 2019)

No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 2004, diante do fato de seu esposo ter conseguido retomar os seus direitos políticos, envolveu-se em uma nova disputa eleitoral, que não foi ganha por detalhes.

“Apesar da derrota o resultado da eleição demonstrou uma acirrada disputa, o candidato Dr. Mário Ary recebeu apenas 3.003 votos, o Dr. Sérgio recebeu 11.272 votos, enquanto o Sr. José Vieira Filho recebeu 11.758, uma diferença de apenas 486 sufrágios.” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/francisco-segismundo-rodrigues-dos-santos-neto/. Acesso no dia 14 de março de 2019)

No ano seguinte, no dia 2 de maio, trabalhando no Hospital e Maternidade Mãe Totonha, na cidade de Madalena, o seu esposo veio inesperadamente a óbito depois de sofrer um ataque cardíaco, notícia que pegou a todos de surpresa.
Alguns dias depois, no dia 9 de maio, na Câmara dos Deputados, o Deputado Federal Luiz de Gonzaga Fonseca Mota, seu amigo pessoal, utilizou a tribuna daquela casa para expressar suas condolências dizendo as seguintes palavras:

“No último dia 02 do corrente mês, faleceu no Ceará o Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, médico humanitário e político com uma vasta folha de serviços prestados aos cearenses, principalmente aos queridos conterrâneos de Boa Viagem… Em razão do seu reconhecido conhecimento administrativo, exerceu várias funções públicas como Secretário de Saúde dos municípios de Boa Viagem e Pedra Branca, Vice-Prefeito e Prefeito de Boa Viagem sempre com simplicidade, humildade, competência e obstinação. Dr. Sérgio era um autêntico homem do povo. O falecimento precoce desse dedicado médico e grande homem público deixou viúva a Sra. Marília Prado dos Santos e órfãs as filhas Liana e Larisa, além da população de Boa Viagem, que ficou desprovida de um grande benfeitor e líder político.”

Mais tarde, profundamente entristecida pelo inesperado falecimento de seu estimado esposo, sem condições emocionais e afetivas de permanecer em Boa Viagem, aos poucos desmontou a estrutura política construída por ele, desfazendo-se do equipamento que ele mais estimava, a Rádio Liberdade, fixando residência na cidade de Fortaleza, onde já moravam as suas filhas.
O processo de venda dessa emissora lhe causou forte angústia pessoal, onde um de seus funcionários, Adelmo Rodrigues Freitas, a quem o seu esposo lhe depositava desmedida confiança, na intenção de tomar-lhe a posse, buscou fraudar provas em sua sociedade, algo que foi levado à justiça pelo Dr. Deodato José Ramalho Júnior, que dentro de pouco tempo passou a ser o seu proprietário.

BIBLIOGRAFIA:

  1. MARINHO, Antônia de Lima. A Filha do Nordeste e Frutos Nordestinos. Boa Viagem: Máximos Impressões Gráficas, 2015.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. José Vieira Filho. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-vieira-filho/. Acesso no dia 14 de março de 2019.
  4. Silva Júnior, Eliel Rafael da. Benjamim Alves da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/benjamim-alves-da-silva/. Acesso no dia 14 de março de 2019.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Fernando Antônio Vieira Assef. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/fernando-antonio-vieira-assef/. Acesso no dia 14 de março de 2019.