Luís Amaro Bezerra nasceu no dia 7 de outubro de 1909 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Antônio Amaro Bezerra e de Jovita Fernandes Bezerra.
Os seus avós paternos se chamavam João Amaro da Costa e Isabel Rodrigues dos Reis, já os maternos eram Manoel José Fernandes e Donata de Araújo Fernandes.
Alguns dias depois, em 8 de dezembro, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Em 1927, depois de completar 18 anos de idade, inicialmente ingressou na Polícia Militar do Estado do Ceará, tendo sido um dos escolhidos pelo Tenente José Gonçalves Bezerra para fazer parte da volante que deu combate ao bando de Lampião.
“E assim chegaram ao Riacho do Sangue, neste Estado, no lugar Vaca Morta, na vizinhança da Serra da Macambira, onde foi travado mortífero tiroteio durante três horas. No final da luta os cangaceiros fugiram carregando os seus mortos, que foram sepultados muito distantes, dentro da mata… Em Vaca Morta perderam a vida os destemidos soldados José Félix do Monte, Aprígio José da Silva e os cabos Raimundo José e Manuel da Silva Brito. Ficaram feridos o Tenente Antônio Pereira, os soldados Emídio Oliveira, Raimundo Rocha e José Casemiro. Luís Amaro continuou arriscando-se ao lado dos tenentes José Gonçalves Bezerra e Ózimo de Alencar.” (BARROS LEAL, 1983: p. 211-212)
Nesse episódio apoderou-se de um punhal pertencente a um dos cangaceiros que media 40 centímetros de lâmina e 12 de cabo, um troféu de sua bravura que carregou com orgulho durante muitos anos.
Em 1932, ainda compondo as fileiras da força policia do Ceará, já tinha a patente de sargento.
Mais tarde, em uma data ainda desconhecida, contraiu matrimônio com Maria de Nazaré Vidal Bezerra, nascida em 1922, com quem gerou as seguintes filhas: Lúcia Maria Bezerra de Melo, Lêda Maria Bezerra de Sales, Maria Lucilêda Bezerra Vieira, Maria Angeluce Bezerra Salvador e Maria de Fátima Bezerra Vidal.
No dia 12 de fevereiro de 1942, já integrando o CMBCE – o Corpo de Bombeiro Militar do Ceará, com a patente de tenente, ao comandar uma equipe que tentava salvar o corpo de um trabalhador em uma cacimba, tragicamente perdeu o Sgt. Sebastião Félix Brandinho, que também faleceu soterrado, algo que causou forte comoção em Fortaleza.
“Já o tópico IV do Boletim nº 38, de 16 de fevereiro do mesmo ano, publica a parte da ocorrência de desabamento que vitimou o Sargento Brandinho; essa comunicação foi redigida pelo senhor Tenente Luís Amaro Bezerra, chefe do socorro no dia do nefasto acidente.” (NASCIMENTO, 2014: p. 106)
Pouco tempo depois, em 1948, estando na cidade do Rio de Janeiro, enquanto cursava a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Corpo de Bombeiros, tomou parte no trabalho que debelou o incêndio que ocorreu no depósito de material bélico no bairro de Deodoro.
“Enfrentando explosões, granadas e outras munições, com invejável exemplo de bravura de homem nordestino, obstando na propagação do incêndio e a completa destruição dos galpões entulhados de petardos ‘105’ e outros inflamáveis. Como indômito soldado cearense foi um dos primeiros a enfrentar os perigos na retirada dos cadáveres tristemente mutilados, soterrados em montanhas de ferros retorcidos, cimento e tijolos, sob o clamor do povo diante de tamanho hecatombe.” (BARROS LEAL, 1983: p. 212)
Nesse mesmo período, ainda na cidade do Rio de Janeiro, onde passou 10 meses, cursou a Escola de Educação Física do Exército, tendo por fim alcançado a patente de coronel, época em que ganhou grande destaque na mídia esportiva por conta de seu desempenho em competições de atletismo.
“Foi campeão de corridas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, vencendo galhardamente em 1937 a difícil prova “Volta da Cidade” em percurso de 12.500 metros.” (BARROS LEAL, 1983: p. 212)
Sobre esse período em que permaneceu na cidade do Rio de Janeiro, na época o Distrito Federal, assim registra o Diário Carioca, edição do dia 24 de dezembro de 1948.
Faleceu aos 77 anos de idade, na cidade de Fortaleza, no dia 9 de setembro de 1986.
“A luta de Luís Amaro continuou ativa até atingir o posto de coronel e com 36 anos de serviços passou à reserva remunerada. Foi comandante do Corpo de Bombeiros nesta capital [Fortaleza].” (BARROS LEAL, 1983: p. 212)
BIBLIOGRAFIA:
- BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Avivando Retalhos – Miscelânea. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1983.
- NASCIMENTO, José Luciano Viana do. História do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará. Dos seus primórdios aos dias atuais. Fortaleza: RDS, 2014.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de batismos. 1909-1912. A-10. Tombo nº 288. Página 20v.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, a rua que divide os Bairros Padre Paulo e Várzea do Canto, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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