Maria Alves da Rocha nasceu no dia 16 de outubro de 1909 no Município de Baturité, que está localizado na região Norte do Estado do Ceará, distante 100 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de João Alves da Rocha e de Maria Amélia Alves da Rocha.
Alguns anos depois, já em sua adolescência, passando a residir na cidade de Fortaleza, foi matriculada pelos seus pais em uma das turmas do Colégio de Nossa Senhora do Sagrado Coração das Irmãs Dorotéias.
“Até a década de 1960, em Fortaleza, educar bem as filhas era sinônimo de matriculá-las em escolas religiosas. Dessa forma, instituições como o Colégio da Imaculada Conceição, fundado em 1865, e o Colégio das Irmãs Dorotéias, em 1915, se tornaram, ao longo dos anos, as principais entidades de ensino de Fortaleza ao receberem as moças da sociedade, que precisavam, além de aprender as disciplinas obrigatórias, receber uma base religiosa sólida, assim como a moral e a ética cristã… O Colégio de Nossa Senhora do Sagrado Coração das Irmãs Dorotéias, situado na Avenida Visconde do Rio Branco. o prédio possui linhas arquitetônicas do estilo eclético, surgido na França, ainda na metade do século XIX e hoje, abriga a sede de uma faculdade particular.” (DIÁRIO DO NORDESTE, 2017: Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/os-colegios-da-elite-1.993753. Acesso no dia 12 de março de 2019)
Em 1925, com apenas 16 anos de idade, contraiu matrimônio com seu conterrâneo, Francisco Chagas Pereira, nascido em 1898, que era filho de Luiz Antônio Pereira e Virginia Nunes Pereira.
Desse matrimônio foram gerados muitos filhos, deles apenas dez chegaram a vida adulta, sendo eles: Francisco da Rocha Pereira, José da Rocha Pereira, João da Rocha Pereira, Luiz Eduardo da Rocha Pereira, Carlos César da Rocha Pereira, Vicente de Paulo da Rocha Pereira, Maria de Fátima da Rocha Pereira, Maria das Graças da Rocha Pereira e Maria Amélia da Rocha Pereira.
Na década de 1930, diante da seca que se abateu sobre o território do Estado do Ceará, residiu com a sua família no Município de Quixadá, estando o seu marido envolvido na construção da barragem do Açude Pompeu Sobrinho, conhecido como “Açude Choró Limão”, período em que chegou a perder três filhos ainda crianças por conta do sarampo.
“O Açude Choró Limão, também conhecido como Açude Pompeu Sobrinho, é um açude brasileiro no Estado do Ceará. Está construído sobre o leito do Rio Choró, no Município de Choró. Suas obras foram realizadas pelo DNOCS – o Departamento Nacional de Obras contra as Secas, sendo concluídas em 1934. A sua capacidade é de 143.000.000 m³.” (WIKIPÉDIA, 2000: Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7ude_Chor%C3%B3_Lim%C3%A3o. Acesso no dia 13 de julho de 2023)
Mais tarde, residindo na cidade de Fortaleza, ingressando na área da saúde, estudou enfermagem, notabilizando-se como obstetriz, prestando serviço em diversos órgãos ligados à saúde, entre eles a maternidade Dr. João Moreira e o Hospital Dr. César Cals.
Nessa época, no dia 16 de janeiro de 1956, a convite do Prefeito Dr. Gervásio de Queiroz Marinho, passou a residir na cidade de Boa Viagem, prestando seus valiosos serviços na LBA – a Legião Brasileira de Assistência, bem como no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boa Viagem.
Pouco tempo depois, no dia 6 de novembro de 1964, foi surpreendida juntamente com os seus filhos com o falecimento de seu esposo, que veio a óbito aos 66 anos de idade.
Sobre ela assim escreveu o memorialista e historiador Prof. Cícero Pinto do Nascimento:
“Carinhosamente conhecida como ‘Maria Sistente’, chegou a Boa Viagem em 1956. Aqui prestou seus serviços como obstetra até 1983, quando realizou o último parto… Ardorosa defensora da vida, foi um abençoado instrumento utilizado por Deus para trazer à luz 5.993 crianças. Sua célebre frase ‘cada criança que nasce me enche de esperança, pois sinto nela a presença de Deus no homem’ é uma prova irrefragável do seu amor e dedicação para com o próximo.” (NASCIMENTO, 2002: p. 191)
Segundo informações existente no livro C-04, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.907, folha 110, faleceu na cidade de Boa Viagem no dia 13 de junho de 1988 aos 79 anos de idade.
Logo após o seu óbito, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.
BIBLIOGRAFIA:
- DIÁRIO DO NORDESTE. Os Colégios da Elite. Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/os-colegios-da-elite-1.993753. Acesso no dia 12 de março de 2019.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- WIKIPÉDIA. Açude Choró Limão. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7ude_Chor%C3%B3_Lim%C3%A3o. Acesso no dia 13 de julho de 2023.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, por meio da lei nº 559, de 5 de junho de 1992, uma das ruas do Bairro Várzea do Canto, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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