Luís Alves Batista

luis-alves-batistaLuís Alves Batista nasceu no dia 14 de julho de 1951 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Raimundo Alves Batista e de Maria Mesquita Alves.
Os seus avós paternos se chamavam Cristino Alves Batista e Maria Benta de Jesus, já os maternos eram João Rodrigues Cavalcante e Antônia Rodrigues Cavalcante.
Passou grande parte de sua infância e adolescência residindo na localidade de Várzea da Tapera, nas proximidades da vila de Boqueirão, região em que o seu pai era agropecuarista e conseguiu despertar significativa simpatia política.
Nessa época, no pleito eleitoral que ocorreu no dia 15 de novembro de 1966, assistiu o início da carreira política de seu pai, que nessa época resolveu disputar uma das vagas da Câmara Municipal de Vereadores, mas conseguiu ficar apenas na 6ª suplência de sua agremiação partidária.
Nessa época, no início da década de 1970, passou a frequentar regularmente os trabalhos religiosos que eram promovidos pela Igreja Evangélica Congregacional de Várzea da Tapera.
Foi casado com Maria Mocinha Teixeira Pinto Batista, que era nascida no dia 29 de março de 1951, sendo filha de Agostinho Teixeira Pinto e de Joana da Silva Pinto.
Desse casamento foram gerados cinco filhos, dois homens e três mulheres, sendo eles: Isabel Cristina Teixeira Batista, Wagner Luís Teixeira Batista, Kilvia Raquel Teixeira Batista, José Ronaldo Teixeira Batista e Érika Berenice Teixeira Batista.
Pouco tempo antes disso, juntamente com outras pessoas, acompanhou à fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Município de Boa Viagem:

“Fundado aos 17 dias de outubro de 1971, pelo Sr. João Mendes de Andrade. Sua primeira diretoria foi composta por Francisco da Cunha Araújo e Raimundo Alves Batista, tendo de início 184 sócios.” (NASCIMENTO, 2002: p. 247)

Depois disso, quando o seu pai passou a ser o presidente desse sindicato, acompanhou o seu pai na arrecadação de donativos para aquisição de sua sede:

“Assumindo à presidência [referindo-se a Raimundo Alves Batista], uma de suas primeiras atitudes foi locar uma caminhonete e sair pelo Município, juntamente com o seu filho e a sua nora, Luís Alves Batista e Maria Mocinha Teixeira Pinto Batista, arrecadando donativos para aquisição da sede do sindicato, meta que foi atingida dentro de pouco tempo ao adquirir duas casas na Praça Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Raimundo Alves Batista. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/raimundo-alves-batista/. Acesso no dia 5 de novembro de 2016)

Nessa época, quando o seu pai decidiu tentar uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, foi escolhido como o seu sucessor na presidência desse sindicato, função que ocupou até o final de sua vida.
No  pleito eleitoral que ocorreu no dia 15 de novembro de 1982, engajado nos quadros políticos do PDS 2, o Partido Democrático Social, agremiação partidária governista que era comandada e dividida por um triunvirato de militares: Cor. Virgílio de Morais Fernandes Távora, Cor. César Cals de Oliveira Filho e Cor. José Adauto Bezerra, com a legenda nº 11, foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo candidato Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto.
A segunda chapa, pelo PDS 1, que recebia o apoio do Prefeito Benjamim Alves da Silva e repetia a composição que disputou o pleito eleitoral de 1972, era formada pelos irmãos José Vieira Filho e o Dr. Francisco Vieira Carneiro.
Na terceira chapa, dentro dos quadros políticos do PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, estavam os nomes do Dr. Deodato José Ramalho Júnior e de Domingos Sávio Martins Monteiro.
Depois da apuração as urnas apresentaram o seguinte resultado: José Vieira Filho saiu vitorioso depois de receber 8.002 votos, o Dr. Francisco Segismundo recebeu 6.191 votos e o Dr. Deodato Ramalho apenas 1.487 votos.
Alguns dias depois desse resultado, populares encontram provas de um grave crime eleitoral, que infelizmente, por pressão política do grupo vencedor, não recebeu apuração da justiça:

“Nessa disputa, depois que foi encontrado um grande número de títulos eleitorais queimados, correu um boato que a sua vitória só foi possível graças ao grande números de “votos fantasmas”, tendo em vista que a fiscalização nas sessões correu em seu favor.” (SILVA JÚNIOR, 2013: José Vieira Filho. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-vieira-filho/. Acesso no dia 7 de agosto de 2017)

No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, militando dessa vez dentro dos quadros políticos do PFL, o Partido da Frente Liberal, com a legenda nº 25.630, conseguiu ser eleito para o seu primeiro mandato no Poder Legislativo depois de receber 745 votos, a maior votação entre os vereadores em disputa.
No dia de sua posse, sendo escolhido pelos seus pares como vice-presidente, demonstrou forte descontentamento diante de seus colegas ao proferir o seguinte discurso contra o Vereador Francisco Valdenir Vieira da Silva, que ficou registrado na página 48v do livro de atas:

“Agradeceu em seu nome, em nome de seu pai e de sua esposa a todos aqueles que o ajudaram e prometeu, a qualquer custo, cumprir com o que prometeu… e aproveitou também a oportunidade para responder ao povo, porque não havia sido escolhido como presidente. Disse ele: ‘Coloquei o meu nome como presidenciável porque tive mais votos, essa é a concepção… mas prevaleceu o egoismo e a ambição daquele que já foi presidente da Câmara’.”

