Manoel João da Silva

Manoel João da Silva nasceu no dia 15 de outubro de 1894 no Município de Tamboril, que está localizado no Sertão de Crateús, no Estado do Ceará, distante 301 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Sebastião Francisco Alves e de Francisca Maria do Nascimento.
O seu nascimento ocorreu em uma localidade denominada de Várzea dos Bentos, que hoje está localizada dentro do território do Município de Monsenhor Tabosa.
Algum tempo depois, já em sua juventude, passou a residir na localidade de Passagens, e por fim em Águas Belas, onde se tornou comerciante e um próspero agropecuarista, promovendo forte desenvolvimento nessa região.

“A área comercial de Águas Belas foi desenvolvida a partir de 1932, com a chegada de Manoel João da Silva, vindo da localidade de Passagens, no Município de Monsenhor Tabosa, instalou-se na localidade como pecuarista de leite e corte e no comércio varejista. Da produção de cana-de-açúcar, conseguiu montar um engenho produzindo a cachaça Belinha, vendida especialmente em Quixeramobim.” (FRANCO & CAVALCANTE VIEIRA, 2007: p. 29)

Segundo informações existentes no livro B-01, pertencente ao Cartório do Jacampari, tombo nº 144, folha 97v, no dia 29 de novembro de 1916 contraiu matrimônio com Francisca Alves de Sousa, nascida em 1899, sendo filha de Vicente Alves de Sousa com Maria Francisca de Araújo.
Desse matrimônio foram gerados quatro filhos, três mulheres e um homem, sendo eles: Isaura Alves de Sousa, Maria Alves de Sousa, Domingos João da Silva e Maria Dondom Araújo Chaves.
Algum tempo depois, separado por incompatibilidade de gênios, contraiu matrimônio com Francisca Alves de Mesquita, com quem gerou uma filha, sendo ela Adeildes.
Mais tarde, envolvido em um novo relacionamento, dessa vez com Nelsa da Silva, gerou mais dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Antônio Sampaio da Silva e Antônia Marli da Silva.

Imagem de Manoel João da Silva e uma de suas filhas, Isaura Alves de Sousa.

Nos últimos anos da década de 1950, embora não se envolvesse com a política partidária, resolveu projetar o seu genro Antônio Alves Capistrano na vida pública do Município de Boa Viagem, que por três vezes chegou a uma das cadeira do Poder Legislativo.
Em sua propriedade, depois de algum tempo de estiagem, conseguiu levantar fundos para construção de uma importante barragem no Rio Aniceto, que recebeu o nome de Açude Manoel João da Silva, sendo conhecido também como “Açude da Pigoita”:

“Nos últimos anos da década de 1950, por conta de sucessivos anos de estiagem… resolveu investir na construção de uma represa dentro de sua propriedade, que também serviria para abastecer os moradores da localidade de Águas Belas. Nesse intuito, através da influência de alguns amigos, entre eles: Afonso Celso de Castro Machado, Percival Barroso e Carlos Jereissati, conseguiu recursos e o estudo técnico da referida represa…” (SILVA JÚNIOR, 2012: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/açude-manoel-joao-da-silva/. Acesso no dia 3 de março de 2017)

Por volta de 1965, depois de organizar um grande plantio de cana-de-açúcar nas proximidades de sua represa, resolveu construir um engenho e um alambique, onde fabricava rapadura e uma cachaça artesanal, que recebeu o nome de “Belinha”.
Nesse tempo, apostando no desenvolvimento da localidade de Águas Belas, fez a doação de terras onde foram construídas uma escola e um centro de saúde, que trouxeram grande benefício para essa região.

Imagem de Manoel João da Silva.

Segundo informações existentes no livro C-110, pertencente ao Cartório Norões Milfort, tombo nº 129.835, folha 107v, faleceu em sua residência, que estava localizada na Rua Perdigão de Oliveira, nº 354, Bairro Parangaba, na cidade de Fortaleza, com 101 anos de idade, no dia 18 de maio de 1995, tendo o seu óbito atestado pelo Dr. Carlos Alberto Odorico de Morais.
Depois do seu falecimento o seu corpo foi trazido para o Município de Boa Viagem, onde recebeu as despedidas fúnebres que são de costume na vila de Águas Belas, sendo depois disso sepultado no mausoléu da família que existe no Cemitério de São José, que está localizado no Centro da vila de Águas Belas.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Açude Manoel João da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/açude-manoel-joao-da-silva/. Acesso no dia 3 de março de 2017.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 766, de 4 de outubro de 2001, uma escola da rede municipal, na vila de Águas Belas, recebeu a sua nomenclatura.