Pouco tempo depois desse fato, na sessão ordinária ocorrida no dia 6 de janeiro de 1989, renunciou ao seu mandato de vice-presidente, sendo substituído pelo Vereador José Martins da Silva.
Mais tarde, na sessão ordinária ocorrida no dia 16 de fevereiro, deu sustentação às palavras da Vereadora Maria Lúcia Costa Campos, que fez graves denúncias no plenário da Câmara Municipal por conta das perseguições políticas, movidas contra alguns funcionários públicos municipais, que foram ocorridas no início da gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva.
Depois de seu breve discurso, e das palavras de apoio que foram recebidas, as suas acusações foram veementemente contestadas pelo Vereador Antônio Argeu Nunes Vieira, líder do governo na Câmara Municipal, que justificou esse atos por conta das mudanças nos cargos de confiança do novo governo, algo que gerou descontentamento entre alguns funcionários.
Nessa gestão, encaminhou vários requerimentos de solicitação a mesa diretora da Câmara ao Gabinete do prefeito, sendo eles: A construção de uma escola em Areias, Boqueirão, Sítio Jucazeiro e a construção de um posto de saúde em Inharé.
No dia 17 de novembro de 1989, no plenário da Câmara Municipal, conforme informações existentes na página 69 de seu livro de atas, fez outra grave denúncia ao Governo Municipal tecendo críticas ao setor de vigilância sanitária e ao seu veterinário, Sinésio Fragoso Vieira:

“Quatro donos de frigoríficos me procuraram denunciando que foi abatido um boi doente e foi consumido pela população. Mas, o mais grave é que o boi era do pai do veterinário, pois não poderia ficar omisso pois todos sabem que o veterinário é irmão do Vereador Sidônio Fragoso Vieira.”

Pouco tempo depois, no dia 5 de abril de 1990, depois de muitas discussões, no exercício de sua função como edil, participou da assembleia municipal constituinte como membro da Comissão de Sondagem e Propostas que deu origem à Lei Orgânica do Município de Boa Viagem.
Nessa legislatura, mesmo na oposição, deu apoio aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, foram eles: A construção do Camelódromo; A construção do Ginásio Poliesportivo Dirceu José dos Santos; A construção do Centro de Convivência do Idoso Olavo Bilac Brilhante; A construção do Hospital Infantil Sebastião Alves da Silva; A construção da Creche Comunitária Miriam Brito Fialho; A construção da Escola Agrotécnica Janival Almeida Vieira, além de várias casas populares.
Na eleição seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, depois de um excelente desempenho na Câmara de Vereadores, o seu nome foi indicado ao cargo de vice-prefeito do Município de Boa Viagem na chapa que tinha como cabeça o nome de José Vieira Filho.
Nessa campanha, que foi bastante concorrida, na chapa adversária, pelo PDT, o Partido Democrático Trabalhista, utilizando a legenda nº 12, os seus concorrentes eram velhos conhecidos, o Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, que tinha ao seu lado o nome do Vereador Antônio Argeu Nunes Vieira.
O resultado dessa eleição lhe imprimiu uma nova derrota, e a partir daí as suas pretensões políticas voltaram para o Poder Legislativo.
Na eleição do dia 3 de outubro de 1996, dessa vez militando nos quadros políticos do PSDB, o Partido da Social Democracia Brasileira, com a legenda nº 45.630, recebeu a segunda maior votação entre os vereadores desse pleito,1.082 votos.
Na eleição seguinte, que ocorreu no dia 1º de outubro de 2000, ainda na bancada do PSDB, agora com a legenda nº 45.623, conseguiu receber 752 votos, a sétima maior votação dessa disputa.

Imagem de seu material de campanha.

Imagem de seu material de campanha.

Na eleição municipal do dia 3 de outubro de 2004, dessa vez militando nos quadros políticos do PSDC, o Partido Social Democrata Cristão, com a legenda nº 27.777, conseguiu receber a confiança de 1.059 sufrágios, ficando entre os sete vereadores de maior preferência dos eleitores.

Material de campanha.

Imagem de seu material de campanha.

No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 5 de outubro de 2008, devido ao fato ter sofrido um AVC, um Acidente Vascular Cerebral, problema em sua saúde que lhe dificultava a fala e certos movimentos, decidiu lançar o nome de sua esposa, que nessa época militava nos quadros políticos do PDT, o Partido Democrático Trabalhista, e com a legenda nº 12.000, conseguiu reunir 1.059 votos, a oitava maior votação dessa eleição.
Algum tempo depois, faleceu na cidade de Fortaleza no dia 6 de abril de 2011, prestes a completar 60 anos de idade.

“Morreu por volta das 18 horas de ontem, dia 6 de abril de 2011, em Fortaleza, Luís Alves Batista, conhecido como “Luís Cristino”, o maior líder sindical de Boa Viagem e ex-vereador, que era casado com dona Maria Mocinha, com quem teve cinco filhos, atualmente era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boa Viagem exerceu também o cargo de vereador em quatro mandatos. Luís era um apaixonado pela vida sindical, dedicou a sua vida pela luta dos trabalhadores rurais, sem duvida foi um homem importante de Boa Viagem que será lembrado por gerações, homem de discurso contagiante, era um ótimo orador.” (FARIAS, 2011: Morre Luís Alves Batista, Disponível em http://www.blogdocid.com/2011_04_01_archive.html. Acesso em 8 de agosto de 2015)

Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado em um túmulo da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Bairro Centro da cidade de Boa Viagem.

Imagem do túmulo de Luís Alves Batista, em 2016.

Imagem do túmulo de Luís Alves Batista, em 2016.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A.; CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
  4. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Raimundo Alves Batista. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/raimundo-alves-batista/. Acesso no dia 13 de março de 2015.
  5. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.